O governador de São Paulo Geraldo Alckmin apresentou hoje pela manhã aos líderes de partidos da Assembléia, o projeto da reforma da previdência paulista que prevê a criação de alíquota de 5% para aposentadoria. Alckmin se reuniu com 12 das 14 lideranças partidárias da Assembléia no Palácio dos Bandeirantes para apresentar a proposta que será encaminhada à Casa na tarde de hoje. O anteprojeto da reforma previdenciária previa uma alíquota de 6% para aposentadoria, mas o percentual foi reduzido para 5% para que o governo do estado se adequasse a proposta do governo federal para a reforma da previdência. " É uma adequação à proposta remetida ao Congresso que prevê o mínimo de 11% para contribuição para aposentadoria", disse o líder do governo na Assembléia, deputado Vanderlei Macris. Para ele, o governador entende que é importante apresentar essa proposta no momento em que se faz um debate nacional sobre a questão previdenciária. Hoje o estado tem déficit anual de 7,5 bilhões com a previdência e com essa reforma se espera reduzir o problema em cerca de 450 milhões anuais. "São Paulo faz sua lição de casa ao apresentar essa proposta para continuar a garantir o ajuste fiscal e ter como trabalhar com tranqüilidade", afirmou Macris referindo-se a possibilidade de o estado manter a capacidade de pagar o funcionalismo e suas aposentadorias. Hoje os servidores contribuem com 6% de seus salários apenas para a manutenção das pensões. O líder do PT na Assembléia, deputado Antônio Mentor, disse que foi interessante a atitude do governador em receber os líderes para uma conversa preliminar sobre o projeto da reforma da previdência paulista. Para ele, o ato do governador tucano é semelhante ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem se reunido com as lideranças do Congresso para debater as reformas. Para o PT paulista, a reforma também é inevitável, mas o partido pretende levar à Assembléia os servidores para debater o projeto antes de aprová-la. "Sem dúvida nenhuma a questão da reforma do ponto de vista estratégico do Estado, precisa ser discutida. Assim podemos encontrar solução que garanta a sobrevivência do sistema previdenciário no Brasil", afirmou Mentor que deve ser um dos incentivadores da realização de audiências públicas na Casa para debater a reforma. " O presidente da República também tem defendido o debate desta questão e nós em São Paulo precisamos discuti-la com muito respeito" disse o líder do PT. Segundo Macris, a expectativa é que o debate do projeto na Assembléia demore cerca de 45 dias e comece a contar a partir de sua publicação no Diário Oficial.
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