Ela largou cargo de liderança para abrir startup de plano de saúde para pets

Martha Franciny Rodrigues criou a Guapeco em Florianópolis (SC) durante a pandemia; seguro-saúde é usado como benefício para empresas cujos funcionários têm animais

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Foto do author João Scheller
Atualização:

FLORIANÓPOLIS, SC — Quando Martha Franciny Rodrigues entrou em um workshop para estruturar ideias de startups, mal sabia que dali surgiria uma grande mudança em sua ainda curta carreira profissional. Estudante de Administração em Florianópolis, SC, ela já tinha cargo de liderança na área de vendas em empresa de tecnologia, importante setor econômico da capital catarinense, mas não pensava em abrir o próprio negócio.

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Foi a partir do programa, que fez durante os primeiros meses da pandemia para ocupar o período sem aulas, que surgiu a ideia de criar a Guapeco, um plano de saúde para pets que funciona como benefício corporativo.

“A empresa onde eu trabalhava tinha um pacote de benefícios muito bom, e muitos deles para família. Só que a maioria das pessoas que trabalhavam comigo não eram casadas, nem tinham filhos, então não os atendia. Foi então que pensei: e se uma empresa oferecesse um plano de saúde pet como benefício corporativo?”, afirmou Rodrigues, durante o Startup Summit, evento realizado em Florianópolis pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e pelo Sebrae Startups.

Martha Franciny Rodrigues (esq.) criou a Guapeco, um plano de saúde para PETs que funciona como benefício corporativo, junto do desenvolvedor Thiago Pimentel (centro) e da administradora Julia Locks. Foto: Felipe Melo/Startup Summit/Divulgação

A ideia da fundadora da Guapeco foi uma das selecionadas pelo workshop de 2020 para receber mentoria, ajudando a jovem empreendedora a estruturar a startup.

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Junto do então colega de trabalho e desenvolvedor Thiago Pimentel e da amiga e também administradora Julia Locks, ela fundou a empresa e levou cerca de um ano para organizar as operações.

Após uma série de entrevistas com tutores de pets e gestores de RH de empresas de Florianópolis, o trio validou o modelo e buscou clínicas parceiras para criar uma rede credenciada.

Os serviços cobertos pelo plano incluem consultas, cirurgias, vacinas e outras atividades veterinárias, além de serviços de bem-estar animal, como banho, tosa e hotel.

Estreando na capital catarinense em meados de 2022, a empresa foi crescendo aos poucos e expandindo suas operações para outras cidades, como Curitiba, PR.

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Mais recentemente, a Guapeco começou a operar em todo o País, por meio de reembolso de despesas com as consultas, substituindo o modelo de rede credenciada.

Com foco completo dos sócios, startup cresceu e recebeu aporte

O ecossistema de startups de Florianópolis teve uma grande influência no processo de crescimento e estruturação da Guapeco.

Além da mentoria inicial promovida pela 49 Educação, a startup foi incubada pelo projeto Midtec, da Acate.

O projeto permitiu que a companhia organizasse processos, recebesse mentorias e estruturasse a empresa em um modelo de negócio rentável e escalável.

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“O resultado de transformar o produto em negócio é que lá no final da incubação a empresa vai viver sozinha, ela não vai morrer, porque ela já é um negócio, já tem cliente, está estruturada e anda com as suas próprias pernas”, afirma Tulio Vinicius Duarte Christofoletti, vice-presidente de Ecossistema da Acate.

Foi durante o processo de amadurecimento do negócio que Rodrigues teve que decidir por seguir com o foco completamente concentrado na companhia.

“Eu me formei no final de 2022, então até metade dessa trajetória eu estava como CLT em um cargo de liderança, trabalhando na Guapeco e fazendo uma faculdade”, conta a empreendedora.

“Foi bem desafiador, eu estava num momento de carreira muito bom e tinha muitas oportunidades. Fiz uma reserva financeira, o que foi importante, mas acho que, principalmente, eu tinha certeza de que a empresa tinha um mercado endereçável. Eu sabia que eu não estava me jogando para o nada. Não era só um sonho, era algo real”, afirma Rodrigues, que desde o final do ano passado ocupa o cargo de CEO da Guapeco.

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Segundo ela, a startup conta com sete funcionários e tem apresentado um crescimento de cerca de 15% ao mês nos últimos 12 meses. A empresa não revela o faturamento.

Mais recentemente, a companhia passou por uma rodada de investimentos e recebeu um aporte de R$ 400 mil da Bossa Invest, uma das maiores empresas de venture capital (investimento em empresas em estágios iniciais) do País.

“Em 2020, eu assistia on-line aos pitchs (apresentações de empresas em busca de investimento) da Bossa Invest, e era meu sonho participar. Eu não conseguia nem projetar o que eu teria que fazer para estar lá e agora estamos no portfólio deles. É um orgulho”, afirma Rodrigues.

*O repórter viajou a convite dos organizadores do Startup Summit 2024

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