Foto do(a) blog

Fique por dentro do cotidiano da pequena empresa como você nunca viu antes.

Opinião | Conceito de inovação aberta com impacto socioambiental avança no Brasil e traz oportunidades

Grandes empresas, empreendedores sociais e organizações têm se unido na construção de futuros mais inclusivos e sustentáveis no País

PUBLICIDADE

Publicidade
Por Maure Pessanha

Para as corporações, estruturar estratégias de valor compartilhado é, em primeira instância, dar início à construção de fortes relações de contribuição mútua entre empresa e sociedade. Esse pensar corporativo – amplamente conhecido como inovação aberta – ganha novos contornos quando adicionamos à equação o elemento do empreendedorismo de impacto. Em um momento em que o Brasil vê fortalecida a cultura empreendedora e avança na consolidação de um ecossistema de impacto, essa junção se mostra bastante promissora.

PUBLICIDADE

O conceito de inovação aberta com impacto positivo, portanto, tem por premissa criar condições propícias e conexões relevantes entre grandes empresas e negócios de impacto para o desenvolvimento de soluções conjuntas voltadas a gerar avanços sociais como, por exemplo, contribuir na promoção da mobilidade social do país, combater as desigualdades e compor ações inovadoras diante da crise climática. A potência contida na união de grandes empresas, de empreendedores sociais, de institutos e fundações e da população gera um movimento capaz de construir futuros mais inclusivos e sustentáveis.

Priscila Martins, diretora de Relações Institucionais da Artemisia e especialista no tema de inovação aberta com impacto, conta que a organização – uma das pioneiras nessa modalidade – tem desenvolvido projetos customizados com grandes empresas genuinamente interessadas em levar inovação e amplificar o impacto positivo, em especial, em suas cadeias de valor.

“Na jornada das corporações, a demanda por unir inovação e contribuição positiva à sociedade requer estruturar novas visões estratégicas. Do ponto de vista global, as crises sociais e ambientais ditam, também, a urgência de um alinhamento de forças de diferentes atores e elos da sociedade para a conquista conjunta de objetivos sociais, econômicos e ambientais”, afirma.

Priscila ressalta que o aumento do interesse das empresas diante da inovação aberta com impacto revela a tendência de substituir ações pontuais por um modelo mais estruturado e disruptivo de construção coletiva. Um formato que funciona tanto para a criação de respostas a desafios sociais quanto ambientais.

Publicidade

Um dos exemplos recentes dessa construção é com a Trashin – negócio de impacto selecionado pelo programa de inovação aberta Resíduo Extinto, iniciativa de O Boticário conduzida pela Artemisia.

Com soluções inovadoras e tecnológicas para promover a economia circular, a Trashin atua com logística reversa, gestão de resíduos e implementação de processos sustentáveis em eventos de todos os portes.

Sérgio Finger (à esquerda) e Rafael Dutra, fundadores da Trashin. Foto: Divulgação/Lidiane Bortoli

O projeto-piloto com O Boticário e a Artemisia tem por objetivo atuar no 360º da gestão de resíduos – visando à prevenção da destinação incorreta de resíduos sólidos por meio da implantação de PEV (Pontos de Entrega Voluntária), ao engajamento da comunidade local e à mitigação do impacto por meio da implantação das ecobarreiras em capitais pelo Brasil, como Porto Alegre e Curitiba.

As barreiras flutuantes instaladas em locais estratégicos nos rios retêm volumes enormes de resíduos descartados incorretamente nesses ambientes. Ao serem retidos, os materiais são encaminhados para cooperativas de reciclagem, onde passam por uma triagem para avaliar a possibilidade de serem reciclados.

O sistema de rastreabilidade desenvolvido pela Trashin faz com que todos os resíduos retirados das águas sejam cadastrados de acordo com volume e tipo. Essa solução completa reduz a poluição dos rios e gera renda extra para catadores e cooperativas de reciclagem.

Publicidade

A estratégia de apoio ao negócio de impacto envolve a capacitação dos atores e integração da cadeia da economia circular para ativação da rastreabilidade dos resíduos, da coleta à destinação via cooperativas parceiras. Durante todo o processo de aceleração, a Trashin recebe suporte individual de um time de especialistas em inovação, desenvolvimento de negócios, impacto socioambiental e temas correlatos para o fortalecimento da estratégia de negócio.

Opinião por Maure Pessanha

Coempreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no Brasil no fomento e na disseminação de negócios de impacto social e ambiental.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.