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Ele perdeu metade do salário, foi vender coxinha para aumentar renda e hoje fatura R$ 13 milhões

Livio Teobaldo, de 42 anos, tem 21 franquias da Coxinha no Pote já funcionando e mais 18 a caminho; a primeira foi aberta em Recife (PE), e há planos de expansão para o Sudeste

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Foto do author Felipe Siqueira
Atualização:

Natural de Recife (PE), Livio Teobaldo, 42, começou a empreender para cobrir um rombo em sua renda. Virou dono de um negócio com franquias e fatura R$ 13 milhões por ano vendendo minicoxinhas no nordeste.

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Formado em ciência da computação, trabalhou por um bom tempo na área de Tecnologia da Informação (TI). Em 2005, foi transferido para São Paulo, onde o “mercado de TI é muito melhor”. Mas, por volta de 2009, após se casar, viu uma necessidade grande de retornar a Recife. Isso porque sua esposa havia passado em um concurso público local. A distância, com ele em SP e a esposa em Pernambuco, manteve-se por mais um ano, até que ele decidiu por voltar para casa.

O problema foi a parte financeira. As vagas na área em que ele se formou pagavam menos na região Nordeste do País: “Perdi 50% do meu salário. Profissionalmente, foi um recuo. Mas fiz pensando na família”, explica.

Comprou uma franquia de sorvetes

Por conta disso, a vontade de empreender, para complementar a renda, foi aumentando. Até que, em 2013, adquiriu uma unidade de franquia de sorvetes, a Mr. Mix - e que se mantém em seu portfólio de negócios até hoje. “Você, como franqueado, entende como funciona todo o processo de franquia, e o negócio deu supercerto”, diz.

Isso acabou pavimentando um caminho que viria a seguir: abrir uma loja própria, sem ser franqueada de alguma marca já conhecida.

O fundador da rede Coxinha no Pote, Livio Teobaldo Foto: Divulgação/Agência Aura/Coxinha no Pote Foto: Divulgação/Agência Aura/Coxinha no Pote

Teobaldo se interessou pelo setor de salgados. Pensou em comprar uma franquia da área, mas acabou desistindo. A ideia, no entanto, ficou na sua cabeça.

“Iniciei a pesquisa de mercado. Fui ver as máquinas que fazem a coxinha e decidi investir na produção. Então, montamos a primeira loja, que, na época, tinha um mezanino, em cima um espaço de 12 metros quadrados, com máquina de modelar. Uma estrutura mínima para a gente produzir. Assim surgiu a Coxinha no Pote”, conta. Ele diz que também buscou receitas diferenciadas, pensando na qualidade do produto.

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Começou com as coxinhas em 2014

A primeira unidade foi aberta em 2014. “Nosso valor mínimo do produto era R$ 2, o dobro do mercado concorrente (da época, segundo ele). A nossa loja era bem organizada, com uma coxinha com mais recheio e bem sequinha. No nosso primeiro dia, a gente fechou antes das 16h - tudo o que a gente tinha produzido para para o dia havia esgotado”, diz.

A segunda loja já veio com maior espaço, além de uma indústria, para centralizar a produção. Foi assim até 2018, quando já tinha cinco lojas.

A partir da sexta unidade, em 2019, veio o modelo de franquia. Já entre 2020 e 2021, concentrando a produção em uma fábrica própria, com 16 pontos de lojas em funcionamento, veio a necessidade de fechar um contrato com uma indústria especializada no setor, para suprir a demanda de produção de salgados. Este contexto permitiu um crescimento mais acelerado.

Atualmente, a marca possui 39 unidades, sendo 21 em funcionamento, 12 em implementação e 6 com contrato de franqueado fechado, mas em busca de um local apto a receber o negócio. Destas, apenas uma se mantém como loja própria: a primeira.

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Antes concentrado em Pernambuco, o processo possibilitou expansão para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Para este ano, a ideia é, até o segundo semestre, inaugurar unidades no sudeste: São Paulo e Minas Gerais. Bahia e Maranhão também estão no radar.

O faturamento dos últimos 12 meses, contando até maio, ficou em cerca de R$ 13 milhões. Foram vendidas cerca de 144 toneladas de produtos no período, de acordo com Teobaldo. Boa parte das vendas é concentrada em minicoxinhas, que têm cerca de 8 gramas. Mas também existem os minichurros, além de produtos maiores, até 120 gramas.

Franquia mais barata custa R$ 65 mil

A franquia da Coxinha no Pote tem alguns modelos diferentes. A loja de rua tem o valor inicial mais baixo: algo entre R$ 65 mil e R$ 75 mil.

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Em quiosque de shopping, o valor fica mais alto: a partir de R$ 170 mil. Isso acontece porque a fritadeira para esse modelo é bem mais cara. Uma fritadeira usada na rua custa R$ 4 mil. A de shopping sai entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, porque não gera fumaça e reduz o cheiro.

Esse modelo de fritadeira também é usado na franquia de estilo totem (pontos de venda em centros comerciais, supermercados e faculdades). Essa franquia custa a partir de R$ 110 mil.

A franquia de contêiner, que também usa a fritadeira mais em conta, custa a partir de R$ 95 mil.

Os preços das coxinhas variam de acordo com o local de venda. O pote de coxinha com dez unidades sai a partir de R$ 5. Cada loja tem de 80 a 150 atendimentos por dia, com um ticket médio (gasto de cada cliente) entre R$ 10 e R$ 18.

Os dados citados neste texto foram coletados originalmente em julho de 2023.

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