Ela aprendeu a cozinhar com a avó desde menina e hoje vende tortas com ‘sabor de infância’

Empresária conta que ‘boca a boca’ logo se tornou seu maior aliado; pedidos foram crescendo rapidamente

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Victoria  Lacerda

Greta Guedes, de 44 anos, encontrou na culinária uma forma de transformar lembranças afetivas em um próprio negócio. A empresária criou a Quichiki em 2018, uma marca especializada na produção artesanal de quiches e tortas, que hoje opera em uma cozinha industrial na Zona Sul de São Paulo, no bairro Cidade Jardim.

PUBLICIDADE

Desde criança, Guedes demonstrou profundidade com a cozinha. As férias escolares passadas na casa de praia da avó foram determinantes para seu amor pela culinária. “Ela era uma grande inspiração. Ela me ensinou a quebrar ovos, sovar massas e até fomos juntas à praia pegar caranguejos e vôngoles. Preparamos de tudo: sonhos, bolos, sopas e pães. Mesmo pequena, eu adorava ajudar”, recorda.

Essa conexão com a avó foi tão marcante que, mesmo após o falecimento dela em 2017, Guedes continua a usar as receitas que aprendeu nesse período como base para suas criações. No entanto, a sua trajetória profissional começou bem distante da gastronomia. Formada em Direito, Greta atuou brevemente como advogada - na área tributária. “Buscando uma mudança, decidi estudar para concursos públicos, mas novamente encontrei insatisfação”, lembra.

Greta Guedes, de 44 anos, criou a Quichiki em 2018 Foto: Ricardo D'angelo/Divulgação Quichiki

Foi em 2011 que tudo mudou. Ela se matriculou no curso “Cozinheiro Chef Internacional”, no Senac. Após a finalização do primeiro, buscou ainda mais qualificação, no Le Cordon Bleu.

Publicidade

Primeiras tentativas no empreendedorismo

Embora apaixonada pela gastronomia, Guedes não planejou inicialmente em abrir um negócio próprio. A empresária conta que em 2013, já grávida, tentou empreender com uma amiga do Senac, criando uma marca de papinhas para bebês. O projeto, no entanto, não deu certo.

“Descobrimos que o mercado era muito específico e pequeno. Muitas famílias preferem preparar em casa ou deixar essa tarefa com as babás. Foi uma experiência que me ensinou muito sobre as dificuldades de empreender”, avalia.

Mesmo com o insucesso do primeiro negócio, continuou a cozinhar. “Durante a gravidez, comecei a preparar quiches e tortas para amigos e familiares.”

A empresária conta que o ‘boca a boca’ logo se tornou seu maior aliado, e os pedidos foram crescendo rapidamente. “Eu fazia em casa e, às vezes, na casa da minha mãe. Quando vi, já não dava mais conta sozinha”, conta.

Publicidade

Em 2018, a empresária oficializou o negócio e lançou o Quichiki. Inicialmente, a produção ainda era caseira, mas, com alta demanda, ela investiu em uma cozinha industrial, onde trabalha até hoje com o auxílio de uma equipe.

O cardápio que conquistou os clientes

A Quichiki oferece um cardápio diversificado, mas o foco principal são quiches e tortas, que são preparadas artesanalmente. Entre os produtos mais vendidos estão a quiche de alho-poró (R$ 90 o quilo) e a torta de frango, disponíveis em dois tamanhos, custando de R$ 70 a R$ 100.

Prato de quiche comercializado pela casa Foto: Ricardo D'angelo/Divulgação Quichiki

Além disso, há opções mais sofisticadas, como a quiche de brie com geleia de frutas silvestres, que sai por R$ 100. O cardápio também inclui entradas, como caponata e pesto, sobremesas como quindins (R$ 98 ou de 750 g) e tortas doces (a partir de R$ 98). Os produtos são adquiridos frescos ou congelados, atendendo a diferentes perfis de consumidores.

Atualmente, Guedes e sua equipe produzem cerca de 10 a 15 pedidos por dia, o que representa centenas de unidades semanalmente. Ela conta com um assistente para gerenciar os pedidos via WhatsApp e Instagram. Questionada sobre o faturamento, ela prefere não divulgar os números, mas afirma que os resultados foram “animados”.

Publicidade

“Estamos crescendo de forma consistente, e isso me deixa muito satisfeita. Meu sonho é abrir uma loja física no futuro, mas só vou fazer isso quando a demanda exigir o investimento”, explica.

Qualidade como prioridade

Ela conta que faz questão de acompanhar de perto todo o processo produtivo e garantir que cada item seja preparado com cuidado. “Eu adaptei as receitas da minha avó ao longo do tempo, mas nunca abri mão da essência delas. Só utilizo ingredientes de primeira linha, e isso faz toda a diferença”, afirma.

Com mais de 9 mil seguidores no Instagram, Greta investe no marketing digital para divulgar seus produtos. Uma empresa terceirizada cuida das redes sociais da Quichiki, destacando lançamentos, promoções e novidades. As entregas cobrem toda a cidade de São Paulo, ou que amplia o alcance da marca.

Até o momento da apuração desta reportagem, a Quichiki não tinha avaliação de clientes nem no Google, nem no site Reclame Aqui.

Publicidade

Especialista da dicas de como se desatacar em comércios gastronômicos

Em altaPme
Loading...Loading...
Loading...Loading...
Loading...Loading...

Adriana Auriemo, vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), destaca que o setor de alimentação está em constante transformação, impulsionado por novas tecnologias e mudanças no comportamento do consumidor. Entre as tendências mais marcantes estão o fortalecimento do delivery, o avanço das dark kitchens e o uso crescente de inteligência artificial, que otimiza processos e personaliza a experiência do cliente. Além disso, ferramentas como tokens de autoatendimento não apenas melhoram a conveniência, mas também ajudam a reduzir erros operacionais.

De acordo com Adriana, práticas sustentáveis têm ganhos de força, com empresas adotando fornecedores locais, produtos artesanais e soluções que promovem o cuidado com o meio ambiente. Outra tendência relevante é o co-branding, que cria parcerias entre marcas para lançar produtos ou promoções atrativas. “O consumidor também tem buscado opções com apelo à saúde física e mental, além de indulgências que proporcionem experiências únicas e sabores marcantes”, explica.

Para quem busca abrir um negócio de energia, a especialista enfatiza a importância de um modelo bem estruturado. “É essencial ter práticas sólidas de gestão de qualidade e controle de custos. A tecnologia, nesse sentido, tem sido uma grande aliada, ajudando a monitorar desde a manipulação de alimentos até a eficiência operacional.”

Na escolha do ponto comercial, ela aponta que a localização é determinante. “É preciso avaliar se o local atende ao público-alvo, oferece boa visibilidade e acessibilidade, além de estar em conformidade com as normas de zoneamento. Custos com reformas, aluguel e demais despesas também devem ser considerados para garantir as previsões do negócio”, conclui.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.