É possível abrir um negócio em 2025 sem ter muito dinheiro para investir? A resposta simples é sim, mas existem algumas considerações importantes para quem quer entrar no mundo do empreendedorismo, sem ter muito dinheiro no bolso.
O gerente de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, Enio Pinto, afirma que o primeiro ponto para economizar é evitar empresas ligadas à indústria e ao comércio, já que os custos com equipamentos e adaptações de imóveis costumam ser elevados.
O melhor caminho são empreendimentos no setor de serviços. Uma opção são negócios dedicados a consultorias, que exigem uma formação técnica na área a ser trabalhada e um computador. É possível ser consultor de empresas, de moda e de engenharia, por exemplo.
“O profissional usa uma competência que ele já tem para começar a empreender. Ele transforma o conhecimento em serviço”, diz Enio Pinto.
Apesar de não exigirem investimentos em ferramentas, as consultorias têm alguns custos para a formalização, como o registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Para zerar os gastos sem ficar na informalidade, o especialista afirma que a única saída é ter um sócio capitalista, que será responsável por fazer os pagamentos iniciais.
Ele alerta que achar um parceiro pode não ser uma missão simples e exige ideias inovadoras, além de energia para compensar a falta de participação financeira. “O empreendedor precisa ter uma sugestão no papel que se mostre viável e provar para os candidatos a sócios que ele tem habilidades para fazer acontecer”, explica o especialista.
Negócios que funcionam de casa são opção mais econômica
Um dos pontos mais caros no processo de abrir uma empresa é o gasto com adaptações do ponto físico. Para quem quer um investimento barato, a solução é levar o empreendimento para dentro de casa.
Alguns modelos permitem até que a pessoa utilize ferramentas que já estão na rotina de uma residência comum, como a venda de comidas. Doces, marmitas saudáveis e lanches são algumas das opções. Com a ajuda do delivery, não é necessário ter uma loja física, nem gastar com equipamentos, como panelas, fogão e geladeira.
Outra alternativa que tem um funcionamento parecido é a fabricação de produtos artesanais, como bijuterias e peças decorativas, ou cosméticos naturais, como sabonetes. Em ambos os casos, o empreendedor precisa ter a técnica, mas é possível começar com poucos materiais e em pequenos espaços.
“O lado negativo das empresas montadas em casa é que a experiência do consumidor é prejudicada. É importante escolher uma opção que diminua ao máximo esse impacto, já que uma experiência ruim afasta o cliente, mesmo que os itens sejam bons”, afirma Enio Pinto.
Neste caso, a fabricação ou ajuste de peças de roupas é um exemplo. Apesar dos custos baixos e equipamentos que podem já estar na rotina, não permitir que a pessoa experimente a roupa ou oferecer um ambiente que não seja agradável compromete o futuro do empreendimento.
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É melhor ter um negócio próprio ou uma franquia de baixo custo?
Para o gerente do Sebrae, o investimento mais seguro para quem quer um negócio barato são as franquias de baixo custo. Ele aponta que o formato traz empresas que já foram testadas e validadas, com uma cartela de clientes como bônus.
“Você não reinventa a roda, você pega carona no sucesso dos outros, e isso é uma economia enorme. Não ter experiência demanda dinheiro para testar e errar, mas a franquia elimina essa etapa”, diz o especialista. Veja esta matéria, que lista 10 franquias baratas com investimentos a partir de R$ 300.
Outro ponto positivo do franchising é que há a opção de procurar por modelos que permitam parcelar o valor a ser pago para montar um estoque ou até mesmo trabalhar com consignação, em que o empresário retira os produtos e só paga pela quantidade que vender.
O retorno do investimento também costuma ser mais rápido, o que exige uma reserva financeira menor para lidar com os gastos até o negócio atingir o ponto de equilíbrio.
“Quando você abre uma empresa própria, é impossível prever com exatidão em quanto tempo ela vai conseguir se bancar. Com a franquia, você tem essa informação antes de começar”, completa o especialista.
Redes sociais ajudam a impulsionar negócio
Colocar o negócio nas redes sociais não exige investimentos, mas pode fazer uma grande diferença nos resultados. Para a divulgação de vídeos ou fotos sobre os produtos, Instagram, TikTok e Facebook se destacam.
A relevância e o potencial de cada uma varia de acordo com o público-alvo, mas elas são uma forma de chegar ao consumidor e, se bem administradas, podem funcionar como uma estratégia de marketing gratuita.
O que é essencial em qualquer segmento é o WhatsApp. Enio Pinto explica que o empreendedor precisa garantir que, ao entrar nos perfis da marca, o cliente tenha acesso facilitado ao número de telefone para entrar em contato e realizar a compra.
As vendas podem ser direcionadas para um site próprio, marketplaces ou finalizadas já no aplicativo de mensagens. Não importa o meio: a única exigência é estar disponível nos canais digitais.
“O mundo agora é fígital: meio físico, meio digital. As pessoas aprenderam a comprar online na pandemia e nunca mais pararam. Se você quer crescer, precisa ir para o comércio eletrônico”, conclui o especialista.
5 sugestões do especialista de negócios com baixo investimento
- Consultorias vinculadas a sua formação, como consultor de moda ou de empresas
- Venda de comida, como doces, marmitas saudáveis ou lanches
- Venda de produtos artesanais, como bijuterias e itens decorativos
- Venda de cosméticos naturais
- Franquias de baixo custo
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