‘ChatGPT dos editais’ usa IA para empreendedor achar investidores de projetos sociais

Ferramenta AprovAI, da startup Brada, do Rio, utiliza algoritmos para ajudar empreendedores a elaborar projetos que atendam às exigências dos editais

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Foto do author Victoria  Lacerda

Vanessa Pires, 40 anos, cresceu no subúrbio do Rio de Janeiro (RJ), onde sempre se questionou por que tantos problemas de sua comunidade permaneciam sem solução. Essa inquietação a levou a criar a Brada, uma startup que conecta empreendedores com projetos de impacto social a investidores.

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Agora, a Brada lançou a AprovAI, uma ferramenta de inteligência artificial apelidada de “ChatGPT dos editais”, que promete facilitar a captação de recursos via leis de incentivo.

A ideia da AprovAI surgiu a partir da percepção de que muitos empreendedores tinham dificuldades para estruturar projetos que se alinhassem aos requisitos dos editais.

“Percebemos que, mesmo com boas ideias, muitos proponentes não conseguiam transformá-las em projetos concretos que fossem compatíveis com os editais disponíveis. Foi daí que nasceu a ideia de criar uma ferramenta que pudesse ajudar nesse processo”, explica Vanessa Pires, fundadora e CEO da Brada.

Fundada em junho de 2022, a Brada já tinha como missão conectar empreendedores sociais a investidores por meio de uma plataforma que oferecia serviços como publicação de editais, alertas de oportunidades, análise de projetos e acompanhamento de indicadores e resultados.

A AprovAI, lançada em maio de 2024, foi desenvolvida para complementar esses serviços, oferecendo uma solução que tenta simplificar e otimizar o processo de redação de propostas para captação de recursos.

Ferramenta AprovAI, da startup Brada, usa algoritmos para ajudar empreendedores a elaborar projetos que atendam às exigências dos editais de financiamento. Foto: peopleimages.com - stock.adobe.com

A AprovAI utiliza algoritmos avançados e uma interface intuitiva para ajudar os empreendedores a elaborar projetos que atendam às exigências dos editais.

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“A ferramenta faz perguntas-chave ao usuário, ajudando a refinar a ideia inicial e transformá-la em um projeto estruturado, pronto para ser submetido a um edital. Além disso, a plataforma sugere estratégias de argumentação e realiza correções ortográficas, tudo de forma personalizada para cada usuário”, destaca Vanessa.

Para muitos empreendedores, a falta de conhecimento sobre como captar investimentos é um dos principais obstáculos para transformar ideias em realidade.

Vanessa Pires, que trabalhou na Secretaria Estadual de Educação do RJ antes de fundar a Brada, reconhece esse desafio.

“A falta de capital e o baixo nível de profissionalização das iniciativas são barreiras enormes. Nosso objetivo com a Brada e, agora, com a AprovAI, é não apenas conectar empreendedores e investidores, mas também oferecer suporte ao longo de todo o processo”, afirma ela.

Além do radar de oportunidades de editais e das conexões com investidores, que são gratuitos, a Brada oferece serviços pagos, como assessoria na elaboração de projetos e gestão de patrocínios.

“Queremos cuidar de toda a gestão do processo, oferecendo suporte com nossa equipe especializada em áreas como jurídica, tributária e educacional. Sabemos que muitos empreendedores ainda estão em fases iniciais e precisam de ajuda para amadurecer suas ideias”, acrescenta Vanessa.

O acesso à AprovAI custa R$ 497 na assinatura padrão, permitindo que o usuário utilize todas as funcionalidades da plataforma.

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Para aqueles que estão começando e não têm conhecimento em prompts (comandos para IA) ou estruturação de projetos, a Brada também disponibiliza videoaulas que orientam o uso da ferramenta e explicam os detalhes sobre como elaborar um projeto robusto.

A expectativa da Brada é atingir 500 novos usuários da AprovAI até o final deste ano. Em 2023, a startup impactou mais de 8,4 mil pessoas por meio de seus serviços e movimentou R$ 2,8 milhões.

“Nosso foco é ampliar o impacto que podemos gerar, conectando cada vez mais empreendedores a recursos que realmente fazem a diferença em suas comunidades”, conclui Vanessa Pires.

Vanessa Pires, da empresa Brada, que criou ferramenta de IA para ajudar a financiar projetos sociais. Foto: Divulgação/Brada

Dicas de como interpretar editais para obter financiamentos

Heródoto Barbeiro, especialista em concursos públicos, oferece dicas essenciais para quem deseja criar um projeto que se destaque e seja selecionado em edital de leis de incentivo.

Segundo ele, a chave está em apresentar uma proposta clara, bem estruturada e alinhada com os objetivos do edital.

“Para fazer um bom projeto, o primeiro passo é entender profundamente os requisitos do edital e o que ele busca incentivar. Seu projeto deve estar em perfeita sintonia com esses objetivos,” aconselha Barbeiro.

Ele destaca a importância de apresentar um plano detalhado e realista. “Você precisa ser específico sobre as metas que pretende alcançar, os recursos que vai utilizar e o impacto que espera gerar. Um bom projeto é aquele que mostra claramente como ele vai trazer resultados concretos e mensuráveis,” explica.

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Barbeiro também sugere que os proponentes invistam tempo na parte técnica do projeto. “A estrutura do projeto é fundamental. Use uma linguagem clara, objetiva e formal, que transmita profissionalismo. Inclua todas as informações necessárias, desde o cronograma até o orçamento, e esteja preparado para justificar cada ponto do seu planejamento,” orienta.

Ele finaliza ressaltando a importância de revisar o projeto antes de submetê-lo. “Revise todos os detalhes antes de enviar. Verifique se você atendeu a todos os critérios do edital e se o seu projeto está realmente competitivo. Lembre-se: a qualidade e a precisão do seu projeto podem ser o diferencial para garantir a aprovação no edital,” conclui Barbeiro.

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