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Burger King, KFC, Subway: quanto custa ter uma franquia das maiores redes de fast food? Veja opções

Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil; franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil

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Foto do author Felipe Siqueira
Atualização:

Quais os requisitos básicos para ter uma franquia de uma grande rede de fast food? O custo é muito mais alto? Tem alguma diferença em relação a outros negócios? Por que uma loja de roupa dentro de um shopping pode ser mais barata do que um drive-thru? O Estadão conversou com as maiores marcas que atuam no Brasil para saber condições, preços e outras coisas mais. A reportagem ouviu também o Sebrae-SP, para entender quais as principais diferenças quando o assunto é fast food.

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O primeiro ponto a ser ressaltado é como funciona uma dinâmica de franquia - e por que ela pode ser vantajosa ao empreendedor. “Tudo já foi validado pela marca”, explica o consultor do Sebrae-SP Ruy Barros.

Ele lembra que os custos referentes a uma empresa que atua no setor de franchising já são completamente formatados. Claro que pode haver gasto eventual, mas a estimativa é bem próxima do que será necessário ser desembolsado por parte do franqueado - que é quem vai comprar o direito de usar a marca.

Neste levantamento, o Estadão consultou as principais marcas de fast food que atuam no Brasil. A franquia mais barata custa cerca de R$ 500 mil e a mais cara chega na casa de R$ 5 milhões. Por que estes valores são tão altos? Até mesmo o considerado “barato” já está em uma faixa de valor alta.

O consultor do Sebrae-SP explica que dois fatores influenciam diretamente nestas cifras.

  • O primeiro deles é a demanda. As pessoas nunca vão deixar de ter a necessidade de se alimentar - e algo rápido, no ritmo que trabalhamos atualmente, sempre é buscado, para otimização do tempo. “Roupa dá pra comprar uma vez por mês. Mas você tem que comer todo dia. O setor de alimentação está sempre em crescimento, não parou nem durante a pandemia”, diz.
  • O segundo é justamente o apelo da marca, que já envolve marketing. “Qual hambúrguer vem primeiro à mente quando você está com fome? Isso vai estar incluso no preço da franquia”, completa.
Logos de Burger King, KFC, Pizza Hut e Subway Foto: Evgenia Novozhenina/Reuters, Kim Kyung-Hoon/Reuters, Mario Anzuoni/Reuters e Leonhard Foeger/Reuters

Existe um terceiro tópico que não é exclusividade do setor de fast food, mas que tem bastante impacto nos valores: o ponto físico. A não ser que seja uma dark kitchen, que realiza apenas entregas, um restaurante fast food precisa ter espaço físico - realidade esta presente em todos os consultados pela reportagem.

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“Existe um certo custo inflacionário do ponto quando falamos em fast food”, comenta. De acordo com o especialista, se a marca vai comprar o espaço para alugar para o franqueado, existe a chance de a venda deste ponto ser um pouco mais cara porque é um fast food que será instalado por lá, vendido para uma grande empresa.

Os requisitos são diferentes?

Barros, do Sebrae-SP, explica que não existe um requisito diferente para ser dono de uma unidade de uma rede de fast food. O que se aplica em outras empresas, de setores diferentes, também é verdade no ramo de alimentação rápida. Mas existe uma peculiaridade relevante: trabalhar aos finais de semana. O movimento tende a ser maior de sexta, sábado e domingo - comumente tidos como dias de descanso. Portanto, o comprometimento em relação a essas datas tem que ser maior, conclui o especialista. “As folgas do dono também vão passar a ser por escala.”

Confira a seguir a lista de franquias que o Estadão consultou. As informações estão organizadas na seguinte ordem:

  1. investimento inicial: valor que precisará ser desembolsado pelo empresário;
  2. faturamento médio mensal: valor bruto que a operação consegue girar;
  3. lucro médio mensal, valor que desconta as obrigações mensais, como pagamento de funcionários, aluguel, contas de consumo, etc;
  4. prazo de contrato: tempo que o franqueado poderá utilizar a marca, com eventuais obrigações, contrapartidas e multas previstas, em casos de quebra;
  5. royalties: uma espécie de mensalidade para usar tanto a marca quanto o know how da empresa;
  6. fundo de marketing: arrecadação da franqueadora para realizar campanhas publicitárias que visam, por exemplo, prospecção de clientes

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Vale sempre lembrar que as informações referentes ao negócio devem constar na Circular de Oferta de Franquia, a COF, conforme prevê a lei 13.966/2019, que rege o setor. O documento precisa ser entregue com, ao menos, 10 dias de antecedência de uma eventual assinatura de contrato ou pré-contrato.

E também é importante ressaltar que, a depender da marca, pode ser que o prazo de contrato - e até mesmo outros itens, como territorialidade, que é a distância que determinada loja tem como liberdade de atuação - seja negociável.

Todas essas informações são essenciais para saber em quanto tempo se dará o prazo de retorno, chamado de payback, no mercado, já que royalties e fundo de marketing serão descontados do próprio faturamento, o que impactará no lucro.

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Até o fechamento desta reportagem, McDonald’s não retornou o contato com valores e modelos de franquias.

Burger King

Existem dois tipos padrões de lojas para a marca: rua e shopping. O prazo de contrato para o BK é o maior deste levantamento, ao lado do Subway: 20 anos. Não há estimativa de lucro nem tempo de retorno estimados pela empresa.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,5 milhões para o modelo de shopping e R$ 5 milhões para o modelo de rua
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 500 mil
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Fundo de Marketing: 3,5%

KFC

A rede de frangos fritos não abre estimativas de faturamento e lucro por serem “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: R$ 2,2 milhões para o modelo de shopping, R$ 2,8 milhões para modelo fora de shopping e R$ 4,5 milhões para o modelo drive-thru
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos.
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

Pizza Hut

Assim como KFC, do mesmo grupo (IMC), a rede de pizzas não abre estimativas de faturamento e lucro por ser “companhia de capital aberto”, conforme informou a marca por meio da assessoria de imprensa. Processo para se tornar um franqueado também costuma durar cerca de três meses.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão, com modelos para shoppings, centros comerciais e entregas
  • Prazo de retorno estimado: 4 anos
  • Prazo de contrato: 10 anos
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 5% para o fundo de marketing

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Giraffas

Há três modelos diferentes para a rede Giraffas: rua, shopping e hipermercado, com diferentes valores. Tudo costuma ficar em torno da faixa de R$ 750 mil a R$ 1 milhão.

Modelo de rua

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 1 milhão
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 215 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Shopping

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 790 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 200 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

Hipermercado

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 750 mil
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 195 mil
  • Lucro médio mensal estimado: 12%
  • Prazo de retorno estimado: até 36 meses
  • Prazo de contrato: 5 anos
  • Royalties/mês: 5%
  • Fundo de marketing: 3%

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Bob’s

Há quatro modelos para o Bob’s: “loja dentro de loja”, shopping, rua e drive-thru. Os investimentos partem de R$ 930 mil e podem chegar à casa de R$ 1,5 milhão.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 930 mil (store in store), R$ 1 milhão (shopping), R$ 1,2 milhão (lojas de rua) e R$ 1,5 milhão (drive-thru)
  • Faturamento médio mensal estimado: R$ 180 mil
  • Lucro médio mensal estimado: entre 12% e 15%
  • Prazo de retorno estimado: 36 a 48 meses
  • Prazo de contrato: 60 meses
  • Royalties/mês: 6%
  • Taxa de manutenção/mês: 4%

Subway

Há dois modelos disponíveis (convencional, como shopping e outros estabelecimentos, e lojas autônomas, como rua e drive thru) para compra ao franqueado, mas a marca não informou os preços de maneira individual à reportagem. A rede também não informou o faturamento médio estimado. Prazo de contrato é o mais longo, ao lado do BK: 20 anos.

  • Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 490 mil
  • Lucro médio mensal estimado: de 10 a 15%
  • Prazo de retorno estimado: de 36 a 60 meses
  • Prazo de contrato: 20 anos
  • Royalties/mês: 8%
  • Taxa de manutenção/mês: 4,5%

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em outubro de 2023.

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