Quando era criança, Joel Moraes Santos Junior, conhecido atualmente como Joel Jota, 43 anos, queria aprender a nadar para conseguir pescar com o pai e o avô. Natural de Santos (SP), ele entrou em uma aula e começou a gostar. Foi atrás de peneiras - para ingressar em alguma iniciação de clube - e deu certo.
O filho do meio conseguiu entrar em um time de natação. Com 15 anos, recebeu o primeiro salário - vindo justamente do esporte de que gostava. A partir daí, percebeu que tinha aptidão. “Virou minha profissão. Levei a sério e se tornou minha vida”, falou, em entrevista ao Estadão (leia aqui a entrevista em detalhes). Ao longo da carreira, acumulou 17 títulos nas categorias de 50 metros livre e revezamentos.
Depois da carreira de nadador, que o fez chegar à seleção brasileira, ele passou a ser assistente de treinador. Com o tempo, foi percebendo a habilidade que tinha para se comunicar. Com isso, resolveu escrever seu primeiro livro, sobre força mental e desenvolvimento no esporte. “Identifiquei um problema e investi nisso. Virou uma segunda renda.”
Em 2006, passou a ser professor na mesma universidade em que havia estudado educação física anos antes - a Santa Cecília, em sua cidade natal. E, instigado pelo lado empreendedor, abriu, em 2009, sua primeira empresa, especializada em consultoria para atletas de natação, que funcionou até 2015.
Paralelamente, em 2011, por gostar do tema de saúde, investiu em um programa de TV para abordar o assunto, em uma emissora local do litoral paulista, que contava com um apresentador contratado. A ideia era, ao longo do tempo, angariar patrocínios. O projeto, porém, não deu certo e, no mesmo ano, quebrou. O resultado foi uma dívida de R$ 150 mil, que levou cinco anos para ser paga.
Até que, em 2014, assumiu a coordenação do Instituto Neymar Jr., após conhecer o pai do jogador em um curso universitário no qual Jota dava aula.
Atualmente, as principais funções dele são professor, palestrante e empresário. Entre uma empresa aberta “aqui e outra ali”, Jota é sócio, fundador ou co-fundador de seis marcas diferentes, de acordo com informações em sua página profissional no LinkedIn. São elas:
- Konioca, do setor alimentício: produz tapiocas recheadas em formato de cone
- Non Stop Produções, de marketing
- ClaxClub, grupo de networking de empresários
- Performan-C, de ensino
- Hygia Saúde, que comercializa seguros de saúde e de vida, além de plano hospitalar
- Jota Company, das áreas de tecnologia, informação e mídia
Ele diz não gostar de ser identificado como “coach”, por uma questão de mercado. “Traz uma coisa negativa no Brasil.”
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“O coaching é o método. O coach é o profissional. Nos EUA, a coisa é levada bem a sério. Só que muitos não deram resultado (no Brasil) e as pessoas (por conta disso) não gostam. Eu uso ferramentas de neurociência, de coaching, de administração, de marketing, vendas, influências: é um combinado de ferramentas. Mas não uso o termo por conta da indústria, que não tem muita credibilidade”, explica.
Jota vende cursos e mentorias. Ele tem presença forte nas redes sociais. São 4,7 milhões de seguidores no Instagram e mais de 1,2 milhão de inscritos no YouTube, onde há conteúdo gratuito sobre temas como gestão, vendas e negócios no geral. Sua página do LinkedIn conta com mais de 390 mil seguidores.
Na oitava temporada do reality show de empreendedorismo Shark Tank, do Canal Sony, em 2023, ele teve uma cadeira fixa como “tubarão”, uma espécie de jurado que decide se um projeto merece investimento.
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