‘A política gira’, diz Waguinho sobre esperada saída de sua mulher Daniela Carneiro do governo Lula

Prefeito de Belford Roxo disse que o presidente admitiu que o União Brasil pediu o comando do Ministério do Turismo e também da Embratur

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA - O prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), admitiu nesta quarta-feira, 16, que sua esposa, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), pode perder o cargo. O posto serviria para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abrigar um outro quadro da legenda, da qual a líder evangélica fluminense pediu desfiliação. “Ministério é isso mesmo, hoje você está e amanhã, não. A política gira”, afirmou o prefeito ao Estadão/Broadcast Político.

“Tudo pode acontecer, a política é dinâmica. Tudo o que tem sido falado até agora é especulação. Não tem nada concreto”, tentou minimizar o principal aliado de Lula em território fluminense. O deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) é o mais cotado para ficar com o Turismo com a iminente saída de Daniela, dada como certa até o fim do mês nos corredores do Palácio do Planalto. Como revelou o Estadão, Sabino contou à integrantes da bancada de seu partido que o ministro Alexandre Padilha, das Relações Instuticionais, já o avisou que haverá a nomeação para o Turismo em sete dias.

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, está prestes a deixar o governo Foto: Wilton Junior / Estadão

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Para Waguinho, no entanto, a situação da esposa segue indefinida, porque Lula ainda precisa negociar com o União Brasil. “A gente não sabe mesmo o que vai ser. O que o presidente disse é que Daniela é cota dele, e quer que ela fique. Que ele tem problema partidário e está buscando solução”, declarou. “Essa coisa de ministério é assim que funciona. Nunca foi diferente em lugar nenhum. Essa questão ministerial é o tempo todo desse jeito, o ministro não é colocado para ficar a vida toda, o mandato todo. É por etapas, é por questões políticas mesmo”, reconheceu o prefeito, em tom tranquilo. “A ministra vai fazer aquilo que o presidente orientar, está sempre à disposição dele. É aguardar essas questões todas que estão por decidir. Tem muita conversa a ser feita”.

Waguinho confirmou ainda que o União Brasil, de fato, pediu a Lula o Ministério do Turismo de porteira fechada - isto é, também com a Embratur, hoje comandada pelo petista Marcelo Freixo (RJ). O interesse do partido pela agência foi revelada pelo Estadão. “O União Brasil requisita a vaga de todo mundo, não só da ministra. Eles querem tudo, mas não entregam nada. Eles só querem o Turismo se for com a Embratur junto”, disparou o prefeito, que trocou o União pelo Republicanos.

O prefeito confirmou ainda que apresentou a Lula pedido para liberação de emendas do orçamento destinando recursos federais a seu município. “Isso [emenda], eu peço toda hora, não é só agora, não. É meu papel. O presidente me ajuda muito. Tudo meu é destravado aqui, não tenho problema nenhum com o governo nem nada a reclamar. O presidente me ajuda com tudo”, disse Waguinho, para quem Lula é um político “impecável”, “maravilhoso” e que trata bem a ele e sua esposa.

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“A Daniela está na missão do presidente. Se o presidente disser joga na esquerda, na direita, ela vai jogar. A gente é obediente ao presidente”, disse Waguinho à reportagem, mais uma vez reiterando que será fiel a Lula mesmo se a esposa for demitida. “Se a ministra continuar, é por cota do Lula. Lula falou que quer ela. Houve essa ‘porradaria’ com esse problema partidário, mas a Daniela é muito atuante e vai brilhar onde estiver. Ela não tem fraqueza nem vaidade”.

Questionada se acredita que continuará no cargo, Daniela disse que “está tudo sob controle”, ao chegar à Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado na manhã desta quarta-feira. “Essa questão de achismo é complicado, mas continuo aqui firme”.

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