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Ele fazia vendas por telefone mesmo sofrendo de gagueira e hoje fatura R$ 2,8 mi com sua empresa

O mineiro Lucas André entrou aos 17 anos numa empresa de televendas e tinha de cantar ao telefone para superar a gagueira; agora é dono de rede de academias de tênis

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Foto do author Adele Robichez
Atualização:

O empresário mineiro Lucas André, 39, começou a trabalhar aos 17 anos numa empresa de televendas. O detalhe é que ele sofria de gagueira e teve de se reinventar para se destacar no trabalho.

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Conseguiu e anos depois mudou de ramo. Investiu R$ 6 mil em 2018 no aluguel de uma quadra de tênis em Belo Horizonte, e abriu o espaço para a população local jogar gratuitamente. Logo, a iniciativa deu lugar à Fast Tennis, uma rede de academias de tênis que faturou mais de R$ 2,8 milhões em 2023.

Hoje a empresa conta com nove unidades em operação, cinco próprias, e mais dez em construção. Para 2024, o negócio projeta ultrapassar R$ 5,7 milhões de faturamento, com 50 unidades. Lucas André também superou a gagueira.

Lucas André, fundador da rede Fast Tennis Foto: Renata Romão/Acervo Fast Tennis

A jornada profissional de André começou quando ele se mudou para Belo Horiaonte (MG) aos 17 anos. Conseguiu uma vaga em uma empresa de vendas por telefone após algumas rejeições em projetos seletivos. A oportunidade o obrigou a superar a gagueira que, com o nervosismo, o atrapalhava ao conversar com os clientes.

No fim do primeiro mês de trabalho, ele ficou em penúltimo lugar no ranking geral da empresa. “No dia seguinte, lembrei que minha avó, que me criou junto à minha mãe, sempre falava que na nossa cidade havia um cantor que sofria de gagueira, mas ao cantar não gaguejava”, relembra. Inspirado pela memória, passou a realizar as ligações cantando e, com isso, a fazer sucesso entre os clientes.

O mineiro cresceu no setor, até encabeçar o cargo de sócio-diretor em 2017, ao comprar parte de uma empresa do ramo, onde liderava uma equipe de mais de 300 pessoas. Três anos após criar a Fast Tennis, em 2021, ele decidiu abandonar a carreira de executivo para focar no negócio.

“Não foi uma decisão fácil, pois eu estava bem estabelecido e prosperando muito na minha carreira anterior. Me lembro claramente do primeiro dia em que me sentei na Fast Tennis junto com os sócios”, revela.

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Empresários Patrick Galdino, Lucas André, Felipe Souza e Daniel Rocha, sócios da rede Fast Tennis Foto: Renata Romão/Acervo Fast T

A rede possui outros sócios, entre eles os cofundadores Felipe Souza, 29, que trabalhou com André no setor de televendas, e Patrick Galdino, primeiro professor da marca. A sociedade também conta com Daniel Rocha, que de funcionário se tornou sócio da operação própria; Erick Fernandes, antes consultor da empresa; e Erich Schulz, que entrou como estagiário.

Segundo o empresário, “lançar a marca foi um processo orgânico e gradual, um verdadeiro trabalho de formiguinha”. Para ele, a maior sacada dos sócios foi a de ir implementando as ideias iniciais, observar a reação dos clientes e ajustar os processos com base nos feedbacks recebidos por eles.

A segunda unidade da marca foi aberta dez meses após o aluguel da primeira quadra, também em Belo Horizonte.

Empresa adota horários flexíveis e comunicação não violenta

O tênis surgiu na vida de Lucas André em 2017, como uma atividade para distraí-lo da correria do trabalho. Durante as aulas, ele notou que a maioria das pessoas procuravam no esporte um objetivo parecido com o dele: de lazer.

“A maioria das pessoas não desejava ser um profissional no esporte, mas procurava cuidar da saúde de forma divertida. Logo, enxerguei uma brecha no mercado”, conta.

Até aquele momento, o empresário só tinha conhecimento de dois tipos de empreendimento para jogar tênis: os grandes clubes ou as quadras de professores amadores.

A Fast Tennis quis ir além das aulas tradicionais, adotando um conceito que chama de “Fun&Flex”. A empresa oferece planos flexíveis que se adaptam aos horários dos alunos, com o objetivo de tornar o esporte mais acessível para pessoas com agendas lotadas.

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“Com foco na experiência do cliente, comunicação não violenta e uma abordagem personalizada para todas as idades, nossas aulas são dinâmicas e flexíveis, promovendo saúde, diversão, inclusão e um estilo de vida saudável”, explica André.

Conforme André, o público da rede é 55% composto por homens e 45% por mulheres. Desses, 15% são crianças. A faixa etária de alunos está entre três e 80 anos.

Empresa aposta em mensalidades e comunicação não violenta para manter recorrência de alunos Foto: Renata Romão/Acervo Fast T
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A empresa oferece os seguintes planos:

  • Plano Smart: Aulas em grupo em horários flexíveis, de segunda a sexta entre 10h e 16h, e sábado a partir de 12h;
  • Plano Plus: Aulas em grupo com horários flexíveis, de segunda a sexta das 6h às 22h, e sábado a partir das 7h;
  • Plano Infinite: Aulas em grupo fixas, agendadas de segunda a sábado, e aulas ilimitadas fora do agendamento em todas as unidades.

O valor médio da mensalidade referente aos planos varia conforme a região. De acordo com o empresário, os preços são adaptados aos mercados locais. Geralmente o valor fica entre R$ 350 e R$ 500.

Negócio se transformou em rede de franquias em 2023

No ano passado, a Fast Tennis fechou parceria com a 300 Ecossistema de Alto Impacto, uma companhia que atua com o objetivo de tornar as redes líderes em seus segmentos. O investimento inicial para investir em uma franquia da Fast Tennis é de R$ 250 mil, com faturamento anual previsto de até R$ 840 mil. Mais informações abaixo.

A rede conta atualmente com 19 academias. Destas, estão em operação cinco unidades próprias e quatro franquias. Cada uma conta com 180 a 200 alunos recorrentes por mês. As outras dez unidades franqueadas estão em construção. O negócio tem cerca de 70 funcionários no total.

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As unidades em operação estão localizadas em Belo Horizonte e São Caetano do Sul. Já as novas construções estão sendo feitas na capital de São Paulo; no bairro de Alphaville, na cidade de Santana de Parnaíba, em São Paulo; em Niterói, no Rio de Janeiro; e São Luís, no Maranhão.

Rede de academia de tênis oferece aulas em horários flexíveis Foto: Renata Romão/Acervo Fast T

Confira informações para investir ema franquia das Fast Tennis:

Os valores são estimativas divulgadas pela própria empresa, podendo variar a depender do modelo e comprometimento do investidor com o negócio.

  • Investimento inicial total: R$250 mil (incluso no valor: construção, capital de giro, taxa de franquia e taxa de implantação);
  • Royalties/mês: 10% do faturamento bruto, ou mínimo de R$ 3 mil no primeiro ano, e R$ 5 mil a partir do segundo;
  • Faturamento médio mensal: entre R$60 e R$70 mil
  • Lucro médio mensal: entre R$15 e R$20 mil
  • Prazo de retorno do investimento: 21 meses

A empresa pretende chegar a 50 unidades neste ano, com faturamento de R$ 5,7 milhões. Até 2028, a Fast Tennis quer estar presente em todos os estados do país, com 300 unidades.

A rede ainda não tem avaliações no Google, nem registros feitos por clientes no Reclame Aqui.

Consultora de negócios recomenda cuidado ao investir em franquia

A consultora de negócios do Sebrae-SP Monica Lemes recomenda alguns cuidados ao investir em uma franquia de tênis. De acordo com ela, o pequeno empreendedor deve fazer pesquisas de mercado para ter uma avaliação qualitativa e quantitativa do público na região onde pretende-se instalar o negócio.

“Jogar tênis não é barato, é um negócio nichado para quem pode pagar. Nesse caso, é interessante que o empreendedor foque, por exemplo, nos filhos de sócios de clubes, estudantes de escolas particulares”, exemplifica.

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Além da identificação do público-alvo, Lemes orienta que, mesmo com um plano de negócios definido, o investidor tenha experiência na execução da parte operacional da empresa, como a gestão financeira e administrativa. Caso contrário, ela destaca a necessidade de procurar um consultor para orientações iniciais.

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