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Franquia ou negócio próprio? Qual a melhor forma para começar a empreender?

O perfil do empreendedor é um ponto essencial para tomar essa decisão, dizem especialistas

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Foto do author Felipe Siqueira

O principal ponto de diferenciação para se saber se franquia ou negócio próprio é melhor para se iniciar no empreendedorismo está longe de ser somente o dinheiro necessário para ser investido inicialmente. É importante salientar que o “melhor” está muito relacionado a perfis e comportamentos. Ou seja, é o melhor para você, explicam os especialistas de Sebrae-SP, Contabilizei e 300 Consultoria consultados pelo Estadão.

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Sim, a barreira de entrada faz diferença. É claro. Até mesmo porque o País vive em uma realidade em que, segundo dados de 2023, provenientes de levantamento realizado pelo Sebrae, em parceria com a Anegepe (Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas), quase 75% dos entrevistados - compostos por empreendedores que estavam começando um negócio - afirmaram que um dos motivadores foi justamente “ganhar a vida porque os empregos são escassos”. Ou seja, empreendedorismo por necessidade.

Ao mesmo tempo, o setor de franquias, que normalmente tem uma barreira de entrada maior, agora oferece opções com investimentos iniciais abaixo de R$ 1 mil, com parcelamento, financiamento ou até cartão de crédito.

Ou seja, os valores são uma dificuldade a ser considerada? Com certeza! Mas há maneiras de vencer este obstáculo mais facilmente hoje em dia - algo quase que impensável há alguns anos.

Portanto, dentro de todo este contexto, o que vai contar com maior relevância é o que os especialistas chamam de perfis de empreendedores. Ou como os comportamentos pessoais podem - e vão - influenciar nas decisões.

Aqui podemos separar em dois grandes grupos, diferenciados por dois itens: liberdade e apoio.

“São perfis diferentes, não é algo de certo ou errado”, explica o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton.

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Já explicamos neste material os direitos básicos de um franqueado ao adquirir uma franquia, mas, resumidamente, consistem em compra de uso de marca e transferência de know how - treinamentos e apoio. E isso vai dar algumas vantagens para o empreendedor - especialmente ao iniciante.

Seja negócio próprio ou franquia, é necessário trabalho e dedicação por parte do empreendedor  Foto: insta_photos - stock.adobe.com

“Há uma segurança maior para o franqueado, porque são modelos previamente testados e, consequentemente, com menos risco de darem errado. Mas é claro que o risco ainda está lá”, diz a consultora de negócios do Sebrae-SP Leidiane Lima.

O risco sempre estará presente. Não existe empreendimento sem risco. “Ninguém garante nada no empreendedorismo. O que dá para garantir é que, se alguém garante algo 100%, é garantido que algo não está certo”, afirma Newton, da 300.

Só que, junto a esta segurança maior em termos de modelos testados, vem uma certa amarra a normas e padrões. Tudo tem que ser replicado pela franquia para que o modelo de negócio dê certo. E isso significa menos liberdade para sugerir coisas novas, e o empresário terá que atuar seguindo quase um roteiro.

É por conta deste cenário que os especialistas ressaltam que o perfil vai fazer muita diferença. Isso porque há dois principais casos em que isso será um problema:

  • Pessoas que têm dificuldades em seguir processos, normas e regras ao pé da letra, querendo sempre inovar em algum aspecto ou propor alterações de dinâmicas internas
  • Ideias de negócio em que o jeito novo de se fazer alguma coisa - a disrupção - é o que sustenta o modelo

Só que, junto a esta liberdade maior, as dificuldades também aparecem. Não existe um modelo testado, por exemplo. Por mais que alguns empreendedores possam fazer algo parecido, dificilmente será exatamente igual. E é uma ilusão pensar que não há custos altos em um negócio próprio, mesmo quando se começa de casa:

  • O tempo do empreendedor precisará ser remunerado de alguma forma
  • Há custos com a estrutura da casa, como aluguel, água e até mesmo gastos maiores com luz e internet - por conta do maior uso no trabalho para o empreendimento
  • Divulgação e marketing também custam dinheiro e, se a marca não é conhecida, precisará ser apresentada ao público de alguma forma

O resumo é o seguinte: não existe um modelo melhor, mas, sim, o que mais se encaixa com os perfis - de negócio e do próprio empreendedor.

E um dos maiores desafios para se resolver em negócio próprio é a prospecção de público. “A melhor pessoa para conseguir novos clientes para você é um cliente feliz”, conclui o vice-presidente executivo de operações da Contabilizei, Guilherme Soares.

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