A pauta ambiental provocou impactos no setor de lavanderias, recheado de franquias e dependente do uso de máquinas que, inevitavelmente, consomem água e energia. O segmento tem passado por transformações, com empresas mais antigas se ajustando à pauta e novas concorrentes que já nascem focadas na sustentabilidade. O caminho das soluções passa pela tecnologia.
Criada em 1968 na França, a 5àsec tornou a sustentabilidade um pilar da marca no Brasil em 2017, 23 anos depois de chegar ao País. E a procura por soluções foi além do uso da água nas máquinas de lavar.
“A motivação para a iniciativa foi a conscientização sobre questões ambientais e a oportunidade de se destacar no mercado. Uma das principais medidas foi a introdução de sacolas compostáveis. Além disso, a empresa implementou ações internas para reduzir o consumo de energia e água, reciclar e descartar resíduos adequadamente”, conta Fábio Roth, CEO da 5àsec Brasil.
Nas lavagens, são usadas “máquinas e produtos químicos de alta eficiência”. “Essas características conseguem tratar as roupas com baixa quantidade de água. No processo doméstico utilizamos de 150 a 180 litros de água para lavar 12 quilos de roupas. Já na nossa operação são usados 70 litros para o mesmo processo, gerando uma redução de recursos de até 60% no uso de água”, afirma.
O processo, segundo o CEO, também aumenta a vida útil das roupas. Além disso, com menos uso de água, a demanda por energia também diminui. A marca também tem investido em energia solar, com a implantação de placas fotovoltaicas em algumas lojas franqueadas. “Com a substituição de embalagens plásticas pelas de TNT, que são retornáveis, e pelas sacolas produzidas por materiais compostáveis, a empresa proporcionou a redução de mais de 450 toneladas de plástico descartado por ano”, diz Roth.

Treinamento
A parceria com os franqueados passa pelo treinamento deles em práticas sustentáveis e abre espaço para que façam sugestões e opinem nos processos. ”Os franqueados são envolvidos em todos os projetos e desenvolvimentos voltados à sustentabilidade e depois são estimulados e treinados na implementação das práticas em suas unidades”, diz Roth. “Temos comitês que envolvem os franqueados para o desenvolvimento de projetos, produtos e outras práticas. E o comitê de sustentabilidade é um dos mais ativos e producentes, trazendo sempre ideias e iniciativas.”
Contêineres
Entre as concorrentes mais jovens do setor, está a Lavô, criada em 2018 para oferecer o serviço de autoatendimento. Ela já tem mais de 300 unidades, com presença em todas as unidades federativas do País. “A Lavô já nasceu com uma pegada sustentável. Desde o início, pensamos na sustentabilidade, tanto que utilizamos o contêiner, que seria descartado na natureza, e transformamos em loja, reaproveitando toneladas de material. Além disso, temos equipamentos que trabalham com consumo menor de água e energia”, afirma Angelo Max Donaton, CEO da empresa.
Na avaliação do CEO, a empresa “acaba engajando e trazendo franqueados que pensam da mesma forma no que diz respeito ao meio ambiente”. “Muitos optaram pela Lavô por causa da pegada sustentável.”