O cafeeiro é planta prima meio distante da gardênia, uma vez que fazem parte da mesma família, a das Rubiáceas. O perfume da flor da gardênia é intenso e exuberante, com notas que combinam jasmim e leve rosas, substâncias também presentes na flor do cafeeiro.
A florada dos cafezais, quando cobrem os campos de branco sobre o verde escuro das folhas, lembra paisagens de regiões que nevam, porém o que predomina é o aroma adocicadamente intenso, que faz as abelhas zunirem numa dança febril.
No processo de torra, substâncias aromáticas são formadas nas inúmeras reações químicas, algumas sutis e elegantes, na fase inicial, enquanto outras, de notas de especiarias e até típicas do café surgem ao final, quando é necessária maior quantidade de energia. Quanto mais próximo do ponto de finalização da torra, maior é o predomínio de reações químicas que formam substâncias oxidadas, como as gorduras saturadas, semelhante às presentes na capa de uma picanha, e outras com estruturas que conferem cheiros típicos de "defumação por café", comum entre as pessoas que ficam horas a fio torrando...
Com base nessa diversidade de aromas que o café pode oferecer, além de texturas esfoliantes de sua semente com baixo teor de gorduras (menos que 17%), algumas empresas de cosméticos apostaram no grão e flores para produção de perfumes.
Das grandes marcas brasileiras, a curitibana O Boticário mantém a linha Coffee, sendo o carro chefe a colônia composta com notas aromáticas de café arábica e diversas combinações como o moderno âmbar, entre outros. Complementa a linha loções contendo cafeína como um dos ingredientes mágicos e termogênicos.
A francesa L'Occitane, que tem a marca L'Occitane au Bresil, produtos com ingredientes tipicamente brasileiros, tem uma linha onde o café é o ingrediente protagonista, tanto o Café Verde como o Café Espresso, indicando, respectivamente, frescor e notas tostadas. Fazem parte da linha shampoos e loções para barbear.
A história da mineira Kapeh é muito interessante, pois tem início dentro de uma família de cafeicultores de Três Pontas, MG, no momento que Vanessa Vilela, bioquímica e que havia trabalhado por anos na indústria farmacêutica, percebeu o potencial que o café tinha na cosmetologia.
Em 2007, fundou a Kapeh, palavra de origem maia e que significa café. Curiosamente, naquele momento a maior certificadora de produtos agrícolas tinha o nome Utz Kapeh, que pode ser traduzido por "bom café", e que, por meio de acordo, autorizou o uso do nome Kapeh para a linha de cosméticos de Vanessa. Anos mais tarde, a certificadora européia alterou seu nome, mantendo apenas o nome Utz, de modo que a empresa de cosméticos passou a deter com exclusividade o nome Kapeh.
Sua linha de produtos, com mais de 170 itens, compreende o emprego de flores, grãos verdes, de óleos e extratos do café e de grãos torrados.
Dessa forma, você pode ter o aroma de café de todas as suas fases, da florada ao torrado, acompanhando o seu dia a dia, estimulando as melhores sensações por onde passar...