O agregador de pesquisas do Estadão Dados chegou à véspera da eleição atribuindo a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 51% dos votos válidos, ante 36% para seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os números indicam haver chances de a eleição ser definida no primeiro turno, mas isso está longe de ser uma certeza, já que a vantagem do petista em relação à soma dos adversários é apertada. O agregador não registra movimentos do eleitorado no dia da eleição, uma vez que as últimas pesquisas foram concluídas neste sábado, 1º.
Confira os dados atualizados do agregador de pesquisas do Estadão
Em um distante terceiro lugar aparecem empatados Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), com 6%. Na reta final da campanha, Ciro oscilou para baixo e Simone, para cima. Os demais candidatos somaram 2%.
Considerando-se os votos totais, ou seja, quando se inclui na conta as intenções de voto em branco e nulos e a taxa de indecisos, Lula tem 47%, e Bolsonaro, 35% – vantagem de 12 pontos porcentuais.
Quando o agregador foi lançado, no final de maio, Lula tinha os mesmos 47%, mas sua vantagem sobre o atual presidente era maior, chegando a 18 pontos porcentuais. Bolsonaro subiu principalmente quando o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) abandonou a disputa pelo Palácio do Planalto.
Ao longo de pouco mais de quatro meses, o agregador foi alimentado com resultados de quase 200 levantamentos feitos por 13 empresas. Os dados foram utilizados para calcular diariamente a Média Estadão Dados – o cenário mais provável da campanha a cada dia, segundo nossa metodologia.
Neste momento, o gráfico da ferramenta online mostra os resultados de pesquisas feitas nos últimos 180 dias. São 110 levantamentos de Datafolha, Ipec (o antigo Ibope), Quaest, Paraná Pesquisas, Sensus, MDA, PoderData, Ipespe, Ideia, Futura, FSB, Gerp e Real Time Big Data. As cinco primeiras fazem pesquisas presenciais, ou seja, seus entrevistadores abordam as pessoas face a face, na rua ou em suas casas. As demais promovem sondagens por telefone. O MDA usou os dois métodos.
A Média Estadão Dados não é a simples soma dos resultados e divisão pelo número de pesquisas. O cálculo considera as linhas de tendência de cada candidato (se estão estáveis, subindo ou caindo) e atribui pesos diferentes às pesquisas segundo sua data de realização e metodologia.
O agregador dá mais peso para as pesquisas das empresas que entrevistam os eleitores de forma presencial, em vez de por telefone.
Nem todas as pesquisas que aparecem no gráfico do agregador são consideradas nos cálculos. A metodologia inclui salvaguardas para evitar que os chamados outliers ou “diferentões” puxem a média para cima ou para baixo.
Automaticamente são reduzidos os pesos de pesquisas que mostrem resultados muito distantes da média geral ou da média de Datafolha e Ipec, empresas que o agregador considera o “padrão ouro”, por tradição e metodologia. Ao longo da campanha, o peso de Datafolha e Ipec na média ponderada aumentou.
A metodologia também evita que resultados desatualizados afetem os números do agregador. Apenas foram consideradas nos cálculos as pesquisas das empresas que divulgaram pelo menos um levantamento em uma “janela” temporal que foi diminuindo ao longo do tempo. Na véspera da eleição esse prazo foi de apenas seis dias.
O agregador mostrou três versões da Média Estadão Dados: a que considerou todos os resultados e as calculadas apenas levando em conta pesquisas presenciais e telefônicas, separadamente. Os números evidenciaram que, na média, a vantagem de Lula foi maior nas pesquisas presenciais.
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