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Opinião|Mapeamento revela expansão do ecossistema brasileiro de govtech

Conduzido pelo BrazilLAB, primeiro hub de inovação GovTech da América Latina, projeto identifica startups e PMEs que usam tecnologia para desenvolver soluções de problemas públicos

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Por Maure Pessanha

Para investigar o ecossistema de GovTech nacional – do ponto de vista da oferta, da demanda e das iniciativas de inovação do poder público –, o BrazilLAB conduziu um meticuloso mapeamento de pequenas e médias empresas (PME) e startups. A análise aponta, entre as conclusões, que em relação ao primeiro mapeamento, realizado em 2020, houve uma expansão significativa de iniciativas públicas de inovação em todos os poderes e níveis do governo.

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As 475 empresas mapeadas são, na maioria, soluções voltadas para a gestão pública, educação e saúde. Há, ainda, verticais temáticas como saneamento, meio ambiente, smart cities, cidadania e segurança.

De acordo com os coordenadores do “Mapa GovTech Brasil 2024″, os resultados reforçam o enorme potencial e impacto positivo do ecossistema nacional. No entanto, a análise do recorte geográfico revela que as 338 iniciativas de inovação do poder público – vinculadas ao Poder Executivo e ao nível federal, em sua maior parte – se concentram no eixo Sul-Sudeste. Essa característica, inclusive, é comum tanto entre a oferta quanto a demanda; e envolve, também, as startups.

Claudia Pires, fundadora do SO+MA, startup de impacto socioambiental que é um dos destaques do Mapa GovTech Brasil 2024. Foto: Divulgação/PSV/

Com relação aos avanços na temática, o Mapa destaca a legislação de compras públicas do Brasil, especialmente a adoção do novo Tripé Regulatório GovTech – composto pela nova Lei de Licitações, Lei do Governo Digital e o Marco Legal de Startups e do Empreendedorismo Inovador –, além dos novos instrumentos jurídicos introduzidos por cada uma das três leis, que abre uma enorme oportunidade para os players do ecossistema.

O relatório chama a atenção, também, para o aumento no fluxo dos investimentos no mercado B2G (vendas de empresas para o governo) com a criação dos primeiros fundos exclusivamente dedicados a esta vertente e à realização de grandes rodadas de captação por parte das govtechs. Na prática, esses elementos criaram condições favoráveis para o crescimento e a consolidação do lado da oferta.

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Esse aumento do fluxo de investimento é bastante relevante porque contribui não somente para a expansão da quantidade e qualidade das govtechs, como impulsiona um processo no qual mais startups deste segmento atinjam o estágio de tração. Consequentemente, esses empreendedores passam a contar com melhores estruturas financeiras para potencializar as implementações de soluções e os resultados de suas soluções diante dos desafios do Poder Público.

O levantamento identificou, também, que o principal desafio para o desenvolvimento do ecossistema GovTech é cultural e adaptativo, ou seja, envolve a necessidade de capacitação e qualificação dos gestores públicos, além do estímulo à cultura de inovação dentro da administração pública. Como tendência, destaca a importância de que a nova Estratégia Brasileira de Governo Digital contemple a integração e o apoio financeiro entre União, Estados e Municípios. Na prática, alavancar o potencial e a capacidade dos municípios de avançarem no processo de inovação e transformação digital do setor público no Brasil.

Por último, acho interessante citar a recomendação que o Mapa traz sobre a importância de fomentar a conexão entre a pauta de combate e redução das mudanças climáticas, enxergando a agenda GovTech como uma potencial catalisadora de novas oportunidades para o setor – tanto sob a ótica da oferta quanto da demanda.

A íntegra do “Mapa GovTech Brasil 2024″ está disponível neste link.

Opinião por Maure Pessanha

Coempreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no Brasil no fomento e na disseminação de negócios de impacto social e ambiental.

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