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50 tons de rosé: Douro busca repetir o sucesso dos vinhos rosados da Provence

Depois do sucesso dos rosés da Provence, a região do Douro quer marcar presença na produção deste vinho que agrada cada vez mais qualidade e conquista mais fãs

Os vinhos rosé foram popularizados pela Provence, no Sul da França. Mas, você sabia que essa variedade está sendo explorada por cada vez mais produtores no Douro, no norte de Portugal? O aumento da procura por vinhos mais leves pelo público tem tudo a ver com esse movimento.

O número crescente de rótulos desse tipo de bebida fez com que produtores da região do Mesão Frio, no início da Denominação de Origem Protegida do Douro, criassem o Douro em Tons de Rosé, que já está em sua terceira edição.

Não à toa, o evento é realizado às portas de junho, quando as temperaturas no hemisfério norte começam a subir. Outra motivação é o diálogo com o mês em que se comemora o Dia do Vinho Rosé, marcado para a última sexta-feira do mês junino.

O vinho rosé do Douro tem uma vasta paleta de cores. Foto: Gisele Rech

Quem está à frente da iniciativa é a produtora Justina Teixeira e a Câmara do Mesão Frio, que na terceira edição do evento reuniram pouco mais de 30 produtores e seus rótulos de rosé.

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Para degustá-los, nada mais providencial: um passeio pelo rio Douro a bordo de um barco, com direito a bate-papo com os responsáveis pela produção dos vinhos. No segundo dia do evento, foi realizada uma nova degustação, desta vez com vinhos de safras anteriores: a intenção foi testar a longevidade e às mudanças dos sabores e nuances dos rótulos. Por fim, foi feita uma degustação aberta ao público.

A produtora Justina Teixeira criou o Douro em Tons de Rosé. Foto: Gisele Rech

"Como percebemos o aumento da produção de rosés, para atender o mercado, pensamos em um evento que servisse para apresentar o que nossos produtores estão a fazer, cada vez com um nível mais alto de qualidade", explica o nome à frente do evento e da Quinta da Barca.

Degustação de rosés no rio Douro. Foto: Gisele Rech

Diferente do que acontece na Provence, onde os vinhos rosé seguem uma tendência de perfil e coloração que vão do rosa claro a cor de casca de cebola, os rosés do Douro são marcados por uma extensa paleta, que vai de um rosa que quase lembra um palhete aos tons que beiram os brancos. Daí a brincadeira no título desse texto: 50 tons de rosés!

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Depois do sucesso dos tintos e brancos, o Douro investe alto em rosés. Foto: Gisele Rech

O interessante nessa cena é que, cá e lá, o rosé segue a tendência de ser muito consumido no verão europeu, mas, também, pelo público adepto desse tipo de vinho, a incluir essa que vos escreve.

Para Elizabeth Gabay, uma das referências do universo do vinho rosé, é justamente essa diversidade que torna o rosé do Douro especial. "Na Provence, o vinho segue um padrão mais linear. Nesta região de Portugal, há mais nuances e, consequentemente, mais descobertas e novas experiências", diz a inglesa que vive há muitos anos na Provence.

Elizabeth Gabay é uma admiradora dos rosés do Douro. Foto: Gisele Rech

Muito da diversidade, é claro, está intimamente ligada diversidade de uvas portuguesas usadas no processo de produção do rosé. Nunca é demais lembrar que Portugal tem certa de 180 castas "ativas". Na produção de rosés no Douro, as maus utilizadas são Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, e Tinta Roriz.

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Confira os produtores que participaram da terceira edição do Douro em Tons de Rosé: Adega Cooperativa de Mesão Frio, Quinta da Rede, Quinta da Barca, Quinta de São Bernardo, Quinta Barqueiros D'Ouro, Quinta das Torres, Mãos & Irmãos R4, Quinta do Vianna, Quintas dos Avidagos, Quinta da gaivosa - Alvez de Sousa Vinhos, Caves Messias, Sogevinus, Real Companhia Velha, Quinta Nova, Rozés, Quinta da Pacheca, Sogrape, Adega Cooperativa de Favalos e Adega Cooperativa de Sabrosas.

Provence

O vinho rosé é amplamente produzido em outras regiões do mundo, como na Califórnia, onde a uva Zinfandel é sucesso absoluto. Mas não há como se negar a importância do Sul da França nessa seara de vinhos. A zona é considerada a precursora na produção de rosés no mundo.

Os rosés da Provence são produzidos há mais de 2.500 anos. Foto: Gisele Rech

A produção de rosés na região se deve muito ao clima com temperaturas mais amenas, marcada por um intenso veraneio em Nice e toda a região. Da produção total de vinhos da região, em torno de 90% é desse tipo de vinho, produzido por lá a partir das uvas Grenache, Cinsault, Mourvèdere, Shiraz, entre outras.

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Nos últimos dias, passamos alguns dias na região e, é claro, a pedida durante as refeições realizadas nos restaurantes Baketa (Le Moulin) e La Bergerie (Capelongue) foram regadas a rosés, especialmente das AOCs de Luberon e Côtes de Provence, nas proximidades da vila de Bonniuex, onde fica o hotel Capelongue, reaberto para a temporada de verão.

Os vinhos da Provence são famosos pelo mundo todo. Foto: Gisele Rech

Desta vez, ficou faltando a visita a uma vinícola que se dedica a esse tipo de vinho tão particular: fica a promessa para uma próxima ida a Provence. Em contrapartida, teve lavanda, que é um tema para uma próxima conversas.

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