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Chef Alessandra Montaigne apresenta força da sua cozinha nos Jogos Olímpicos de Paris

Chef brasileira Alessandra Montaigne, do Nosso, do Tempero e do projeto de Alain Ducasse para o Louvre marca presença nos jogos olímpicos de Paris

Enquanto as meninas da ginástica artística brasileira entravam para a história dos Jogos Olímpicos ao conquistarem a primeira medalha na disputa por equipes na modalidade, eu iniciava o texto que versa sobre outra mulher incrível que brilha em Paris: a chef Alessandra Montaigne.

Chef Alessandra Montaigne, do Nosso, do Tempero e do projeto de Alain Ducasse no Louvre, participou dos jogos. Foto: Divulgação.

A carioca criada em Minas Gerais, na pequena Poté, venceu muitos obstáculos até chegar ao sucesso de seus restaurantes - Nosso e Tempero-, ao espaço gastronômico que vai abrir no Louvre e, agora, aos Jogos Olímpicos de Paris.

Sim, enquanto os atletas da equitação davam duro nas provas realizadas no Palácio de Versailles, a brasileira integrava o time de hospitalidade da competição: fez parte da equipe de cozinheiros que preparou uma média diária de 600 refeições ao longo dos três dias da disputa. "Foi de longe a experiência mais incrível em um evento que tive na vida. Preparei um raviole de lagosta com bisque que foi muito elogiado", orgulha-se.

Na França há mais de 20 anos, ela não esconde como ficou o coração durante as provas. "Chorei de emoção no metrô depois da medalha (de prata) do francês Stéphane Landois no hipismo Fiquei pensando no quanto esse país tem me dado, do quanto foi incrível a experiência de participar dos jogos", disse Alessandra à Viagem Gastronómica, do Paladar.

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O sentimento de gratidão perpassa a trajetória da chef, que entrou no radar mundial ao ser anunciada como um dos chefs do time de Alain Ducasse no novo projeto gastronômico do Louvre, que será inaugurado no final do ano. "Ele provou minha comida no Tempero, lá atrás, e gostou. Acabamos estreitando os laços e quando surgiu a licitação do projeto no museu, concorremos e vencemos", relembra Alessandra, que ainda não pode revelar o nome do restaurante que comandará no complexo. "Já está tudo encaminhado, do conceito ao menu", garante.

Tal como uma atleta de alta performance, vencer desafios têm sido o mote da vida de Alessandra, que chegou Paris pra estudar francês em 1999 em busca de uma nova vida. "Tive um filho muito jovem e sofri muita agressão física e verbal, inclusive na frente do meu filho", relembra, entre lágrimas.

A vida começou a dar uma grande guinada quando a mãe, de quem havia se separado na infância e já vivia na França com o marido francês, a chamou para fugir das dores que sofria no Brasil. Criada pelos avós em Minas Gerais, ela aprendeu desde cedo a lidar com bons ingredientes e boa cozinha, o que, aliás, é a base do seu trabalho até hoje, que preza, e muito, o contato com pequenos produtores e o aproveitamento integral dos ingredientes.

A chef Alessandra Montaigen busca a matéria-prima do Nosso e do Tempero direto do campo. Foto: Anne Claire Heraud

"Fui a Paris e era sempre a amiga que cozinhava no meu grupo e, devido ao reconhecimento deles, decidi investi em aulas da cozinha". Deu super certo: formou-se com méritos em culinária e confeitaria na escola de hotelaria Jean Drouant, passou por experiências com Benoît Castel na Grande Epicerie de Paris, com William Ledeuil e depois Adeline Grégal, até abrir o Tempero em 2012, no 13º arrondissement.

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Nosso e Tempero

Depois da participação nos jogos e enquanto o Louvre não abre, a energia da chef se concentra nos seus dois projetos em Paris: o Tempero, com pinta de bistrô, e o Nosso, um restaurante gastronômico mais despretensioso, onde além da comida com bons ingredientes e ótimas técnicas, a gente se sente acolhido.

O Nosso (par Alessandra Montaige) tem pratos de técnica acurada e mistura de ingredientes brasileiros e franceses. Foto: Anne Claire Heraud/Nosso

Tive a oportunidade de visitar o Nosso, referenciado no Guia Michelin da Franças, há poucos meses e me apaixonei pela qualidade dos pratos do menu do dia, servido aos almoços. Infelizmente, não consegui provar o menu degustação servido à noite. Se você está em Paris para os jogos olímpicos ou pensa em visitar a Cidade Luz a qualquer altura, recomendo firmemente.

A chef segue a tendência de ir aos produtores da região da Ilê-de-France para buscar a matéria-prima que usa na confecção dos pratos. Quanto por lá estive, tive a sorte de ser alta época dos aspargos, super tenros e frescos, servidos com um molho incrivelmente equilibrado. Outra atração, na entrada, era o brasileiríssimo pão de queijo, elevado à máxima potência com um toque de caviar.

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O menu do Nosso trabalha com ingredientes de temporada. Foto: GiselelRech

No Nosso, o menu de almoço pode ser demandado no melhor estilo menu du jour, ou menu dia, que geralmente corresponde a um combo. A combinação de entrada e prato principal ou prato principal e sobremesa sai por 40 euros. Já o menu fechado, com entrada, prato principal e sobremesa custa 44 euros.

Pão de queijo e caviar. Foto: Gisele Rech

Também é possível pedir os pratos separadamente, como é o caso, no menu atual, da flor de abobrinha recheada com lentilha dourada com gazpacho de legumes e queijo branco defumado (14 euros), que faz parte das opções de entrada. Ou a vitela preparada na churrasqueira, com polenta cremosa, condimento de cebolinha e jus da carne (28 euros). As sobremesas custam 14 euros e eu iria diretamente nas cerejas em conserva, servidas com ricota cremosa, crumble de amêndoas e sorvete de cereja. A taça de vinho sai a partir de 8 euros.

À noite, são duas opções de menu degustação. O solar, com cinco sequências, sai por 82 euros e o Paris-Rio, que é a cara da chef franco-brasileira,  tem sete pratos. Há opções de harmonização e versão vegetariana, que deve ser solicitada no ato da reserva.

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De frente ao Nosso, está o Tempero, que marcou o início da empreitada de Alessandra como restauranter em Paris, nos idos de 2012. Com uma proposta de ser um bistrô, os tradicionais espaços gastronômicos franceses de valores mais acessíveis, a casa também tem as fórmulas, que varia de 26 euros (entrada e prato principal ou prato principal e sobremesa), a 30 euros (com entrada, prato principal e sobremesa).

Há também opções à la carte, como o tártaro de salmão com maçã-verde e erva-doce (9 euros, assim como todas as entradas) e os pratos principais servidos no cocote (20 euros cada), como a carne de porco confitada com creme de batata doce e abobrinha. As opções com frango também costumam sempre estar presentes.

 

Serviço

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Nosso Endereço: 22 Promenade Claude Lévi-Strauss, Paris Instagram: @nosso.paris

Tempero Endereço: 24 Promendade Claude Lévi-Strauss, Paris Instagram: @tempero.paris

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Quer fazer mais viagens gastronômicas pelo mundo e saber mais sobre ingredientes, história e restaurantes por aí? Acompanhe a coluna aqui no Paladar e também no meu Instagram: @giselerech.

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