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Aventuras lácteas entre o Brasil e a França

Só queijo

Só queijo

Brasília teve queijo de cabra, leite A2A2 e alta gastronomia

Diário de viagem, parte 4 de 5. Aprenda a receita da sobremesa crémet d'Anjou

Nossa passagem em Brasília foi bem movimentada. Já na véspera, para comemorar o final da formação na Belafazenda, uma noite de queijos e vinhos com os amigos queijeiros paulistas foi seguida de um vôo seis da manhã para Brasília. Para ressuscitar e continuar a jornada de formações, eu e Pierre decidimos encarar um balde de pão de queijo com café. No aeroporto, demos de cara com uma lanchonete que vende mate gelado. Sinceramente, pior pão de queijo da minha vida. Umas bolinhas pequenas sem gosto de queijo, mas com gosto de margarina. Pão de queijo, patrimônio dos brasileiros, deveria ser protegido e proibido de ser feito com margarina, ofende demais nossa reputação culinária, ainda mais em aeroporto.

Para curar nosso ventre desse imbróglio, o universo nos mimou com a visita da Fazenda Malunga. Bruna Gomes, a gestora de projetos da fazenda nos esperava com seu belo sorriso. Depois de uma hora de carro, chegamos na fazenda que é produtora de frutas, legumes, leite e queijo. Seu próximo desafio é agregar mais valor ao leite com uma nova linha de queijo curados. A gama de queijos atualmente é de frescos, iogurte, bebida láctea de kefir e ricota. Pierre e eu tomamos tanto kefir que a microbiota voltou ao normal depois do pão de queijo fake e nos enchemos de energia para o próximo encontro, uma aula de queijo fresco e sobremesa láctea no festival gastronômico Taste.

As vacas da Malunga são fresquinhas, com ajuda de ventiladores instalados no curral Foto: Débora Pereira/SerTãoBras

Em um hora, os 24 alunos coalharam o leite, colocaram bactérias para dar gosto e sabor, cortaram a massa e enformaram um queijo em formato de coraçãozinho que cada um levou pra casa, enfeitado de pétalas de flores orgânicas secas. Espero ter despertado em algumas dessas pessoas a vontade de achar leite bom para continuar a fazer queijo em casa. O leite usado foi o A2A2 da Malunga, pasteurizado, que deu um super rendimento. Também utilizamos o creme de leite fresco da mesma marca para fazer uma sobremesa rápida tradicional francesa, o crémet d'Anjou (receita abaixo).

 

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No Taste, posando com o queijo da aula de fabricação Foto: Débora Pereira/SerTãoBras

 

No sábado e domingo as aulas foram para um grupo entusiasta de produtores na Cabríssima, capril em Brasília dos simpáticos baianos Giovana e a Aurelino, no Lago Oeste. O sítio é lindo e todo reflorestado, as cabras são felizes e eles fazem um queijinho enrolado na folha de figo maravilhoso. A lojinha e restaurante do local são um charme, com licores, doces e tábuas de queijo. Também é possível agendar a visita do capril e um passeio ao ar livre na área de floresta replantada pelo casal.

Queijo curado na folha de figueira, da Cabríssima Foto: Débora Pereira/SerTãoBras

 

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Queijo vacherin tropicalizado, enrolado na folha de bananeira Foto: Débora Pereira/SerTãoBras

 

Pierre Coulon voltou para São Paulo e antes de partir para Paris visitou a Estância Silvania, em Caçapava, onde adorou o queijo taiada, com formigas, e se apaixonou pelas vacas Gir. Publicou no seu instagram um album dedicado ao zebu e anunciou que vai introduzir a raça na Normandie!

Receita de crémet d'Anjou

Crémet d'Anjou Foto: Par Favreau/Acervo Pessoal

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Ingredientes 300 gr de queijo boursin fresco (queijo fresco lático de cabra ou vaca pode substituir) 300 gr de chantilly 100 gr de açúcar refinado 3 claras em neve 1 pitada de sal

Preparação Bata primeiro o queijo, o açúcar, acrescente a chantilly e por as claras, sem destruir sua textura, a massa fica aerada. Coloque em um recipiente forrado com gaze na geladeira por 3 horas e desenforme antes de  decore com frutas vermelhas, flores secas, açúcar ou geleia.

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