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Sem reação no Rio, aliados de Ramagem querem apoio de Pablo Marçal após trégua com Carlos Bolsonaro

Candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro no berço do bolsonarismo patina nas pesquisas e pode ser derrotado ainda no primeiro turno, segundo levantamentos de intenção de voto mais recentes

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Foto do author Rayanderson Guerra

RIO – Candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL), patina nas pesquisas de intenção de voto e deve buscar em São Paulo inspiração para tentar angariar eleitores suficientes para disputar um eventual segundo turno com o prefeito Eduardo Paes (PSD), que lidera com folga os levantamentos mais recentes. Ramagem deve aproveitar a onda criada pelo candidato do PRTB, Pablo Marçal, na capital paulista para emular o fenômeno no Rio.

Os sinais de aproximação entre Ramagem e Marçal ainda são tímidos, mas o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já conta com o entusiasmo de integrantes da campanha e aliados próximos por uma aliança Rio-São Paulo após vereador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição Carlos Bolsonaro (PL) selar as pazes com o ex-coach.

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro e o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal Foto: Dida Sampaio/Estadão e Tiago Queiroz/Estadão

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Carlos é um dos estrategistas da campanha de Ramagem e coordena os caminhos adotados pelo candidato do PL no Rio. Após trocar ataques e ameaçar processar Marçal por chamá-lo de “retardado mental”, o “02” de Bolsonaro recuou. Conversou por telefone com Marçal na noite desta quarta-feira, 28, e cessou, ao menos por enquanto, a guerra campal contra o candidato do PRTB nas redes sociais.

“Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil. Falamos sobre o 7 de Setembro, censura e tudo que o País vem atravessando já há muito tempo. Outro ponto focal em que fiz questão de frisar é que não existe a formação de um gabinete direcionado para nenhum tipo de ação e que ambos sofremos cobranças naturais no processo em que estamos dispostos a atravessar e o sentimento que as pessoas têm quando esse assunto é abordado”, publicou Carlos no X.

A reaproximação entre Marçal e a ala bolsonarista ocorre no mesmo dia em que a pesquisa Quaest apontou empate triplo entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o empresário.

Dois antes antes, na segunda-feira, 26, Marçal afirmou em sabatina na CNN Brasil que poderia ajudar o Carlos na eleição do Rio já que “Ramagem está tomando um pau no Rio de Janeiro”.

“Carlos, cuida da sua eleição aí do Ramagem porque ele está tomando um pau no Rio de Janeiro. Gosto muito do Ramagem, se for precisar de ajuda, eu te ajudo com o digital. Aqui em São Paulo, eu já resolvi. Sou eu contra todo mundo. Eu, Deus e o povo. Você vá cuidar do Rio de Janeiro. Vê se você ganha de novo a eleição para vereador e cuida da prefeitura porque o Paes vai levar no primeiro turno, como eu aqui em São Paulo”, disse Marçal.

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Nesta quinta-feira, Ramagem foi questionado durante uma agenda de campanha em Copacabana sobre uma possível ajuda de Marçal na campanha do Rio. Ele disse que o apoio será “ótimo” e que os dois são candidatos da família Bolsonaro.

“Todo apoio será ótimo. O Pablo Marçal é um grande comunicador, vamos verificar como pode ser feito. Somos os indicados da família Bolsonaro, temos muito a crescer no Rio com as nossas propostas. Somos conservadores, defendemos a família, a fé cristã, o empreendedorismo e a liberdade econômica”, disse ao jornal O Globo.

Apesar da empolgação por uma possível aliança de aliados, um dos integrantes da campanha diz que a ajuda deverá passar pelo crivo de Carlos Bolsonaro: “Ele terá que consentir”.

Eduardo Paes e Alexandre Ramagem no debate da TV Band no Rio de Janeiro Foto: @tvbandrio via Youtube

Pesquisa divulgada pelo instituto Quaest nesta quarta-feira mostra Eduardo Paes com 60% das intenções de voto na disputa para a prefeitura da capital fluminense. Ramagem aparece com 9% e o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ), 5%.

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