Por que ser muito otimista pode atrapalhar o início de um empreendimento?

Se o empreendedor não fizer a devida análise de cenário, a chance de falha é muito maior

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Foto do author Felipe Siqueira

Não entenda mal esse título. É claro que uma pitada de otimismo é extremamente importante na hora de iniciar um empreendimento. Na verdade, acreditar em um projeto, no geral, faz parte da chance de sucesso - seja em um novo negócio, na carreira, na vida pessoal e tudo mais. Porém, existe uma linha que, quando atravessada, o otimismo pode exceder a dose saudável.

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De acordo com o vice-presidente de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto, Lucien Newton, isso vai acontecer quando a positividade - tanto do empreendedor quanto das pessoas em seu entorno - superar os estudos de viabilidade do negócio.

Se o empreendedor não fizer a devida análise de cenário, a chance de falha é muito maior.

“Isso vai acontecer porque o excesso de otimismo, em determinado momento, pode levar a pessoa a acreditar que já está tudo ótimo, ter convicção de que tudo vai funcionar perfeitamente, o que te cega. Não te permite perceber o controverso, que existe risco”, explica o especialista.

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Ter um otimismo exacerbado pode cegar o empreendedor e causar mais obstáculos no curto prazo  Foto: 5AM Images - stock.adobe.com

E aí vem o que é sempre a principal dica para quem vai começar a empreender: planejamento. “Tem que se preparar para riscos, para contornar problemas.” Até porque esses problemas vão acontecer naturalmente. Isso é ser realista.

De novo, dificilmente alguém empreenderia sem uma dose de otimismo. Os riscos são bem altos, ainda mais quando vai começar algo do zero.

No caso de franquias, os problemas até são minimizados, mas ainda existem. O risco sempre será inerente. Então, somente pela razão, destaca Newton, talvez muito menos gente teria algum negócio no Brasil.

O que o empreendedor deve saber?

Há inúmeras etapas e capacitações para serem realizadas e buscadas ao abrir um negócio. A pessoa pode, inclusive, procurar entidades com serviços grátis para ter algum tipo de auxílio, como é o caso do Sebrae, que tem cursos online sobre gestão e atendimentos ao empreendedor.

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Em resumo, o aspirante a empresário vai precisar ter noções básicas de:

  • capital de giro: pode ser resumido como uma espécie de reserva de emergência para empresas. Sua necessidade ficou muito clara na crise da covid-19, quando houve queda abrupta de faturamento. Quem tinha uma boa folga teve mais chances de sobreviver. A quantidade necessária deverá ser o suficiente para manter a operação do dia a dia de pé por um determinado período, sejam meses ou até um ano.
  • fluxo de caixa: é o ponto de partida para a estrutura financeira de um empreendimento. O documento registra tudo o que entra e sai da operação de um negócio. Ou seja, é o relatório para realizar o acompanhamento de receitas e despesas.
  • ponto de equilíbrio: quando uma empresa consegue atingir um nível de faturamento suficiente para suprir todos os custos - fixos e variáveis. Ou seja, o negócio consegue se pagar e caminhar com as próprias pernas. Nesse estágio, porém, ainda não há lucro.
  • DRE: o Demonstrativo de Resultado do Exercício vai possibilitar trazer para o empreendedor a avaliação de como está a empresa, além de viabilizar projeções, vendo o todo da operação.
  • faturamento e lucro: simplificando, o faturamento é o resultado de vendas da empresa e o lucro é o que sobra depois de pagar todos gastos. A empresa precisa de faturamento para pagar funcionários, contas, aluguel e todos os outros custos.

Claro que esses são apenas alguns exemplos de temas para auxiliar neste início. Ainda há muito mais para se capacitar. Até porque os percalços só vão ser efetivamente conhecidos no dia a dia.

Mas, como é divulgado pelo próprio Sebrae, a falta de planejamento, que pode ser consequência direta de um otimismo exacerbado, é uma das principais causas do fechamento de pequenos negócios nos primeiros anos de vida.

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Então, estar pronto para as dificuldades é parte essencial de empreender.

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