Desenvolver habilidades comunicacionais, criar conexões sólidas e saber tomar decisões. Engana-se quem pensa que essas dicas são voltadas apenas para o mundo corporativo. Segundo Carmenza Alarcon, CEO Consumer Healthcare na Sanofi, o empreendedor precisa cada vez mais se enxergar como líder e aprimorar características inerentes ao contexto atual brasileiro. A executiva compartilhou dicas no evento Empreendedoras no Corre, que celebra o sucesso de mulheres à frente de negócios.
No encontro organizado pelo Estadão, com patrocínio do Grupo Boticário e Dorflex, mulheres inspiradoras marcaram presença no Instituto Tomie Ohtake para compartilhar suas experiências pessoais a partir do momento em que decidiram empreender. Veja a íntegra do evento no vídeo abaixo.
Confira trechos da entrevista:
Um empreendedor também precisa ter um perfil de líder?
O empreendedor tem de ser um líder, porque frequentemente tem de incorporar muitas dinâmicas de gestão. Também tem de ser um líder para motivar pessoas, para inspirar a visão de negócio e para enfrentar os desafios que vêm com o empreendedorismo. Então, o empreendedor precisa mostrar essa confiança e ser capaz de tomar decisões.
Quais são as habilidades necessárias para desenvolver o senso de liderança no empreendedorismo?
Primeiro, é preciso ter autoconhecimento para saber quais são os pontos fortes e quais são as áreas de melhoria. Se o empreendimento é um produto, tem de identificar quais são as diferenças de cada produto. Depois, vêm as habilidades interpessoais. Prezo muito pela necessidade de influenciar e se conectar com as pessoas. Isso vai fazer com que a comunicação seja mais assertiva, tenha muito mais empatia, melhor capacidade de escutar os consumidores e os clientes, que são stakeholders importantes quando você decide empreender. Para desenvolver habilidades, você também precisa tomar decisões. Muitas vezes, as decisões podem ser de sucesso; outras vezes, não. Precisamos entender o que funcionou e o que não funcionou. Para que seja possível desenvolver essa liderança também tem de ter inteligência emocional e controlar as emoções. Creio que é uma jornada.
Gerir pessoas não é uma tarefa fácil. Quais são as estratégias para controlar as emoções?
Primeira dica: conhecer. Porque quando a pessoa sabe que as emoções estão associadas a certas situações, é muito mais fácil poder controlá-las. Então, para poder regular as emoções é preciso identificar o que gera esses sentimentos. Primeiro passo é partir desse conhecimento e entender um pouco o que dispara essa emoção, depois autoregular. Temos de parar, respirar, relaxar um pouco, falar com outras pessoas para encontrar mentores que nos ajudem a administrar essas emoções que chegam com o empreendedorismo.
Mulheres empreendedoras enfrentam mais obstáculos na hora de abrir um negócio. Como construir uma confiança sólida em meio às adversidades do empreendedorismo?
Confiança no ponto de vista dos negócios significa, na minha visão, cumprir com os compromissos que temos. Essa parte é importante porque o empreendedor precisa ter uma boa reputação. Pode ser, por exemplo, a qualidade do serviço e a maneira que você entrega os produtos. Além de ser transparente. Também precisa estar disposto a pedir e receber ‘pitacos’. Criar relacionamentos sólidos e ter boas redes de conexões também é importante.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.