MACEIÓ - O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) classificou como um mal entendido a denúncia que fez contra o marido da ex-ministra Marina Silva durante a votação do Código Florestal, na noite de quarta-feira, 11. "Sei que peguei pesado e vou ligar para ela, para desfazer esse mal entendido", afirmou Rebelo, que acusou o marido de Marina de envolvimento com o contrabando de madeira.
Ele esclareceu que ficou irritado durante a votação no plenário da Câmara quando soube, por meio de sua assessoria, que a ex-ministra havia o acusado de apresentar um novo texto do Código Florestal, com "pegadinhas".
"Naquele momento, de cabeça quente, sendo taxado de traidor pelos ecologistas, eu lancei mão dessa denúncia contra o marido da Marina, mas confesso que só tomei conhecimento dessa denúncia pela imprensa. Por isso, vou ligar para Marina para me explicar, afinal nunca tive problemas com ela, pelo contrário sempre nos demos muito bem", afirmou Rebelo, em entrevista a TV Gazeta, no programa Bom Dia Alagoas.
Aldo disse ainda que seu texto levou em consideração não só a questão ambiental, mas a questão social. "Não adianta proteger a margem de um rio e expulsar daquele ambiente um pequeno agricultor que sempre viveu ali, não sabe fazer outra coisa senão viver da cultura de subsistência e não tem para onde ir. Isso, pra mim, é antiecológico", afirmou o deputado, que defendeu a ideia de desenvolvimento sustentável.
Votação adiada. Alagoano de Viçosa, Aldo disse que veio a Maceió, no dia seguinte à sessão que terminou com o adiamento da votação do Código Florestal Brasileiro, para discutir com agropecuaristas alagoanos as mudanças na legislação que envolve o setor. Na condição de relator do Código, o deputado foi o principal palestrante do 7º Congresso Brasileiro da Raça Santa Inês, dentro da Exporalagoas Genética 2011, que está sendo realizada até domingo (15/5), no Parque da Pecuária, em Maceió.
Para o deputado, o adiamento da votação do Código foi uma decisão do líder do governo na Câmara. "O meu texto estava pronto para ser votado, com apenas um destaque. Como o governo não estava seguro com relação à votação desse destaque, pediu o adiamento da votação", afirmou Rebelo.
Segundo ele, não há divergência entre o seu texto e o que quer o governo. "Toda a base do governo e parte da oposição apoiam o texto, o único senão é com relação ao destaque quanto à regulamentação do uso das matas ciliares", explicou Rebelo, acrescentando que até terça-feira essa divergência está resolvida.
Aldo rebateu ainda as críticas dos ecologistas, de que o texto do Novo Código Florestal atenderia aos interesses dos ruralistas. "Procurei fazer um texto que protegesse o meio ambiente, mas desse também condições de sobrevivência aos agricultores, aos produtores rurais, a quem lida com a terra", afirmou o deputado. "No entanto, tinha consciência de seria difícil conciliar interesses, aparentemente, tão antagônicos", acrescentou.
"O País não pode ficar dividido entre quem defende o meio ambiente e quem defende produtor rural. É preciso que se chegue ao bom senso ao equilíbrio, entre a exploração de atividade econômica e a natureza", defendeu Rabelo.
Por isso, acrescentou o deputado, "levei essa discussão para todos os setores da sociedade, discutindo em audiência pública, com a Contag, com a SBPC e outras entidades representativas todas as questões relacionadas ao assunto, recebendo sugestões e opiniões de produtores rurais, ecologistas e pecuarista para compor o texto do novo Código Florestal".
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