Sol, pé na areia e futevôlei. Você até pode achar que essa é a vida de um morador de cidade de praia, mas, com um recente boom de praticantes do esporte na capital paulista, diversos empreendimentos têm surgido para tornar esse cenário possível em meio ao asfalto. Como se o jogador estivesse em plena praia de Copacabana.
São locais como Posto 011, Sun7, Ripley Sports, Arena Carolina Futevôlei, Aloha Areia Sports e ainda Tatuapraia. Há outros negócios que nasceram com outras modalidades de esporte sem areia e, diante da procura, também migraram o negócio para atender a demanda pela “praia”, como Power Sports e Chute Inicial Corinthians.
Nesses espaços em que o foco é a quadra de areia, há aulas coletivas ou individuais de esportes além do futevôlei (como beach tennis) e ainda treino funcional, sem bola, para aprimoramento do físico e locação da quadra por tempo determinado.
Fundada em 2017 por cinco amigos – Theo Hamaoui, Bruno Cozzolino, Bibi Martins, Lucas Gasbarro e Gabriel Cunha –, o Posto 011 nasceu após um dia de muito futevôlei e a visão de oportunidade de negócio. “Fomos jogar futevôlei em um clube de São Paulo como convidados e nos apaixonamos pelo esporte e pelo lifestyle. Quando procuramos lugares que ofereciam isso na cidade, e vimos que havia apenas um ou dois, percebemos a oportunidade e decidimos investir no centro”, conta Theo Hamaoui.
Hoje, o Posto 011 já conta com duas unidades – uma na Lapa, zona oeste, e uma em Santana, na zona norte, que abriu neste ano. São oferecidas aulas nas modalidades de futevôlei, beach tennis, vôlei de praia e treino funcional. Com duas quadras na Lapa e três em Santana, o empreendimento já conta com uma média de 200 e 100 alunos por mês, respectivamente, e os planos para a prática dos esportes saem em média por R$ 200.
Com a unidade de Santana recém-inaugurada, Lucas Gasbarro se diz confiante com o negócio e já pensa em planos de expansão. “É um esporte que está atraindo as pessoas, pois muita gente está migrando da quadra para a areia. O futevôlei tem sido o mais procurado tanto por homens como mulheres. Vamos sentir a segunda unidade primeiro, mas já temos planos de expansão para mais unidades ou abertura de franquia.”
Para o professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Pedro Trengrouse, o mercado está em alta, pois, segundo ele, a sociedade está cada vez mais atenta ao desenvolvimento de hábitos saudáveis, tanto físicos como mentais. Espaços como esses ajudam nos dois lados, conta ele, já que as pessoas fazem a atividade física e usam o espaço multiúso para “fugir” do caos do paulistano.
“São Paulo não tem praia e isso é uma grande oportunidade a ser explorada, pois é uma demanda que não pode ser atendida pela natureza, como no Rio de Janeiro, e vem crescendo muito nos últimos anos”, diz. “Os americanos têm um ditado que é ‘no parking, no business’. Nesse caso, é justamente isso: tem que ter a infraestrutura necessária para atender ao lifestyle dessa demanda e se manter competitivo.”
Por isso, diz Clayton Dax, fundador da Sun7, esses empreendimentos são chamados de centros, e não de academias. Também jogador de futevôlei, ele fundou o centro ao lado de sua sócia, Daniella Lacava, no começo deste ano, na Vila Andrade, zona sul, e conta que desde o começo eles buscaram transformar o empreendimento em algo além das quadras. “O conceito da Sun7 é levar um estilo de vida, não só uma academia.”
A Sun7 conta com duas quadras e uma média de 70 alunos por mês. Há planos para a prática de futevôlei e beach tennis a partir de R$ 229 por mês. Pretendendo oferecer uma gama maior de esportes, que incluem vôlei de praia, treino funcional, yoga, calistenia (prática que usa o peso do próprio corpo para os exercícios) e boxe, Dax comenta que projeta chegar a 400 alunos por mês e já tem planos para expansão.
“Para este ano pretendemos deixar essa unidade 100% ativa. Depois, vamos buscar crescer para mais três ou quatro unidades”, diz ele, que quer validar o negócio em unidades próprias para poder abrir franquias.
* ESTAGIÁRIO SOB A SUPERVISÃO DO EDITOR DE SUPLEMENTOS, DANIEL FERNANDES
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