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Mulheres são donas de mais de 10 milhões de empresas no País; maioria é informal e não tem sócios

De acordo com levantamento da entidade, com dados da PNAD Contínua, do IBGE, atualmente, elas representam um terço dos negócios existentes no Brasil

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Foto do author Felipe Siqueira
Foto do author Geovanna  Hora
Atualização:

As mulheres representam, atualmente, cerca de um terço dos donos de negócios no Brasil - são 10,1 milhões de empresas comandadas por elas.

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Neste Dia do Empreendedorismo Feminino, comemorado nesta terça-feira, 19, o Estadão traz dados exclusivos, relatos de empresárias e dicas para que mais mulheres possam ter acesso à informação e empreender.

Deste total, a esmagadora maioria (83,72%) não tem sócios - trabalham sozinhas. Além disso, mais da metade (65,41%) não tem CNPJ aberto - ou seja, atuam por meio da informalidade. Os dados constam no Painel de Empreendedorismo Feminino, do Sebrae, realizado com informações da PNAD Contínua, do IBGE, até o último trimestre de 2023 - os mais recentes.

Mulheres atuam, em sua maioria, sozinhas - sem sócios  Foto: Artem Varnitsin /Adobe.Stock

Boa parte delas, inclusive, de acordo com a mesma pesquisa, são chefes de família (52%), não contribuem para a Previdência (59,57%) e ganham até dois salários mínimos (72,03%). E mais da metade atua no setor de serviços (55,83%), uma das principais portas de entrada ao mundo dos negócios - ainda mais quando falamos sobre empreendedorismo por necessidade - por conta da baixa barreira de entrada, com valores menores para se começar a trabalhar - custos mais baixos do que um ponto físico de outros setores, por exemplo.

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E qual o problema de não ter CNPJ?

As implicações vão desde a parte financeira até a aposentadoria.

Primeiro, quando não se tem CNPJ, não se emite nota fiscal oficial para produtos ou serviços ofertados. E isso é um gigantesco dificultador para que a empreendedora consiga fechar contratos com empresas de maior porte ou até mesmo com órgãos públicos - sejam autarquias, fundações, ou estruturas públicas dos níveis municipal, estadual ou federal.

O segundo problema que pode ser destacado é a não contribuição à Previdência. Claro que pode existir um pagamento de carnê ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) como pessoa física. Porém, quando se tem CNPJ, especialmente por meio da modalidade MEI (Microempreendedor Individual), isso já é feito no momento do recolhimento de imposto, por meio da DAS. Já abordamos neste material quais as vantagens da formalização e neste outro como melhor definir o porte da empresa.

E vale acrescentar que, em média, empreendimentos com CNPJ abertos rendem mais financeiramente. No mesmo período, sem fazer distinção entre homens e mulheres neste caso, empresas formais tinham retorno aos donos de negócio quase três vezes maior do que as informais - R$ 5,7 mil contra R$ 1,9 mil.

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Não ter sócios é um problema?

A resposta, como na maioria das vezes, é um “sonoro” depende. Isso porque os especialistas recomendam que uma sociedade deve ser feita para somar em prol do empreendimento.

Seja por meio financeiro, com um aporte de verba para constituição de um capital de giro, por exemplo, uma espécie de colchão financeiro para a empresa até que ela consiga atingir o ponto de equilíbrio e pagar a própria operação por conta própria, seja por meio de conhecimentos de gestão - alguém que tenha mais conhecimentos relacionados a contabilidade e administração, por exemplo.

Além disso, dividir as funções pode, sim, ajudar a ter uma dinâmica mais fluida e rápida para o empreendimento. Porém, ter um sócio simplesmente pelo fato de ter mais alguém, mas que não necessariamente acrescentaria à estrutura, não é interessante para o empreendimento.

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