Consumir produtos fora do prazo de validade é um risco que as pessoas não precisam correr. No caso dos alimentos, a consequência pode ser uma grave intoxicação alimentar. Da mesma forma, produtos de limpeza vencidos perdem a eficácia para limpar e podem causar irritações na pele, queimaduras e até problemas respiratórios.
"Um produto de limpeza deteriorado sofre alterações na sua composição química, podendo se tornar tóxico e corrosivo e causar danos à saúde se ingerido, tocado ou inalado", adverte Tânia Pich, gerente geral de saneantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Uma ferramenta importante para o consumidor avaliar o produto é a data de validade, obrigatória tanto para alimentos quanto para produtos de limpeza.
"A data de validade é uma informação obrigatória que deve ser clara e precisa. É importante que o consumidor sempre verifique isso no momento da compra, evitando, inclusive, produtos que ainda estão no prazo, mas com a data de validade prestes a expirar", diz Renata Molina, técnica do Procon-SP.
Mas como fica o consumidor no caso de produtos que não são vendidos em embalagens individuais e não possuem rótulo com data validade? Para Tânia Pich, o melhor é evitar comprar.
No caso dos produtos de limpeza, isso acontece muito com os saneantes clandestinos que são vendidos por ambulantes em caminhões e peruas. "Eles passam nas ruas de porta em porta e alguns são até oferecidos em pequenas lojas.
A maioria tem um preço mais em conta, mas é perigoso consumir esses produtos e o barato pode sair caro. Alguns são misturas com ácidos e substâncias proibidas pela legislação brasileira."
Mas o consumidor não deve confiar plenamente na data de validade impressa na embalagem. Afinal, estar dentro do prazo não é garantia de que o produto não está estragado.
A dona de casa, Irani de Fátima Arcanjo Garcia, 45 anos, sabe muito bem disso. Apesar de olhar sempre a data de validade, ela já teve problemas com vários produtos.
Em uma das vezes, o queijo estragado fez até que dois filhos e o marido de Fátima passassem mal, com vômito e diarreia. "Já tive problemas com leite, hambúrguer congelado, achocolatado, requeijão e até aquele macarrão que é vendido a granel no supermercado. Em todos os casos entrei em contato com a empresa e reclamei. Eles sempre vieram e trocaram por outro produto para mim", conta.
Agora, Fátima sempre toma outros cuidados na hora das compras. "Mesmo que esteja no prazo de validade, não confio plenamente. Vejo a forma como o produto está armazenado no estabelecimento e sempre estou atenta a cheiros, cores ou um gosto diferente, principalmente dos produtos mantidos em refrigeração."
Além disso, o consumidor deve se lembrar de descartar produtos com embalagens amassadas, estufadas, rasgadas, enferrujadas ou furadas e ter atenção com mercadorias que são transferidas para embalagens menores. Mas o cuidado não acaba aí.
Tanto para alimentos como produtos de limpeza, a maneira de guardar em casa é igualmente relevante. Deve-se seguir o que recomenda o fabricante, de preferência, escolhendo um local sem umidade e com pouca variação de temperatura. "Isso porque, desde que mantido nas condições indicadas, durante o prazo de validade, o fabricante é responsável pelo produto", finaliza Tânia.
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