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Viagem Gastronômica

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Pastel de nata salgado rompe a tradição e faz sucesso na Europa

Além dos pastéis salgados de bacalhau, sardinha, alheira, carne, frango e legumes, a Natas D'Ouro também tem sabores doces diferentes, como de vinho do Porto e Caipirinha

O pastel de nata é, sem dúvida, um dos símbolos da gastronomia portuguesa. O doce conventual e sua receita centenária se popularizou pelo país e rompeu fronteiras. Não à toa, tem até concurso anual, que elege a melhor versão de Lisboa e região durante o Congresso dos Cozinheiros, sobre o qual logo falaremos mais a frente. O foco aqui, no entanto, é na versão salgada dessa delícia, que tem massa folheada e crocante - ou, estaladiça, como dizem os portugueses - e recheio generoso, nas versões bacalhau, sardinha, alheira (um tipo de embutido português), carne, frango e legumes.

Pastel de nata de bacalhau é uma das versões salgadas da Natas D'Ouro. Foto: Divulgação/Natas D'Ouro

A ideia de criar versões salgadas para o pastel de nata, que deixou os mais, digamos, puristas, com os cabelos em pé, veio a partir de uma ideia dos franqueados espanhóis da Natas D'Ouro, pastelaria com 40 anos de história que tem unidades em Palma de Mallorca, Pontevedra e Vigo. "Eles contaram que os clientes pediam algo salgado nas lojas e o nosso CEO e chef, Filipe Silva, decidiu apostar em versões salgadas, com algumas adaptações, como uma massa mais espessa para segurar o recheio", explica Sónia Dias, consultora da Natas D'Ouro.

Os pastéis de nata salgados, como o de sardinha, mantém a massa folhada e crocante da receita original. Foto: Divulgação/Natas D'Ouro

A iniciativa não foi surpresa para quem já conhecia as versões doces diferentonas da marca, que começou a quebrar a tradição com o pastel de nata de Vinho do Porto, o primeiro produto de Denominação de Origem Protegida (DOP) do mundo. "A base é feita em formato de rabelos, os barcos que transportavam as pipas (barris de vinho) antigamente".

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O pastel de nata de vinho do Porto é uma das criações fora da caixa da Natas D'Ouro. Foto: Divulgação/Natas D'Ouro

Além dos sabores tradicionais e do vinho do Porto, há ainda pastéis de nata de laranja, limão, chocolate e até de caipirinha. "Fizemos uma homenagem ao Brasil, mas o mundo todo adora essa versão", garante Sónia.

Por falar em Brasil, por se tratar de uma franquia, a gente não tinha como deixar de perguntar se a marca vai atravessar o oceano. "Por ora, a expansão é pela Europa. Além de Espanha, estamos na Suíça e vamos abrir em Paris. Mas, certamente, o Brasil não está fora dos planos", finaliza Sónia.

Concurso anual

A vontade de contar mais sobre a Natas D'Ouro surgiu com a aproximação do concurso O Melhor Pastel de Nata, decidido anualmente durante o Congresso de Cozinheiros, uma das maiores concentrações de chefs por metro quadrado na região de Lisboa durante dois intenso dias de atividades. O evento foi realizado nos últimos domingo e segunda (24 e 25), no Nirvana Estúdios, em Oeiras, região de Lisboa.

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Além das apresentações e aulas de culinária dos profissionais de maior expressão na cena gastronômica portuguesa e mundial, o evento abriga a disputa entre pastelarias da capital portuguesa e região, sob a batuta do historiador de gastronomia, Virgílio Gomes. Ele ensina: um bom pastel de natal tem que ter massa estaladiça e um recheio equilibrado nos sabores e na consistência. Aliás, tem reels no meu perfil do Instagram com uma aula do mestre Virgílio sobre o tema, produzido no concurso de 2022.

Na degustação às cegas de 2023, quem levou a melhor foi a Confeitaria Glória, da Amadora, aberta em junho pelo empresário João Castanheira. Na sequência, ficaram a Padaria da Né e O Pãozinho das Marias. Já fica a dica para a sua próxima viagem gastronômica por Lisboa e região.

O Melhor Pastel de Nata é eleito todos os anos no Congresso dos Cozinheiros. Foto: Gisele Rech

 

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