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Franquias começam a desenvolver usos para inteligência artificial

Pesquisa aponta que 74% das companhias de todo o mundo já utilizam algum tipo de IA as suas tarefas cotidianas

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Foto do author Mirella  Joels

Aumento da produtividade, eficiência no dia a dia e auxílio para as tomadas de decisões. Esses são alguns dos benefícios de investir em tecnologia no mercado de franchising, principalmente na inteligência artificial (IA), área que veio para ficar e promete seguir entre as tendências dos próximos anos. Uma pesquisa recente da McKinsey constatou que 72% das empresas do mundo adotaram IA em 2024, porcentagem que correspondia a 55% em 2023.

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“A inteligência artificial não é mais uma tendência futura, mas uma realidade presente que está redefinindo o franchising”, resume Lucien Newton, vice-presidente da consultoria da 300 Franchising Ecossistema de Alto Impacto. Segundo ele, a IA pode identificar padrões de consumo, personalizar experiências e prever tendências de mercado. E não são apenas empresas de grande porte que podem se beneficiar da tecnologia. As pequenas e médias empresas (PMEs) podem melhorar processos internos, desde a área de marketing e vendas até as operações de atendimento, a partir do uso da IA.

De acordo com Mauricio Frizzarin, fundador e CEO da QYON Tecnologia, empresa especializada no desenvolvimento de softwares para gestão empresarial com IA, já é possível observar várias aplicações de IA no Brasil. Uma delas é o atendimento ao cliente a partir de chatbots, utilizados com frequência nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

Marco Ribeiro, franqueado da rede de lavanderias autônomas Lavô. A empresa utiliza automação em suas máquinas de pagamento para administrar o uso e possíveis manutenções nos equipamentos Foto: Leo Martins/Estadão

“Os chatbots aprendem com cada interação, se tornando cada vez mais eficazes em resolver as questões dos clientes de forma rápida e precisa.” Para ele, a tecnologia permite se aproximar dos consumidores de maneira mais assertiva, com menos recursos financeiros em comparação ao marketing convencional. “À medida que o sistema aprende com o usuário, as tarefas repetitivas se tornam cada vez mais automáticas, liberando tempo para atividades de maior valor”, afirma.

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Franqueadora usa IA para precificar carros em minutos

A Vaapty, do segmento de intermediação de venda de veículos do Brasil, é uma das empresas que decidiram implementar uma solução de IA para efetuar o agendamento de visitas dos clientes pelo WhatsApp.

O teste começou em Curitiba, mas a previsão é de que a tecnologia possa ser aplicada em todas as unidades da marca. A franquia também tem uma plataforma exclusiva em que disponibiliza aos franqueados o acesso a mais de 25 mil lojistas em todo o Brasil.

De acordo com o franqueado Marcelo Luciano Coelho, a tecnologia busca a base de valores do veículo e consegue colocá-lo à venda na plataforma em menos de uma hora.

Franqueado Marcelo Luciano Coelho na loja da Vaapty, em São Miguel Paulista. A companhia usa inteligência artificial para avaliar e precificar, por meio de fotos, os carros cadastrados na plataforma  Foto: Leo Martins/Estadão

“(A ferramenta) Auxilia em todos os aspectos sobre o valor do mercado, o valor de venda e direcionamento para tirar as fotografias do veículo”, afirma o franqueado, que está na rede há um ano.

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Ycaro Martins, CEO e sócio-fundador da empresa, reforça que a agilidade é uma característica da franquia. “A Vaapty conecta compradores e vendedores em alta velocidade, realizando a intermediação da venda. Nesses 40 minutos, o cliente tem o carro avaliado, encontra o comprador e recebe o valor do veículo na hora.”

IA ajuda na manutenção de sistema de lavanderias

Outro exemplo que tem utilizado a tecnologia para se aproximar dos consumidores e dos franqueados é a Lavô, franquia de lavanderias self-service. Inaugurada em 2018, a empresa pode ser gerenciada a distância por meio de sistema online.

Para o franqueado Marco Ribeiro, o formato de gestão ajuda a analisar dados de maneira mais dinâmica e atuar de maneira mais assertiva. O CEO da Lavô, Angelo Max Donaton, complementa: “Os dados mostram, por exemplo, quais os melhores horários que a unidade roda, com o maior índice de uso do serviço até para ajudar o franqueado a organizar a limpeza da loja e concentrar esforços nesses dias e horários de maior fluxo”. A rede está em teste também com o reconhecimento facial para alimentar o sistema e trazer mais segurança às operações.

Para quem quer aplicar a tecnologia no próprio negócio, Frizzarin recomenda avaliar a natureza das operações e a competitividade de mercado, visto que a IA é válida para os mais variados setores.

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Sistema com dados das unidades da Lavô, rede de lavanderias autônomas Foto: Leo Martins/Estadão

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Na área de TI, por exemplo, é usada com frequência para análise de dados, cibersegurança e automação de processos. “Essas aplicações ajudam a otimizar a infraestrutura, proteger contra ameaças cibernéticas e melhorar a eficiência operacional”, diz.

No varejo eletrônico, é utilizada para personalização de ofertas e recomendações de produtos, otimizando a experiência dos clientes e facilitando o processo de compras. Em áreas com grande bases de dados, como, por exemplo, a da saúde, é possível utilizar a IA para analisar e fazer descobertas significativas no setor.

Uso de IA no setor de saúde ajuda a melhorar diagnósticos

A franquia do setor odontológico, OdontoTop Hospital do Dente, por exemplo, faz uso de IA nas mais de 40 unidades para melhorar o diagnóstico, garantir precisão nos exames e controlar o fluxo de pacientes.

“Investimos em tecnologias que facilitam a vida dos franqueados, oferecendo sistema próprio, CRM, dashboards, tudo o que favorece a tomada de decisões”, afirma Cristiano Demartini, CEO da marca.

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Quanto ao retorno financeiro para quem investe na tecnologia, Frizzarin explica que depende da área e da complexidade, mas pode chegar em até aproximadamente dois ou três meses, como é o caso dos chatbots. “A IA tem um retorno muito rápido após implementação. Em pequenas empresas, aproximadamente 2 meses, em médias empresas, pode demorar até 12 meses.”

Setores maiores, como de estoque e logística, podem precisar de quase um ano para a implementação. Um dos pontos positivos é que os colaboradores podem reduzir as tarefas repetitivas e atuar nas que mais trazem retorno para a empresa.

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