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Histórias e experiências sobre o café

Um café para dividir

Um café para dividir

O futuro do café

O que você pode esperar do café em 2025.

2024 foi um ano simplesmente desafiador para os produtores de café, quando o clima teve seu desempenho mais extremado desde que registros de temperatura, chuvas e ocorrência de tornados se tornaram frequentes.

Frutos maduros, variedade Catuaí Vermelho 144. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

Grande parte das regiões produtoras de café sentiram os efeitos das altas temperaturas e baixíssima umidade do ar, diminuindo consideravelmente o tamanho médio dos grãos de café, o que levou a uma inevitável quebra de safra. Uma das poucas exceções foi a Chapada Diamantina, BA, que teve chuvas em quantidade para repor boa parte de seus mananciais.

Se com os campos do Coffea arabica os acontecimentos foram ruins, no caso das lavouras de Coffea canephora o quadro foi tão desolador quanto. O norte do Espírito Santo, que concentra a maior produção de Conilon e, por tabela, dos canéforas do Brasil, junto do Extremo Sul da Bahia (Teixeira de Freitas como referência) sentiu da mesma forma os efeitos perversos do calor impiedoso.

O resultado: uma alta expressiva nas cotações, quase dobrando os preços dos dois grãos.

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Daí vem o efeito dominó...

A indústria de torrefação, das micro às gigantescas, está sofrendo com um cenário caótico de preços na compra dos grãos crus, conhecidos como grãos "verdes" (como "crus", não os defeitos). Para a torrefação manter uma relação saudável de preços com o consumidor é fundamental que a média do valor de compra das matérias primas seja a menor possível.

Aqueles que não puderam se preparar para a pancada, sofrem múltiplas fraturas que podem comprometer fortemente os negócios.

Uma certeza: prepare o bolso, porque o aumento de preço é certo!

Mas, nem só de notícias espinhosas vivemos...

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Novos rótulos de canéforas. Foto: divulgação.

O ano foi marcado pelo lançamento da Melitta do rótulo Terras Capixabas, que consolida a presença dos canéforas de alta qualidade no mercado, chegando forte e definitivamente aos consumidores, num movimento que já tinha entrada, ainda que timidamente, da Três Corações e Nestlé com sua linha de microlotes Nescafé.

É muito interessante observar que a qualidade inerente dos canéforas era de conhecimento restrito da indústria do solúvel ou café instantâneo, em razão da busca de matéria prima que permitisse obter maior rendimento de processo, contabilizando, ainda, uma qualidade sensorial que sensibilizasse o consumidor.

O Conilon, por exemplo, tem maior teor de carboidratos em sua composição, que contribuem, durante o processo de torra, na formação de substâncias que conferem percepção de corpo e doçura. Esta é a razão porque os canéforas vêm conquistando mais consumidores, pois hoje os blends modernos com esses grãos oferecem bebida mais agradável, encorpada e adocicada.

O fato do Brasil ter um campeão mundial de Cup Tasters, Dionatan Almeida, da Fazenda Caxambu e Aracaçu, de Três Pontas, MG,onde profissionais de "bico doce", isto é, que têm a capacidade e habilidade de identificar com rapidez diferentes cafés em conjuntos de trios, mostra que competições onde o talento é mandatório, pessoas de todos os países podem almejar o pódio.

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A próxima aposta é o barista carioca Emerson Nascimento, da Coffee Five, do Rio de Janeiro, RJ, que representará o Brasil neste ano no desafio Mundial de Barista e tentará repetir o feito do paulistano Boram Um, campeão mundial de 2023.

Métodos cada vez mais sofisticados ou simplificação e minimalismo?

A dúvida sobre os serviços nas cafeterias é sobre o caminho que devem seguir.

O ritual típico dos restaurantes japoneses conhecido por omakase, que numa tradução literal pode ser "por sua conta", equivalente ao francês "menu confiance" desembarcou nas cafeterias paulistanas com as devidas adaptações, onde a Pato Rei figura com protagonismo.

Cápsula Nespresso, Aromatizada. Foto: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

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O menu confiança, que veio da Nouvelle Cuisine francesa, exigia, por vezes, coragem e destemor, o que pode ser um portal de diferentes experiências.

O que será tendência ainda?

Talvez, assim como é a atual enxurrada de cafés exóticos obtidos por fermentações alongadíssimas com microorganismos exóticos (aqui no sentido de serem fora do meio natural ou importados), que pode se configurar como modismo ou nicho.

Da mesma forma, há espaço para os autodenominados cafés infusionados, quando se combinam elementos estranhos ao café para adição de aromas e sabores, assim como é feito no chocolate. As adições nos chocolates é algo de longa data, que deram ares modernos às barras, principalmente com o advento das placas "quebra quebra" introduzidas pela Dengo Chocolates no Brasil.

2025 está começando.

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E o futuro pode ser moldado da forma como cada pessoa preferir.

 

 

 

 

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