O Brasil tem 213.126 bares, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel. A maioria – 98,33% – das empresas são microempresas. Outras 1,37% são companhias de pequeno porte (2.748).
Ou seja, as franquias – ainda são minoria nesse universo e por isso há, segundo os empresários do setor, uma grande chance de crescimento nesse ramo.
“Bar qualquer um monta. Mas ter uma empresa com estrutura de atendimento e funcionamento, é bem diferente”, diz Francis Albert de Lima Soares Piltz, diretor do Folks Pub.
A estrutura que a franquia fornece – entretanto – não é motivo para que quem queira investir no segmento leve a empreitada sem se dedicar.
“Quando entrevisto interessados na franquia, pergunto se a pessoa está preparada para ficar pelo menos 12 meses trabalhando sem feriado, sem folga, sem final de semana”, diz José Marcos Braguin, fundador e diretor-executivo da Cia. de Bares Franchising – da rede Salomé Bar e Yolanda Botequim. “Se o franqueado não fica à frente do negócio 100% do tempo, ele não vai entender como é a operação e – no meu ver – desse jeito a coisa não anda”, diz ele.
Ter um bar não é só vender comida e bebida, explicam os empresários. É preciso ficar atento ao comportamento da sociedade como um todo.
Piltz lembra, por exemplo, que agora, com o fim da pandemia de coronavírus, o comportamento dos frequentadores mudou. As pessoas não esperam mais até depois das 20h, 21h, 22h para sair. Elas chegam aos estabelecimentos mais cedo, por volta das 18h30.
“Poucos querem esticar a noite toda. A maioria chega cedo e vai embora antes da meia-noite. Isso é bom porque aumenta o giro, o consumo de mercadorias do bar começa antes”, diz o fundador do Folks Pub.
Outro diferencial do bar franquia é o relacionamento que a empresa franqueadora tem com os fornecedores. Muitos bares independentes fazem os contratos com as empresas de bebidas e comidas em troca do fornecimento do “enxoval” do bar: mesas, cadeiras, decoração, geladeiras.
A empresa franqueada geralmente não faz isso. No caso do Salomé Bar, por exemplo, esse custo fica por conta do investimento inicial do franqueado. Mas em contrapartida, a franqueadora fecha o contrato de fornecimento com preços mais baixos com as empresas de bebidas e outros parceiros. “No decorrer do tempo, é bem mais vantajoso”, diz Braguin.
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