Alexandre Ramagem mira Eduardo Paes às vésperas de ato com Jair Bolsonaro no Rio

Deputado é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aparece na segunda colocação em pesquisa de intenção de voto para a prefeitura do Rio; Alexandre Ramagem acusou Eduardo Paes de ‘torrar’ verbas públicas para garantir reeleição; prefeito do Rio não respondeu

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Foto do author Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – O deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio Alexandre Ramagem (PL-RJ) fez críticas ao prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição, dois dias antes do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana. Em vídeo publicado em rede social nesta sexta-feira, 19, Ramagem afirmou que o chefe do Executivo municipal está “torrando” verbas públicas para garantir a vitória nas urnas em outubro.

Deputado federal Alexandre Ramagem, pré-candidato à prefeitura do Rio Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Alexandre Ramagem afirmou que o prefeito carioca está gastando com “pão e circo” o dinheiro recebido pela prefeitura com a concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que foi firmado em 2021. Segundo o deputado, as despesas vão deixar as contas do município no vermelho após as eleições. O Estadão procurou Eduardo Paes, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

“Ao invés de sanear as contas, de investir em infra (infraestrutura), ajeitar a casa, não... estão torrando e aumentando as despesas. Essa gordura com o recurso da Cedae vai acabar exatamente em 2024. Vão deixar deficitário para 2025. Ou seja, não estão pensando no carioca, não estão pensando no município, só estão pensando em reeleição. Em 2025, o carioca que se exploda. É esse o gestor para a cidade? O Rio tem que mudar”, afirmou o pré-candidato bolsonarista.

O ato no Rio neste domingo é visto por bolsonaristas como uma oportunidade para o deputado ganhar visibilidade, com destaque no trio elétrico que terá a presença do clã Bolsonaro, de governadores e de parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado não deve discursar pelo risco de uma declaração ser enquadrada como propaganda eleitoral antecipada, conforme proibição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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De acordo com a última pesquisa do instituto Real Big Data, publicada no dia 26 de março, Paes lidera as intenções de voto para a eleição de outubro, com 40%. O prefeito carioca é apoiado por Lula, que articula uma possibilidade de o PT compor a chapa à reeleição. Ramagem, por sua vez, aparece com 13% das intenções de voto.

Para aumentar a popularidade de Ramagem, o PL aposta na ligação da imagem do pré-candidato à do Bolsonaro. No município do Rio, no segundo turno da eleição de 2022, o ex-presidente venceu Lula por 52,7% a 47,3% dos votos válidos, uma diferença de quase 200 mil votos. A estratégia do PL é relacionar os dois em pautas sobre empreendedorismo e patriotismo.

Outra frente do partido é associá-lo também à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, buscando um apelo maior a assuntos delegados às mulheres do partido, como papel da família, valores conservadores e participação feminina na política.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Bolsonaro, Ramagem se tornou o escolhido do PL para disputar a prefeitura do Rio após a candidatura do general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto ser descartada. Braga Netto era a aposta do ex-presidente para o cargo, mas ele se tornou inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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No final de janeiro, Ramagem foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga o suposto uso de um software para espionar opositores de Bolsonaro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado negou que as irregularidades ocorreram durante a sua gestão na Abin e chamou o inquérito policial de “salada de narrativas”.