Quer investir num negócio que envolva música? Escolas de instrumentos, canto e manutenção são opções que prometem faturamento de R$ 3.000 até R$ 130 mil por mês.
Mercados muito específicos - considerados nichados - tendem a atrair pessoas que tenham uma certa afinidade com o assunto, de acordo com especialistas. E isso é algo positivo, já que estar alinhado à proposta do tema é parte essencial no empreendedorismo para que exista alguma viabilidade no negócio em si.
Porém, um cuidado que precisa ser avaliado logo de início é saber que o modelo de negócio precisa ser muito estudado - como sempre - para checar se existe uma estrutura interessante.
Em resumo, gostar de cozinhar não faz um bom dono de restaurante. Da mesma forma que ser um bom músico não faz um bom dono de escola de música ou oficina de instrumentos.
É necessário se planejar, saber se o empreendimento tem alguma chance de escalabilidade e se o perfil de empreendedor da pessoa se encaixa - isso vale tanto para negócio próprio quanto para franquia.

Dois dos ramos mais comuns quando falamos de negócios na música são:
- Escolas de instrumentos e voz
- Oficinas de instrumentos - também chamadas de luthierias
Existem inúmeras outras opções - a criatividade é o limite. Mas a maior parte do que é oferecido pelo mercado se encaixa dentro destas duas categorias acima.
De acordo com o consultor de negócios do Sebrae-SP Diego Souza, existe uma peculiaridade neste setor que demanda muita atenção: o conhecimento técnico.
Não é incomum que os mais interessados em investir em um negócio na área da música sejam profissionais que já atuam na área, como músicos de estrada, luthiers - que consertam e constroem instrumentos - e professores.
Isso facilita a atração de clientes. Segundo Souza, sempre surge a dúvida: vale começar uma franquia ou ir direto para um negócio próprio?
Nesta matéria, você pode ver em detalhes a iferenças entre negócio próprio e franquia. Mas, em resumo, os principais tópicos a considerar são:
- negócio próprio: maior liberdade de criação;
- franquia: modelo de negócio mais engessado, porém, testado previamente, mitigando - mas nunca zerando - chances de erros e eventuais fracassos, fornecendo know how e uso da marca - e de sua respectiva reputação.
Este último ponto, destaca Souza, é muito relevante - especificamente no setor de música, porque ele irá fazer muita diferença no custo e no retorno do empreendedor.
Claro que isso também é relevante em outras áreas. Porém, ele ressalta que nestes casos a situação é um pouco mais sensível, já que, se a escalabilidade não se justificar com a marca, o risco de prejuízo vai ser muito maior.
“Ele tem que entender o que essa marca vai representar para o status do negócio dele. Se vai ser efetiva - especialmente se ele tiver condição de começar algo do zero”, explica.
Serviço pode ser dispensado facilmente
Estudar música ou consertar instrumentos não é necessidade básica do consumidor comum. Isso quer dizer que, na hora do corte de custos, especialmente em momentos de crise de inflação e desemprego, este é o tipo de gasto que está no topo da lista de cortes.
É um ponto de atenção para o empreendedor, já que vai representar um desafio maior para retenção de clientes nestes momentos cíclicos.
Confira cobertura completa de PME
Além disso, é preciso ter atenção com a concorrência. Com a disseminação do uso de internet, é muito comum que as pessoas estejam mais próximas de seus ídolos na música - sejam artistas solo, de bandas ou até mesmo músicos de estrada ou gravação de estúdio.
E muitos desses artistas utilizam - de maneira muito efetiva - essa maior proximidade para vender cursos que ensinam o instrumento que dominam ou até mesmo comercializam dicas para entrar neste mercado.
“Tudo isso faz com que a demanda fique completamente pulverizada. E, além disso, como tudo é feito de maneira online por esses artistas, na maioria das vezes, o preço cobrado ao consumidor final é muito menor quando comparado com os pontos físicos de escolas, por exemplo”, diz Souza.
Lista de franquias
Confira, a seguir, a lista com opções de franquias de música que projetam faturamento de até R$ 130 mil por mês.
As marcas não representam recomendação por parte da reportagem e são apenas opções compiladas do mercado. A ordem está do maior faturamento para o menor.
1. School of Rock
Lembrada pelo filme estrelado por Jack Black, a School of Rock tem 56 unidades em operação no Brasil e mais 14 já com contrato assinados. Com a maior projeção de faturamento, também cobra maior investimento inicial da lista. Eles têm aulas de instrumentos e voz, além de programas voltados para crianças e adultos. No dia a dia, o franqueado administra as áreas comercial e financeira da unidade, “além de fazer a gestão da equipe de forma que garanta a aplicação correta da metodologia.”
- Investimento inicial: a partir de R$ 700 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 130 mil
- Lucro médio mensal: não informado
- Royalties: 5% ao mês
- Prazo estimado de retorno: 36 meses
- Prazo de contrato: 10 anos
2) Bateras Beat
Apesar do nome, não é apenas a bateria que está inclusa no cardápio de aprendizagem. É possível também ter aulas de violão, guitarra, baixo, entre outros. Eles têm 44 unidades em operação, sendo que 14 são fora do Brasil - Itália, China e Austrália. O franqueado, segundo a marca, é responsável pela administração da unidade, gestão financeira e de pessoas, além de aplicar a metodologia da escola.
- Investimento inicial: R$ 390 mil
- Faturamento médio mensal: R$ 75 mil
- Lucro médio mensal: 28%
- Royalties/mês: 6%
- Prazo de retorno estimado: de 18 a 24 meses
- Prazo de contrato: 3 anos
Torky
Oficina de instrumentos musicais. De acordo com a marca, o franqueado é responsável por gerenciar desde o atendimento ao cliente até a execução de manutenção e reparo, “utilizando ferramentas e técnicas aprendidas no treinamento.” Gestão financeira e de redes sociais também fazem parte desta dinâmica. A marca tem seis unidades em operação.
- Investimento inicial: R$ 18,8 mil
- Faturamento médio mensal estimado: de R$ 3 mil a R$ 8 mil
- Lucro médio mensal: 60%
- Royalties/mês: R$ 450
- Prazo de retorno estimado: de 9 a 12 meses
- Prazo de contrato: 5 anos