O que é o pró-labore do dono de uma empresa e como definir seu valor

Empreendedor tem direito a um salário, como se fosse um trabalhador, desde que exerça uma função na operação da empresa; entenda

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Foto do author Felipe Siqueira

O que é o pró-labore em uma empresa? Qual o valor ideal? A primeira distinção que precisa ser feita é justamente em relação ao conceito do pró-labore - e o porquê de ele não ser a mesma coisa que lucro. Existe muito essa confusão.

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O lucro é dividido entre os sócios de uma empresa. Ele existe, de maneira resumida, quando o faturamento é suficiente para quitar todas as despesas mensais e sobra dinheiro. Se houver apenas um dono, todo o excedente vai para um bolso, se tiver dois ou mais, será dividido. Já explicamos com mais detalhes o que são faturamento e lucro nesta matéria.

Agora, se algum dos sócios tiver uma função dentro da operação da empresa, trabalhando diretamente no dia a dia, seja, por exemplo, na parte contábil ou como gerente, aí existirá a possibilidade de um pró-labore.

O termo representa um conceito simples: nada mais é que o salário do empreendedor, como se fosse um funcionário - com descontos de Imposto de Renda e INSS, inclusive.

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Valor do pro-labore (salário) do empreendedor deve fazer sentido dentro da estrutura da empresa Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Essa separação entre o que é lucro e o que é o pró-labore é importante, explica o consultor de negócios do Sebrae-SP Leonardo Suyama Tegg, porque muitos empresários, especialmente os que estão no começo da jornada, sem tanta informação e formação, acabam não só pensando - erradamente - que o lucro é o salário que se tira de um negócio, como também misturam as contas física e jurídica.

“Muitos acabam pegando o cartão corporativo e pagam contas pessoais, sem ter controle sobre as duas finanças. Não sabem quanto retiram por mês da empresa, não têm relatórios, não sabem se há lucro ou prejuízo, enfim… tudo isso pode, consequentemente, quebrar a empresa”, afirma.

Como definir o valor do pró-labore?

Como é o salário do empreendedor, o ideal,é que seu valor seja compatível com o mercado e com a própria realidade da empresa, explica Tegg. Não adianta querer ter vencimentos altos ao ponto de a estrutura não conseguir pagar.

Mas também não é interessante o empresário ficar sem um pró-labore, se existir um trabalho desempenhado dentro da organização.

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“Tudo vai depender, claro, do porte da empresa. Uma grande consegue pagar um valor maior (e vice-versa). O legal é fazer uma pesquisa para saber o quanto que a sua força de trabalho valeria no mercado”, diz o especialista.

Ele também complementa que, por inúmeras vezes, ainda mais quando falamos em empresas menores, existe um acúmulo de funções por parte do empreendedor. Um erro comum nesses casos, ressalta Tegg, é simplesmente somar todos os salários possíveis, como gerente, vendedor, contador, entre muitas outras possibilidades.

“Você não vai exercer tudo isso ao mesmo tempo. Será necessário dividir o seu dia para que essas ações sejam executadas. Logo, primeiro, é preciso bom senso, para que a quantia faça sentido dentro da estrutura da empresa; segundo, tenha ideia do quanto você vai se dedicar a cada função e encontre uma média dos salários dentro de tudo que faz.”

Por fim, é válido lembrar que o pró-labore sai do próprio faturamento da empresa. Portanto, quando for apurado o lucro, essa quantia será descontada - já que é um custo dentro da operação, assim como salário de funcionários, aluguel, energia elétrica, entre outros.

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