Tudo começou quando o pequeno João, então com 3 anos, fez um pedido para a mãe: “faz um ‘bigadelo’ para mim?”. A empresária carioca Melina Kauss, 40, atendeu prontamente a solicitação e cozinhou, com o filho, uma variedade de sabores. As receitas fizeram sucesso na vizinhança e, mais tarde, foram profissionalizadas. Hoje, a Bigadello atua com máquinas de autoatendimento em shoppings e faturou R$ 780 mil em 2023.
Melina trabalhou como executiva em uma rede internacional de hoteis até 2019. Durante os eventos, fazia amizade com diversos nomes da gastronomia e pâtisserie do Brasil e exterior, com quem aprendia por curiosidade.
O seu interesse pela culinária – até então, um hobby – crescia, assim como a vontade que tinha de passar mais tempo ao lado do filho. Em certo ponto, os pedidos feitos inicialmente por vizinhos, familiares e amigos se alastraram.
“A demanda de encomendas aumentou de forma significativa a ponto de ela ter que optar por qual carreira seguir. Ali nascia uma nova profissão”, conta o designer e empresário Mauro Castro, 48, sócio da Bigadello e marido de Melina.
Em 2019, o casal inaugurou a sua primeira loja em um condomínio clube com mais de 700 apartamentos em Curitiba. Eles investiram cerca de R$ 200 mil para a abertura.
O espaço consiste em um hub gastronômico, com oferta de refeições, mercado autônomo, adega, espaço para eventos, alimentos congelados, cafés, drinks e coquetéis. De acordo com Castro, mais de 3 mil pessoas passam pelo local diariamente.
Máquinas de autoatendimento
Em 2023, a Bigadello inaugurou a primeira máquina de autoatendimento para a venda de brigadeiros. “Foi uma forma de extrapolar os muros do condomínio em que atuamos. [Queremos chegar em] shoppings centers, lojas de departamentos, faculdades , centros gastronômicos…”, diz Castro.
O empresário explica que funciona como uma máquina de refrigerantes ou salgadinhos: o equipamento é uma máquina de autosserviço, ou seja, o cliente escolhe o sabor do brigadeiro em uma tela touch screen, define a forma de pagamento e o efetua por meio das maquininhas eletrônicas de cartão.
Assim que o sistema computa o pagamento, um elevador sobe e leva o produto escolhido até um compartimento que fica na parte de baixo da máquina. Então, basta abri-lo e retirar o brigadeiro.
Atualmente, há máquinas da Bigadello no condomínio clube Lifespace e nas lojas Daju, em Curitiba. Há também um projeto em andamento no Shopping Curitiba. “Estamos com proposta de entrar em mais três shoppings na capital paranaense e em outro em uma cidade satélite, chamada Araucária”, anuncia Castro.
Mais de 60 sabores
A Bigadello conta com mais de 60 tipos de brigadeiro no seu cardápio. Há sabores como chocolate ao leite, amargo, branco, morango e pistache – o preferido dos curitibanos. Existem opções para quem tem restrições, como diet, light e veganas.
O valor unitário é de R$ 5, mas também há kits com três unidades (R$ 14,50); seis (R$ 29,50) e 16 (R$ 74).
Nas datas comemorativas, a marca sempre oferece produtos exclusivos, como os ovos de colher na Páscoa. “A saída é significativa, mas o carro-chefe sempre será o brigadeiro”, garante Castro.
Na conta do Instagram da marca, que reúne mais de 20 mil seguidores, Melina Kauss mostra quais são eles e o passo a passo de como são feitas as guloseimas.
Nas avaliações do Google, a marca tem cinco estrelas. Os três comentários são positivos. “A dieta que lute”, brinca um dos consumidores.
A expectativa para 2024 é um crescimento de 30%, contando com um plano de expansão. Para esse ano, a expectativa é de que a primeira unidade franqueada seja comercializada.
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