Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamam do tratamento dado ao candidato Ciro Gomes (PDT) em sua entrevista ao Jornal Nacional na noite da terça-feira, 23. Os argumentos são de que o presidente teve menos tempo para falar, se comparado ao tempo que Ciro falou.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que acompanhou Bolsonaro na entrevista ao JN, afirmou em seu Twitter após a entrevista do candidato do PDT que faltou equilíbrio na vez de Bolsonaro. “Parabéns ao Jornal Nacional pela excelente condução da entrevista com um candidato a presidente da República: equilibro, suavidade, respeito. Não foi possível com o presidente Bolsonaro. Mas, pelo menos, é bom saber que é possível.”
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Na noite de segunda-feira, após a entrevista de Bolsonaro ao JN, Ciro Nogueira focou no “equilíbrio” do presidente e disse que o desempenho ajudaria a conquistar uma nova parcela do eleitorado.
O ministro das Comunicações Fábio Faria criticou a postura de Bonner e afirmou que, mesmo durante a entrevista de Ciro Gomes, o apresentador deu um jeito de atacar o governo. “Parece que Bonner esqueceu a arrogância e o deboche, mas não esqueceu o Bolsonaro. Até nas perguntas ‘amistosas’ pro Ciro Gomes, ele aproveita para fazer propaganda negativa e falar inverdades do governo Bolsonaro sobre o auxílio”, escreveu o ministro em seu Twitter na noite de terça-feira.
Nesta quarta-feira, Fábio Faria publicou um novo post no Twitter com um vídeo falando da importância do papel da imprensa em eleições polarizadas e citou os dados postados anteriormente. O presidente Bolsonaro retuitou a mensagem em sua própria rede social.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB-SP) foi mais longe e ironizou o apresentador William Bonner e o candidato Ciro Gomes, usando o termo que “tchutchuca”, lembrando o termo usado por um youtuber ao se referir ao presidente Bolsonaro como “tchutchuca do Centrão”.
“Que diferença a entrevista da Globo com Ciro Gomes. Eu não sei quem foi mais thutchuca, se o Ciro ou o Bonner”, escreveu Cunha, em seu Twitter. Na manhã desta quarta-feira, 24, Cunha continuou tuitando críticas à maneira como cada entrevista ao JN foi conduzida.
O ex-presidente da Câmara, na sequência das críticas, sugeriu que o presidente Bolsonaro deveria entrar na Justiça Eleitoral pedindo isonomia.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também se referiu ao termo “tchutchuca” para falar das entrevistas ao JN. “Tigrão com Bolsonaro - o pacífico - e Thutchuca com Ciro Gomes - o coroné de goela virtual”, escreveu em seu Twitter.
Carla Zambelli já havia criticado a operação da Polícia Federal que apreendeu celulares de empresários bolsonaristas acusados de incentivarem um golpe de estado em caso de derrota de Bolsonaro. Um dos empresários chegou a falar, em uma das mensagens, que preferia um “golpe” em vez da volta do PT ao governo.
A deputada chamou a operação de “provocação” do ministro do STF Alexandre de Moraes contra o presidente e minimizou o conteúdo das mensagens dos empresários. “Não faz sentido uma coisa dessa, as pessoas não podem mais falar o que pensam. Vejo como provocação”.
O candidato à deputado estadual Carmelo Neto também replicou as críticas em seu Twitter. “TOTALMENTE DISCREPANTE o tratamento da Globo com Ciro Gomes! Estão contidos e respeitando o tempo de fala do “Coroné”, mas foram pretensiosos e parciais com o nosso Presidente”, escreveu.
O teor das críticas feitas pelos políticos aliados de Bolsonaro ao tratamento que ele recebeu no JN ecoaram entre influencers bolsonaristas, que replicaram algumas mensagens em suas redes sociais.
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