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Franquia de sorvetes Oggi: quanto custa e qual o faturamento estimado?

A rede é uma empresa familiar com mais de mil lojas e mira nas classes C e D, com picolés entre R$ 1,50 e R$ 9,99

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Foto do author Victoria  Lacerda

Quanto custa uma franquia da Oggi Sorvetes? Ela é uma empresa familiar com mais de mil lojas vendendo picolés por R$ 1,50, e que tem como objetivo ser acessível às classes C e D. Com mais de 15 anos de história, a empresa quase faliu durante uma tentativa de expansão, mas conseguiu se recuperar com a abertura de lojas próprias e franquias em 2018, conforme explica Rodrigo Mauad, de 41 anos, fundador da empresa.

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Em 2023, a sorveteria faturou R$ 850 milhões e pretende ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em 2024. Uma franquia da marca está custando a partir de R$ 70 mil (veja detalhes mais abaixo neste texto).

No último ano, a Oggi vendeu 50 milhões de litros de sorvete. Entre os 90 sabores distribuídos em 19 linhas, destacam-se os tradicionais como chocolate, coco e milho, bem como os alternativos, como queijo com goiabada e abacaxi com vinho. Os preços dos picolés variam entre R$ 1,50 e R$ 9,99, enquanto os potes de sorvete e açaí são vendidos a partir de R$ 12,25.

“Nossos sorvetes são criados para atender a todos os tipos de público. Nosso objetivo sempre foi democratizar o consumo, e hoje vemos que alcançamos isso, especialmente por meio dos preços acessíveis, variedade de sabores e a localização de nossas franquias,” explica Rodrigo.

Fundação e história

Fundada em 2006, a Oggi Sorvetes começou como um negócio familiar e continua assim até hoje. Os irmãos Rodrigo e Danielle Mauad, descendentes de italianos e libaneses, escolheram o nome “Oggi” (que significa “hoje” em italiano) para homenagear a tradição italiana de fazer sorvetes.

“Eu e minha irmã olhamos a palavra ‘oggi’ no dicionário italiano que eu tinha comprado e na hora sabíamos que seria o nome da marca.”

O empresário conta que nos primeiros anos a empresa focou no pequeno varejo, atendendo lanchonetes, restaurantes e padarias. Em 2009, a Oggi entrou nos supermercados com potes de sorvete de dois litros, ampliando seu alcance.

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Entre 2013 e 2015, a Oggi enfrentou dificuldades financeiras. A introdução das paletas mexicanas no mercado em 2014 inspirou a empresa a inaugurar sua primeira loja em São Paulo, no bairro de Pinheiros, como modelo para franquias. Em 2018, a Oggi expandiu rapidamente, atingindo as classes C e D com unidades mais acessíveis.

Até 2019, a produção era feita exclusivamente por parceiros, o que aumentava o custo dos produtos. Com a inauguração da fábrica própria em 2019 e a verticalização de 70% da produção, a Oggi conseguiu reduzir custos e melhorar a eficiência.

A marca tem forte presença em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e a produção anual ultrapassou 850 milhões de litros, com a expectativa de alcançar 1 bilhão em 2024.

Rodrigo Mauad, fundador da Oggi Sorvetes. Foto: Divulgação/Oggi Sorvetes

Expansão com franquias

Em 2014, quando 80% das vendas vinham de supermercados, a Oggi decidiu investir em franquias. A unidade piloto foi aberta em 2015.

“Os primeiros anos foram desafiadores devido à falta de conhecimento no mercado, mas a rede começou uma expansão acelerada em 2018, passando de 24 para 109 unidades. A Oggi está presente em 11 estados e planeja abrir mais 200 unidades nos próximos 12 meses, concentrando-se na região sudeste”, conta.

Veja os dados da franquia

● Investimento inicial total estimado – a partir de 70 mil

● Faturamento médio mensal - R$ 65 mil

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● Lucro médio mensal – 10% a 15%

● Prazo de retorno – 18 a 24 meses

● Prazo de contrato – 5 anos

● Royalties/mês – variável

● Número de unidades em operação - 1.020

Financiamento e Inovação

A Oggi inovou ao financiar novos franqueados, com um investimento inicial de R$ 50 mil para obras do ponto e outros R$ 80 mil para a compra de equipamentos, estoque inicial e identidade visual, parcelados pela franqueadora dentro do prazo de contrato de 60 meses. Esta estratégia resultou na abertura de 25 unidades por mês no último ano.

Rodrigo Mauad acredita que, apesar dos riscos associados ao parcelamento dos investimentos e ao crescimento acelerado, a empresa está no caminho certo para abrir 200 novas unidades em 2024. “Temos cerca de 3 mil novos candidatos por mês. O mercado de sorvetes sofre com a sazonalidade, mas é possível conseguir resultados anuais positivos no nosso modelo de negócio”, afirma Mauad.

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Além de planejar a compra de novos equipamentos para automatizar a produção em 2024, a Oggi estuda incorporar parte da produção que atualmente é terceirizada e abrir um armazém próprio no interior de São Paulo.

Avaliação dos clientes

A Oggi recebeu uma classificação média de 4,8 de 5 estrelas no Google, com mais de 10 mil avaliações até a publicação desta matéria. Os comentários foram positivos, destacando a qualidade dos produtos, o ambiente agradável e o atendimento.

Os autores das notas concedidas não podem ser verificados. Eventualmente, comentários positivos ou negativos podem ser uma ação a favor ou contra a empresa.

No Reclame Aqui, a empresa possui uma média de 8,1 de 10. Foram registradas 553 reclamações, a maioria referente ao horário de funcionamento de algumas unidades.

Questionada sobre as reclamações, a empresa diz que valoriza muito a qualidade da experiência do cliente e o bom atendimento nas lojas.

Mercado quer personalização e inovação

As tendências atuais no mercado de franquias de picolés e sorvetes, segundo especialistas como Mayra Viana, analista de inteligência e monitoramento do Sebrae Nacional, Bruno Lopes, gestor de alimentos e bebidas do Sebrae Nacional, e Diogo Reis, analista do Sebrae/MG, são marcadas por uma crescente demanda por personalização e inovação.

A personalização no ponto de venda tem se tornado um diferencial significativo, permitindo que os clientes escolham suas coberturas preferidas e personalizem suas experiências. Sabores como pistache e franuí (framboesa e chocolate) estão em alta, e há uma busca por ingredientes diferenciados e até extremos, como bacon.

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Além disso, o mercado ainda possui espaço para gelaterias mais gourmet, oferecendo produtos premium que se destacam pela qualidade e exclusividade.

Itens diferenciados, como casquinhas artesanais e coberturas especiais, também são tendências notáveis. O co-branding, ou a parceria com outras marcas, tem se mostrado uma estratégia eficaz para atrair novos públicos e criar experiências únicas. Outro segmento em ascensão é o dos sorvetes alcoólicos, que atraem consumidores em busca de novas experiências.

A sazonalidade tem de ser considerada no desempenho das franquias de picolés e sorvetes. Durante o inverno, é fundamental oferecer opções diferenciadas, como produtos de confeitaria e cafeteria, que podem também ajudar a manter o fluxo de clientes.

O consumo per capita tende a ser muito menor no inverno do que no verão, refletindo uma questão cultural que precisa ser estrategicamente abordada pelos empreendedores.

A variedade de sabores e produtos é essencial para o sucesso de uma franquia de picolés e sorvetes. “É cultural ter muita opção”, afirma Bruno Lopes, gestor de alimentos e bebidas do Sebrae nacional.

Contudo, os empreendedores devem equilibrar a diversidade com a manutenção da identidade do negócio, fazendo análises cuidadosas sobre os sabores mais atrativos e os que são indispensáveis.

Além disso, as tendências de saúde e bem-estar estão cada vez mais influenciando as escolhas dos consumidores. Há uma demanda crescente por opções veganas e produtos voltados para restrições alimentares, como sorvetes sem leite/lactose e sem açúcar.

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Exemplos incluem sorbets feitos em máquinas específicas e produtos à base de leite vegano, como o de aveia, além de opções ricas em proteína, como os sorvetes com whey em porções embaladas individualmente.

Para se destacar da concorrência, a inovação e a diferenciação de produtos são essenciais. Inovações não se limitam apenas a novos sabores e ingredientes, mas também incluem serviços.

Exemplos incluem o conceito de take-away, no qual o cliente pode levar sorvetes para casa em freezers e caixas, e o modelo de “preço de fábrica”, com mercadinhos de sorvete que oferecem produtos diretamente aos consumidores.

Diogo Reis, analista do Sebrae/MG, destaca que “a inovação em serviços é tão importante quanto a inovação em produtos” para atrair e fidelizar clientes.

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