Alexandre de Moraes nega recurso de Bolsonaro contra decisão que o tornou inelegível

Defesa de Bolsonaro pedia que ação fosse analisada pelo STF; Recurso ocorreu em processo que analisou abuso de poder no bicentenário da Independência

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Foto do author Tácio Lorran
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, negou recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do general Braga Netto (PL) contra decisão que os tornou inelegíveis. A decisão foi tomada na sexta-feira, 23, e publicada neste domingo, 25.

O recurso foi apresentado no âmbito do processo em que Bolsonaro e Braga Netto foram condenados por abuso de poder por causa do bicentenário da Independência, que ocorreu em 7 de setembro de 2022.

Ministro Alexandre de Moraes negou recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

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A defesa pedia que a ação fosse analisada no Supremo Tribunal Federal (STF). Também alegava que houve cerceamento de defesa e que o acórdão do TSE não teria sido devidamente fundamentado, conforme prevê a Constituição. Moraes, no entanto, negou os argumentos apresentados. E acrescentou que o pedido não tem os requisitos previstos para esse tipo de recurso.

“A controvérsia foi decidida com base nas peculiaridades do caso concreto, de modo que alterar a conclusão do acórdão recorrido pressupõe revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, providência que se revela incompatível com o Recurso Extraordinário”, escreveu o presidente do TSE.

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Ao Estadão, o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, que representa Bolsonaro e Braga Netto na ação, informou que irá interpor agravo para o STF em até três dias.

As ações relacionadas ao 7 de setembro foram movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Bolsonaro foi acusado de usar cerimônias oficiais do bicentenário da Independência, em Brasília e no Rio de Janeiro, como palanque eleitoral. O placar foi de 5 a 2 a favor da condenação. Os ministros também impuseram a Bolsonaro uma multa no valor de R$ 425 mil.

TSE entendeu que houve abuso de poder por parte de Bolsonaro durante a comemoração dos 200 anos da Independência Foto: CAMPANHA BOLSONARO

Na decisão dessa sexta-feira, Moraes relembrou o teor da decisão que condenou a chapa. “Os referidos eventos de caráter oficial foram emaranhados com eventos de caráter eleitoral, de modo a impulsionar atos de campanha dos investigados, à época candidatos aos cargos de presidente e vice-presidente da República”.

Essa é a segunda ação que tornou Bolsonaro inelegível. Também por 5 a 2, o TSE entendeu em junho de 2023 que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente da República em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas.

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Com as decisões, Bolsonaro está inelegível por oito anos (até 2030), mas não perde os direitos políticos.

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