Ainda há muitas dúvidas de como os franqueados fazem uso das redes sociais para seus públicos locais e como as franqueadoras lidam com o e-commerce em relação às suas redes.
Empreendedores buscando, nas franquias, a oportunidade de bom negócio a investir demonstram medo da concorrência que o e-commerce da própria marca pode fazer à loja deles e se perguntam se franqueadores comissionam pelas vendas nas áreas de atuação franqueadas ou não. E querem postar suas selfies em campanhas criativas (risos). Pode isso?
Indo direto ao assunto: cada marca atua à sua moda, considerando o melhor a todos os envolvidos ou conforme o momento em que a mesma se encontrar. A omnicanalidade, que se traduz como a integração dos canais de venda físicos e digitais de uma marca, é um caminho sem volta. Assim como são os modelos de negócios em rede com necessários ajustes e evoluções. Eles vão seguir crescendo.
Para se valer da integração de canais, cada setor e seus mixes de produtos requerem atuações um tanto distintas. Moda, por exemplo. Uma marca de enxoval e vestuário infantil não se comunica nem vende, no e-commerce, exatamente como uma marca de lingerie. A cliente de lingerie vê pela internet e se sente atraída a ir ao PDV pela necessidade de tocar o material, experimentar. A taxa de conversão de uma franquia física de lingerie tende a ser maior do que outros tipos de produtos e segmentos dentro do mesmo setor.
Já a loja digital de vestuário infantil pode resolver a vida de pais mais facilmente por ser mais "óbvio" o que estão comprando. Cada uma com suas características, particularidades, qualidades e desafios.
Tomando um café on-line com Ricardo Marcondes, responsável pela expansão da Liz Lingerie, ele enfatizou a importância de cada unidade franqueada falar, se relacionar com suas clientes por Instagram e WhatsApp, devido à cultura local, tendo a página oficial da marca nas redes sociais, o papel institucional e de posicionamento.
Comentou que os franqueados da Liz têm um manual operacional de uso das redes sociais, cujas regras vêm em um roteiro do que pode ser feito, assim como o que não é adequado à filosofia da marca. Na área de acesso de franqueados, na plataforma de gestão da empresa, há modelos a serem utilizados e a base de comunicação está toda montada.
E a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) exigindo atualização das práticas a serem seguidas para a coleta e o tratamento de dados pessoais e de dados sensíveis (como biometria e informações sobre política e religião) promoveu atualização do manual. Um cuidado fundamental na ótica do Ricardo. Vale a dica!
De forma geral, é bom que funcione assim. Mas não há uma única forma de fazer, seja ela correta ou errada. Há franqueadoras que não autorizam páginas individuais por franquia, centralizam as redes sociais sob sua gestão. Algumas são mais flexíveis e outras nem tanto, ainda que usem sugestões de franqueados e reconheçam sua importância.
Cada marca atua conforme sua decisão em termos de estratégia de comunicação. Mas uma coisa é certa e comum a todas: só não deve rolar solto, dá ruim!
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