Através da história, é possível observar os efeitos sofridos pela humanidade em situações de grandes adversidades como guerras, mudanças climáticas e grandes catástrofes.
O tsunami que aconteceu na Indonésia, em 2004, arrasou diversas ilhas e comunidades, provocando a morte de centenas de milhares de pessoas. Somente um grande esforço cooperado de diversos países poderia reconstruir as cidades devastadas pela força das águas do oceano Índico.
A erupção do vulcão de Fuego, localizado na região de Antígua, mais importante origem cafeeira da Guatemala, que aconteceu em 2018, afetou bastante a produção naquele ano, além da população daquele entorno, devido aos gases tóxicos e à fuligem.
Conflitos tribais, muito frequentes em diversas regiões africanas, afetaram fortemente a produção agrícola em muitos países, pois vilas inteiras eram dizimadas por combatentes de outras etnias, que adotavam a chamada tática de "terra arrasada", deixando um rastro de destruição por onde passavam.
Nos locais onde as comunidades passaram por essas grandes adversidades, há uma completa desorganização econômica e social, levando essas regiões numa situação perversa de pobreza, escassez e perda da dignidade.
A sua recuperação é um processo longo e caro, sendo muitas vezes decisiva a colaboração de órgãos de ajuda humanitária e da iniciativa privada em conjunto com os governos locais. Uma assistência responsável, coordenada e colaborativa possibilita que a dignidade dessas pessoas afetadas seja resgatada.
Em Uganda, país africano que por muitos anos sentiu a instabilidade econômica em razão da disputa de grupos políticos após a queda de um regime ditatorial, combinada com forte adversidade climática, a produção de café perdeu muito de sua capacidade.
Como esforço da iniciativa privada, um programa que consiste na forte capacitação dos produtores para a produção de café com qualidade, incluindo manejo agrícola que combina sombreamento com bananeiras, foi implementado. O resultado pode ser medido por meio do crescimento consistente do volume de café de alta qualidade.
A produção de café do Zimbábue, que fica próximo à África do Sul, teve queda brutal ao longo dos últimos 40 anos por constante desestímulo econômico, falta de programas oficiais de extensão rural e à precária infraestrutura. A partir de 2017, um programa de apoio aos cafeicultores estabeleceu um forte trabalho de assistência técnica visando produção sob o binômio tecnologia e sustentabilidade, o que resultou no aumento na oferta de cafés de excelente qualidade, por exemplo, na província de Manicaland.
Conflitos armados por mais de 50 anos em Caquetá, região amazônica da Colômbia, fizeram com que os cafeicultores abandonassem suas terras, levando a produção de café a uma quase extinção. As guerrilhas arrasaram boa parte da infraestrutura de produção e logística, dificultando a retomada da cafeicultura após o fim dos conflitos.
Por meio de um programa de fomento à produção, treinamento e investimentos em infraestrutura já se obteve um aumento do volume de cafés de alta qualidade em pelo menos 10%.
Essas três origens, que hoje produzem excelentes lotes de arábica, estão sendo assistidas por um programa social de alto impacto liderado pela suíça Nespresso e que leva o nome Reviving Origins, que têm suas histórias condensadas nas cápsulas que levam, respectivamente, os nomes "Amaha awe Uganda", "Tamuka um Zimbabwe" e "Esperanza de Colombia".
O lançamento dessas cápsulas, que fazem parte de uma série sazonal e de edição limitada devido ao pequeno volume de café produzido nessas origens, acontece nesta semana no Brasil. Experimentar essa série é uma forma de apoiar esses pequenos produtores.
Vale a pena visitar o website produzido pela National Geographic, onde você poderá conhecer as origens, os produtores e suas histórias.