Na 6ª edição do concurso de queijos e produtos lácteos do Mundial do Queijo de Tours, na França, os brasileiros ganharam 81 medalhas entre as mais de 900 anunciadas pela organização. Veja a lista completa no site da Associação SerTãoBras. Em 2021 foram 57 medalhas.
Nesta competição, 250 jurados analisaram 1640 queijos, sendo 288 queijos brasileiros de Minas, Bahia, Pará, Ceará, Goias, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Veja a lista completa no site da Associação SerTãoBras
O concurso avalia os queijos nos quesitos aparência, aromas, sabores, textura e equilíbrio. Os 12 melhores queijos do concurso serão julgados novamente por doze jurados supremos, para escolher o melhor queijo, na manhã da terça feira dia 12 de setembro.
O Mundial do Queijo de Tours é o grande salão internacional do queijo na França que acontece a cada dois anos. É o único concurso francês que aceita queijos de outros países, ao contrário do Salão de Agricultura de Paris, que julga somente queijos franceses. Os brasileiros têm concorrido desde 2015.
"A medalha francesa que ganhamos em 2021 salvou nossa fazenda. Eu tinha uma grande dívida no banco e o sucesso da medalha me fez buscar mais conhecimento, melhorar meus queijos, ganhar mais, hoje transformo 600 litros por dia," disse Leomar Martins, agricultor que veio do Paraná com sua esposa Marisa na primeira viagem internacional dos dois. Eles foram jurados do concurso, junto com outros 55 brasileiros.
Viagem queijeira
Todos os 91 produtores inscritos são da SerTãoBras, uma associação brasileira de agricultores, curadores, queijistas (lojistas) e pesquisadores especializados em queijos que tem um stand no evento com degustação de queijo, pão de queijo e especialidades brasileiras.
Para o evento, foi organizada uma missão técnica para 35 pessoas que vai percorrer mais de mil quilômetros de ônibus para conhecer nove regiões queijeiras de denominações de origem protegida, do sul ao norte, de Roquefort à Tours.
"Essa viagem mudou muito a minha cabeça sobre politicas publicas para queijos, queria ter conhecido isso tudo bem antes" disse Marinalva Martins, extensionista rural que acaba de se aposentar da Emater-MG. Ela é esposa do deputado Zé Silva, autor da lei do queijo artesanal.
"Quero realizar um seminário em Brasilia para compartilhar esses conhecimentos e debater politicas publicas para valorizar e preservar mais nossos terroirs queijeiros. A presença do Brasil aqui na França mostra que a lei tem dado resultados," disse ele.
Também participaram da viagem fiscais da inspeção agropecuária de Minas Gerais e Rio Grande do Norte, gestores do Sebrae e representantes da Federação de Agricultores de Minas Gerais.
"É importante a participação do Instituto Mineiro de Agropecuária nessa missão na França, estamos tendo a oportunidade de conhecer diversos aspectos técnicos e sanitários da produção de queijos de leite cru, desde a forma de criação e produção de leite, fabricação, maturação até o comércio. Esperamos voltar e compartilhar o conhecimento com os órgãos vinculados a Secretária de Agricultura de Minas Gerais e desenvolver políticas públicas para o setor queijeiro mineiro, criar políticas de extensão, pesquisa, fiscalização, educação sanitária e sustentabilidade," disse Guilherme Negro, diretor técnico do IMA.
Melhor Queijista do Mundo
A comitiva brasileira se prepara também para torcer para Marina Cavechia, queijista do Teta Cheese Bar de Brasilia que concorre amanhã no concurso de Melhor Queijista do Mundo.
Hoje aconteceu também o concurso de melhor queijista da França categoria jovem, com candidatos franceses de até 21 anos.