Desde maio, a queijaria Pardinho Artesanal, conhecida pelos seus queijos de leite cru de Girsey, abriu uma loja para vender queijos e fez três degustações harmonizadas com outros alimentos, como chocolates, mel e geleias. O 4° e próximo evento, dia 28 de setembro, promete ser uma quermesse caipira consagrada ao porco, a 200 km da capital paulista, nas escarpas da Cuesta Paulista.
Desde a entrada, todos os queijos da Pardinho vão atiçar o paladar: o mandala e o cuesta em suas três versões e mais o novo queijo azul, acompanhados de salames. E mais: porcopoca, a pipoquinha de torresmo com tempero secreto do chef, torresmo com goiabada, o hot pork com salsichas e sobremesa... Isso tudo com cheiros de porco SanZé assando desde as 5h da manhã e de doce de leite cozinhado ao vivo no tacho de cobre de Glaucio Peron, da Doce da Roça, feito com leite cru da fazenda.
"Começamos com um container, mas a multidão foi chegando e começamos a nos estruturar", explica Vanessa Alcolea, responsável pelos queijos, que espera acolher 300 pessoas.
Não é suíno, é porco caipira
Os porcos são da raça crioula preta Canastra, parente do Porco Preto Ibérico, que estava quase extinta no Brasil. Na verdade, a Pardinho já começa a fazer a festa para o porco desde o nascimento, pois eles não bebem água, só soro de leite, um subproduto dos queijos. Também são criados soltos.
Os porcos entraram numa rede sustentável com os vizinhos, para aproveitar os refugos, estilo permacultura coletiva. De um vizinho produtor de legumes, eles recebem os produtos desclassificados. "Misturado com a beterraba, o soro de leite parece quick", brinca Jefferson. Os criados em Pardinho tem o refugo do cacau, vindo da produção de chocolates de Luisa Abram.
A genética crioula e a alimentação dão um carne avermelhada, com muito marmoreio, maciez e suculência."A carne tem cor e sabor, a gordura é saudável, a gente chama de porco mesmo, em vez de chamar de suíno, que remete mais ao porco feito pela indústria" explica Jeferson Rueda, que conversou comigo por vídeo com os olhos brilhando, me dando água na boca para estar no evento.
Na roça, com conforto
N espaço ao ar livre de 3 mil m², ao lado de uma mata de pinheiros centenários e dos pastos onde as vacas se alimentam, vai ser montada uma tenda com confortáveis lounges, mesas protegidas por ombrelones e seis estações com alimentos para consumo livre ao longo de toda a tarde. O som vai ser moda de viola, Billy e Benne, e show de "folk roça", com a banda "Osmar Ditos".
O ingresso é vendido antecipadamente na plataforma Eventbrite - R$ 325) dará direito a duas bebidas à escolha do convidado como cortesia. As demais bebidas poderão ser compradas ao longo do evento.