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Opinião | O impacto social da 42, um negócio que promove o letramento digital

Criada em 2013 na França, a empresa ensina programação e forma talentos em situação de vulnerabilidade para posições em tecnologia

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Por Maure Pessanha

No Brasil, o déficit de profissionais de TI deve chegar a quase 800 mil em 2025, de acordo com estimativas da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). A análise dos possíveis motivos aponta, essencialmente, para um descompasso entre o ritmo de formação e a demanda crescente do mercado por profissionais nas áreas de software, serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e TI in-house.

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À luz da inclusão produtiva, os constantes investimentos em tecnologias de transformação digital - que têm gerado postos de trabalho em todo o País - demandam a atuação de negócios de impacto social focados na formação e inclusão no mercado de profissionais de faixas etárias diferentes.

Em um mundo permeado pelos avanços tecnológicos, a sociedade brasileira precisa pensar na educação em tecnologia como ferramenta para a inclusão produtiva, sobretudo de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social. Estou falando em substituir a concepção de que o conhecimento tecnológico é privilégio de poucos pela noção da nossa urgência em criar mecanismos de democratização desse ensino.

Karen Kanaan, sócia da 42 São Paulo. Foto: Pedro Montes

Em uma instância mais aprofundada, virar a chave de uma tecnologia que, hoje, é fator de exclusão para a ideia de uma ferramenta de inclusão - produtiva, social e econômica. Um negócio de impacto social tem viabilizado, pioneiramente e concretamente, essa proposta ao transformar o cenário global do ensino de engenharia de software

Gratuita, a École 42 (matéria do Estadão) foi criada em 2013 na França e se expandiu pelo mundo, chegando ao Brasil em 2019. Hoje conta com unidades em São Paulo, no Rio de Janeiro e, ainda esse ano, abrirá outra em Belo Horizonte (Minas Gerais). Com o objetivo de oferecer uma alternativa educacional para formar pessoas, especialmente em situação de vulnerabilidade social e econômica, a iniciativa foca em uma capacitação de excelência para que mais e mais pessoas estejam preparadas para serem protagonistas no mundo digital. 

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Repensar a aprendizagem e a relação entre educação e empregabilidade é um dos principais pilares de inovação social da 42. E, também, uma maneira consistente de estruturar o financiamento e apoio de uma nova geração de profissionais altamente capacitados. Karen Kanaan, sócia do campus de São Paulo, diz que a ambição da 42 é ser a maior rede para formação de human coders no mundo. Ou seja, o ser humano no centro do processo, porque o olhar da 42 para a tecnologia passa pelo conceito de tecnologia social via investimento em letramento em futuros (futures literacy).  

Para além da geração de empregos, renda e oportunidades, no cerne da atuação da 42 está o objetivo de desenvolver tecnologia para as pessoas por meio de uma formação de profissionais diversos. Democratizar o acesso à formação em tecnologia e ao letramento de dados é fundamental para a inclusão e a mobilidade social. E, como os futuros ainda estão em construção, podemos agir para torná-los mais diversos, equânimes e inovadores. 

Para finalizar, recomendo a leitura de um estudo exploratório produzido pela 42, Human Coders - reprogramando futuros, composto por três books temáticos que abarcam a transformação tecnológica e seus impactos pelas lentes da Educação, Empregabilidade e de Mercados.  O download pode ser feito no site: https://www.humancoders.com.br/.

Opinião por Maure Pessanha
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