Principal aeroporto de Roma, na Itália, Fiumicino, onde o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria sido hostilizado no dia 17 de julho, é repleto de câmeras de segurança. A reportagem do Estadão esteve no local.
A liberação das imagens gravadas é essencial para solucionar o caso, uma vez que há versões diferentes sobre o que ocorreu com Moraes, sua família e os três brasileiros envolvidos no episódio, o empresário Roberto Mantovani Filho, sua mulher Andréa Munarão e o genro de Mantovani, Alex Zanatta Bignotto.
As imagens já foram vistas pelos representantes da Polícia Federal brasileira em Roma. Porém, elas ainda não podem ser usadas no inquérito aberto no Brasil que investiga o caso. Isso porque as autoridades brasileiras aguardam a liberação das imagens gravadas. Como mostrou o Estadão, a Itália pode recusar envio de vídeo de agressão a Moraes se entender que foi “crime político”.
Versões diferentes
O suposto ataque teria acontecido no dia 15 de julho. Moraes e sua família iam de Siena, na Itália, em direção a outra cidade europeia quando foram abordados por três brasileiros, que o xingaram de “bandido, comunista e comprado”.
Moraes foi à Itália proferir uma palestra no Fórum Internacional de Direito, evento promovido pela Alfa Escola de Direito e pela Unialfa, duas instituições de ensino do Estado de Goiás. O espaço físico do evento foi a Universidade de Siena, na Toscana.
Roberto Mantovani Filho admitiu em depoimento que houve um “entrevero” com a família do ministro, e que teria “afastado” o filho de Moraes, que também se chama Alexandre. Já Moraes e sua família relataram, em depoimento, que Mantovani teria dado um tapa no rosto do filho do ministro, de 27 anos, a ponto de fazer seus óculos caírem.
Segundo os depoimentos de Moraes e de familiares, as agressões começaram com a mulher de Mantovani, Andréa Munarão, agredindo verbalmente Moraes quando ele acessava uma das salas VIP do aeroporto. Dentro do lounge, ela passou a gravar Moraes com o celular enquanto o acusava de ter “fraudado as urnas e roubado as eleições”.
Quando Alexandre, o filho do ministro, passou a gravar a dupla com o celular, Roberto Mantovani Filho teria desferido o golpe contra ele. Posteriormente, o genro de Mantovani, Alex Zanatta Bignotto, teria se juntado ao casal nas agressões. Alex negou ter participado do episódio, em depoimento.
Já Roberto Mantovani e sua família sustentam em depoimento que a confusão teria começado quando Moraes e sua família “pularam a fila” e acessaram a sala VIP, enquanto eles mesmos teriam sido barrados por falta de vagas no local.
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