Advogado de Dantas critica instalações da PF

Nélio Machado esteve com seu cliente, preso na terça, nesta manhã e criticou falta de privacidade

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Por Redação
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O advogado do sócio-fundador do Banco Opportunity Daniel Dantas, Nélio Machado, esteve nesta quarta-feira, 9, durante alguns minutos com seu cliente, na sede Polícia Federal em São Paulo. Dantas foi preso na terça-feira, na Operação Satiagraha, que apura desvio de recursos públicos, crime contra o sistema financeiro nacional e evasão de divisas. Ao sair, Machado fez críticas às instalações da PF, que, segundo ele, não garantiram a privacidade no contato com seu cliente. Também estão presos em São Paulo o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito da Capital paulista Celso Pitta (1997-2000). Veja também: STF deve julgar hoje habeas-corpus de Dantas Prisão não afeta venda da BrT à Oi, diz ministro Imagens da Operação Satiagraha Opine sobre a prisão de Dantas, Nahas e Pitta  Entenda como funcionava o esquema criminoso  PF prende Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta Dantas ofereceu suborno de US$ 1 milhão para escapar da prisão, diz MP Entenda o nome da Operação Satiagraha, que prendeu Dantas"Conversei com o senhor Daniel Dantas numa espécie de parlatório, separado por vidro, através de um telefone, condições muito precárias que não garantem a liberdade de comunicação entre o advogado e seu cliente", revelou. "Inclusive, havia uma câmera que não sei qual era sua serventia naquele ambiente", disse Machado. O advogado afirmou que o pedido de habeas-corpus preventivo para seu cliente, feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser julgado ainda hoje e acredita que a decisão do STF será favorável ao sócio-fundador do Grupo Opportunity. "A decisão pode sair a qualquer momento. Ele (Daniel Dantas) tem direito de se defender em liberdade. Se a lei for aplicada, e eu não tenho dúvida de que esse é o caminho natural, não só para Dantas como para qualquer pessoa acusada de um eventual delito." O advogado afirmou que o habeas-corpus baseia-se em alguns elementos como a falta da fundamentação da prisão de Daniel Dantas e a investigação sigilosa dele por parte da PF, que ocorre desde 2007. Machado voltou a chamar de "arbitrária e desmedida" a prisão do sócio-fundador do Grupo Opportunity. "Se o ministro do Supremo (Tribunal Federal) disse, com muito mais autoridade do que eu, isso dá uma dimensão clara do que tenha sido em termos de excesso a prisão não só de Daniel Dantas, mas de várias pessoas algemadas sem nenhuma necessidade", argumentou o advogado, se referindo às críticas que o presidente do STF, Gilmar Mendes, fez aos métodos utilizados pela PF em prisões como estas. Documentos - O advogado afirmou que ainda não teve acesso aos autos que motivaram a prisão de Daniel Dantas. Ele disse que foi informado pela Justiça de que o acesso aos documentos só será permitido após o fim das diligências policiais. Machado reiterou que, se for necessário, utilizará todas as informações que tiver acesso para defender Daniel Dantas, entre eles, documentos que constariam das negociações envolvendo seu cliente e a Telecom Itália em pendências judiciais e que foram objeto de um acordo entre as duas partes. "Não tenho acesso a esses documentos ainda, mas, no momento oportuno, e se for necessário, não terei dúvidas em trazê-los à baila para defender o senhor Daniel Dantas."

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