O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quarta-feira, 7, de atividades do bicentenário da Independência e de atos eleitorais em Brasília e no Rio. Na praia de Copacabana, chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “quadrilheiro”, a quem se referiu também como “nove dedos”, e disse que o adversário deve ser extirpado da vida púbica. Mais cedo, em Brasília, o presidente acompanhou o desfile militar na Esplanada dos Ministérios e depois discursou para apoiadores reunidos na Alameda das Bandeiras, nas proximidades do Congresso Nacional.
Destaques
Bolsonaro repetiu motes de campanha e afirmou que, hoje, “todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”. Ele afirmou ainda que, se reeleito, levará para as “quatro linhas (da Constituição) todos os que ousam ficar fora delas”. O presidente também voltou a pedir votos, descrevendo sua campanha à reeleição como uma “luta do bem contra o mal”.
Veja como foi o desfile em Brasília:
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Encerramento
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Eventos da Independência viram atos de campanha em Belo Horizonte
Após dois anos suspenso por causa da pandemia, o desfile cívico-militar de 7 de Setembro em Belo Horizonte, na avenida Afonso Pena, área central da capital mineira, reuniu, nesta quarta-feira (07), uma multidão que acompanhou a solenidade, com bandeiras do Brasil e de Minas Gerais, além de camisas da Seleção Brasileira e outros itens alusivos às cores verde e amarelo.
“Estávamos ansiosos, esperando com muita alegria, essa manifestação do bicentenário da independência do Brasil. Um tributo a milhares de brasileiros que heroicamente tombaram em defesa da manutenção da nossa independência”, afirmou o comandante da 4ª Região Militar do Exército, com sede na capital mineira, general Paulo Valença.
O militar foi uma das poucas autoridades que acompanharam o desfile do início ao fim, que contou com a presença do governador Romeu Zema (Novo) e do senador Carlos Viana (PL), ambos candidatos ao governo estadual.
No mesmo horário, manifestantes de direita ocuparam praça da Liberdade, onde está localizado o Palácio da Liberdade, antiga sede do governo estadual, reafirmando apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), num evento de campanha, que contou com a presença de diversos candidatos da base bolsonarista às eleições de outubro.
Os discursos enfatizaram as pautas conservadoras defendidas por Bolsonaro, como a luta contra o comunismo, o direito ao aborto, a legalização de drogas e a ideologia de gênero, e na defesa da Deus, da família e da liberdade. Os manifestantes gritam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Manifestantes de oposição ao governo Bolsonaro, por sua vez, ocuparam a praça Vaz de Melo, região noroeste da capital mineira, com adereços e referências a Lula. Diversos candidatos também estiveram presentes.
“Apoio uma candidata indígena que tem um adesivo que não cola. Um encarte com papel de pior qualidade. É difícil, porque a campanha não tem financiamento. Mas, precisamos do povo indígena representado. Isso depende da contribuição de todos”, afirmou Maria Flor Guerreira, do comitê local do Apoio às Causas Indígenas. “O 7 de setembro não tem ligação com o bolsonarismo, mas com o Brasil”, afirmou, enquanto defendia maior presença indígena na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Carlos Eduardo Cherem e Marcellus Madureira
Eventos contrastantes para comemorar o 7 de Setembro em Porto Alegre
Porto Alegre - Para evitar conflitos, movimentos de políticos celebraram o Sete de Setembro em Porto Alegre em horários e locais diferentes em Porto Alegre. Se no desfile oficial, que ocorreu na Orla do Guaíba, o clima foi ameno e com muita comemoração, nos demais não faltaram ataques aos adversários.
No início da manhã, o Grito dos Excluídos reuniu mais de 200 pessoas que protestavam contra o presidente Jair Bolsonaro e seu governo, mais especificamente clamando por políticas de combate a fome, desemprego e moradia. O ato culminou com distribuição de viandas de almoço para participantes e moradores do bairro Partenon, uma zona mais carente da cidade.
O segundo ato do dia foi realizado sem manifestações políticas e um grande público, que superou as cinco mil pessoas esperadas. O dia ensolarado ajudou e tornou as apresentações de paraquedistas, cavalarianos, tanques e carros blindados um grande atrativo para diversas famílias que estiveram no local com camisetas e bandeiras do Brasil.
Já na parte da tarde, o ato bolsonarista de Sete de Setembro, em zona nobre de Porto Alegre, no Parque Moinhos de Vento, teve mais público que o dos movimentos de esquerda. Além de manifestações contra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva também foram expostas diversas faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive no carro de som que estava no local.
Cartazes e panfletos ligando partidos de esquerda ao narcotráfico, PCC e aborto (as mesmas comparações feitas há algumas semanas, em um painel colocado em dois prédios na cidade e retirado a pedido do Ministério Público do RS) foram distribuídos.
Érico Almeida Fabres
Estadão Verifica: no Rio, Bolsonaro faz alegações falsas sobre corrupção e invasões de terra
Não é verdade que governo esteja há 3 anos e meio sem corrupção, nem que tenham acabado ocupações do MST no atual mandato. Leia mais.
Multidão faz ato de apoio a Bolsonaro em Curitiba
Curitiba - Em Curitiba, o 7 de Setembro foi marcado por quatro eventos. Pela manhã, o desfile cívico-militar reuniu milhares de pessoas na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico. Em meio ao público, havia imagens do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na dispersão do desfile oficial, na Praça 19 de Dezembro, ocorreu um ato com culto evangélico em louvor e clamor pela pátria. Também pela manhã, foi realizado o 28° Grito dos Excluídos em uma área de ocupação, no bairro Tatuquara, organizado pela Arquidiocese de Curitiba e movimentos sociais.
À tarde, milhares de apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. O evento contou com falas golpistas em caminhão de som, defendendo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). “Presidente, o povo está contigo. O povo está te passando todo o poder para fazer o que quiser. Basta, senhor presidente”, afirmou um manifestante ao microfone. As presenças de Vânia e Maria de Denise, irmãs do presidente, foram anunciadas pelos organizadores.
Ederson Hising
Prefeito bolsonarista de Vitória briga com o governador do Espírito Santo e não vai a desfile
Em Vitória, atos do 7 de setembro foram marcados pela ausência do prefeito da capital no evento oficial de comemoração da data, além de manifestações a favor do governo de Jair Bolsonaro (PL) e passeatas do 28.º Grito dos Excluídos. Conhecido como “bolsonarista radical”, Lorenzo Pazolini (Republicanos) e representantes do município não compareceram ao desfile cívico-militar da Independência do Brasil. Segundo o jornal Folha de Vitória, até o momento, nos bastidores, especula-se que a ausência se deu pela rivalidade com Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo. Casagrande marcou presença no desfile ao lado da chefe do Ministério Público do Estado, Luciana Andrade, do superintendente da Polícia Federal, delegado Eugênio Ricas, e de alguns deputados e autoridades militares. Leia mais.
Leia análise de J.R. Guzzo
Moraes, STF e ‘juízes eleitorais’ não conseguirão mais tirar de Bolsonaro a bandeira verde e amarela. O que se viu nas ruas no Sete de Setembro: a bandeira brasileira, definitivamente, passou a ser o grande símbolo do candidato à reeleição – nas costas das pessoas, nas janelas dos prédios, nos vidros dos carros. Leia mais.
Ato bolsonarista no Recife tem manifestações anti-STF e encenação de prisão de Lula por Bolsonaro
Recife - Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) gritaram palavras de ordem a favor do presidente e contra as demais instituições, principalmente o Supremo Tribunal Federal, em ato realizado no Recife, na tarde deste sete de setembro. Eles se reuniram na Avenida Boa Viagem como demonstração de apoio ao incumbente. Enquanto isso, grupos formados por dezenas de pessoas praticavam roubos e furtos contra o comércio e banhistas.
Comerciantes reclamam de roubos nos estabelecimentos próximos ao posto 7 da orla de Boa Viagem, próximo à Padaria Boa Viagem, onde ocorreu a concentração para o ato. Os manifestantes seguiram até o final da avenida e, em destaque, um grupo encenou o que seria a prisão de Lula por Bolsonaro, cujo personagem chegou a fingir atirar no seu antagonista.
Candidatos apoiados pelo presidente em Pernambuco marcaram presença na manifestação. Anderson Ferreira e Gilson Machado, respectivos candidatos do PL ao Governo e ao Senado, discursaram para apoiadores e chegaram a ser carregados nos braços.
Augusto Tenório
Ato bolsonarista em Natal tem gritos contra Lula e palanque para candidatos
Natal - O ato que reuniu eleitores e simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro contou com gritos de “Lula Ladrão”, “Fora PT” além de faixas, trios elétricos e músicas alusivas a Bolsonaro e a candidatos vinculados ao presidente.
O ato contou com a participação do ex-ministro do Desenvolvimento Regional e candidato ao Senado, Rogério Marinho (PL), que falou por cerca de 10 minutos para uma multidão.
“Temos um presidente que tem se notabilizado por falar a verdade, sem filtros, sem se preocupar em palavras bonitas e polidas e estamos com um país mal acostumado”, disse.
Uma faixa foi estendida na Prudente de Morais com os dizeres “Queremos eleições limpas com voto auditável”. A carreata seguiu para a praia de Ponta Negra com três trios elétricos. A organização estimou a participação em pelo menos 50 mil pessoas.
Ícaro Carvalho
Bolsonaro faz corpo a corpo após discurso
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez um corpo a corpo com apoiadores após discursar em cima de um trio elétrico na orla de Copacabana, zona sul do Rio. A multidão de acotovelou em busca de fotos e vídeos com o presidente.
Vinicius Neder