Alexandre Frota desiste de participar da transição em Cultura após críticas: ‘Não quero problemas’

Deputado havia sido indicado pelo PROS para integrar a equipe; ele se diz vítima de ‘preconceito’ pela classe artística

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Por Redação

O deputado federal Alexandre Frota (PROS-SP) anunciou na noite desta quinta-feira, 24, que declinou do convite para integrar a equipe de Cultura da transição de governo. A indicação de seu nome para o cargo na última terça-feira, 22, recebeu uma enxurrada de críticas de artistas e intelectuais. Ex-apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o ator e parlamentar se disse vítima de “preconceito” e explicou que a recusa é para evitar “problemas”.

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Uma das críticas de maior projeção nas redes sociais veio do ator Zé de Abreu, que foi ao Twitter na terça-feira afirmar que “nem Bolsonaro teve o desplante de aliar Frota à Cultura”. Após o deputado do PROS anunciar a desistência do cargo, Abreu voltou à rede e disse: “Vitória! Grande dia.”

A escritora e antropóloga Lilia Schwarcz afirmou que a indicação de Frota era seu “limite”. Ela argumentou que Frota acumula “tudo de ruim em seu currículo” e lembrou que ele se elegeu na onda bolsonarista de 2018. “Frota não tem nada a ver com Comissão de Cultura; (...) se trata de uma pessoa descontrolada e volúvel (...) que não respeita os artistas (...) e é um machista empedernido”, publicou.

O deputado Alexandre Frota apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016; ele rompeu com o bolsonarismo em 2019.  Foto: Alex Silva/Estadão

Frota classificou os ataques como “covardes” e que o “preconceito” de que é vítima vem de um grupo que prega “diversidade, oportunidades pra todos e respeito às diferenças”. “Como estou de boa e não quero problemas, vou ficar com minha família e declinar do convite. Obrigado”, escreveu,

Frota se descolou do bolsonarismo no primeiro ano de mandato do presidente, após ser expulso do PSL por criticar Bolsonaro. Ele passou a ser crítico do governo desde então, e declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral deste ano.

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Para sustentar a nomeação, o PT afirmou que o deputado foi indicado ao cargo pelo PROS, partido que integrou a coligação pela qual Lula se elegeu; o partido do presidente eleito também almejava o voto de Frota na PEC da Transição.

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