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Alvo da Lava Jato, Vaccari comparece a ato de Lula e é exaltado por recusar delação premiada

Ex-tesoureiro do PT recebeu agradecimentos de sindicalistas e amigos dos tempos de Banespa; durante processos da Lava Jato, ele foi condenado e detido, mas não delatou

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Davi Medeiros
Atualização:

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que chegou a ser condenado e preso na Operação Lava Jato, compareceu ao ato político de Lula e Haddad no Largo do Anhangabaú neste sábado, 20, e foi cumprimentado por militantes do partido em razão de sua “resistência” durante os processos que enfrentou em Curitiba. Ele não chegou a ser anunciado ao microfone, mas a reportagem do Estadão acompanhou sua passagem pelo evento e testemunhou o ocorrido.

Vaccari compareceu à área em frente ao palco do evento, por onde passaram candidatos e dirigentes partidários. Atualmente, ele não tem papel na campanha de Lula. O ex-tesoureiro disse não poder dar entrevistas em razão de processos que ainda enfrenta.

Ato político inaugura a campanha de Lula e Haddad em São Paulo neste sábado, 20. Foto: Werther Santana/Estadão

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Ao contrário de outros alvos da força-tarefa por suspeitas de corrupção, Vaccari ficou calado durante todos os seus depoimentos aos juízes da Lava Jato e tem prestígio interno no partido por nunca ter fechado um acordo de delação premiada. Sua “fidelidade” foi comemorada neste sábado, no comício. Ele foi cumprimentado por ex-funcionários do extinto banco Banespa, onde atuou e foi sindicalista.

Um dos ex-funcionários do banco, que não quis se identificar, afirmou que agora quem tem que ser questionado por suas falhas é o ex-juiz Sérgio Moro, considerado parcial nos processos da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A origem da relação de Vaccari com o PT se deu no movimento sindical dos bancários em São Paulo. Assumiu posição importante no partido quando ficou responsável pela arrecadação de campanhas eleitorais, na condição de tesoureiro. Na Lava Jato, as acusações que recaíram sobre ele tinham todas relação com doações de empreiteiras ao partido com dinheiro de propinas de contratos da Petrobras.

Vaccari chegou a ser condenado por suposta corrupção na arrecadação de campanhas petistas. Processos voltaram à estaca zero após cortes superiores identificarem conexão com crime de caixa dois e enviarem as ações à Justiça Eleitoral.

O ex-deputado federal Vicente Cândido, outro alvo de investigações, também compareceu ao ato. Ele assume a função de articular doações para a campanha, e foi um dos responsáveis pelo jantar em que empresários e advogados doaram recursos a Lula, em junho. Cândido foi diretor do Corinthians e sócio do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa. O escritório da dupla é investigado pela Polícia Federal desde 2020, no âmbito da Operação Acurácia, pela suspeita de ter sido usado pela Precisa Medicamentos, do lobista Francisco Emerson Maximiano, para lavagem de dinheiro de propina a políticos. Ambos foram alvo de buscas e apreensões.

Vaccarezza

Novamente candidato a deputado federal, o ex-líder do governo Dilma Rousseff Cândido Vaccarezza (Avante) também compareceu ao comício da candidatura do ex-presidente Lula. Ele, no entanto, apoia um rival do petista em São Paulo, o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB).

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“No Estado é Lula para presidente, Rodrigo Garcia para governador, senador é Edson Aparecido. No Avante, Janones retirou a candidatura e apoiou o Lula. Então eu estou cumprindo aqui minha função de dirigente do Avante”, disse. “A retirada do Janones e o apoio ao Lula é uma contribuição importante para o futuro governo, se o Lula ganhar”.

Questionado sobre a contradição entre o apoio a um rival de Haddad, Vaccarezza afirmou que “Rodrigo está neutro, mas o partido dele tem uma candidata, que é a (Simone) Tebet”. “O que o Rodrigo vai fazer é problema dele como candidato a governador, eu falo pelo que o Avante vai fazer”.

Vaccarezza também chegou a ser alvo da Lava Jato, mas teve os processos anulados. “No meu caso, fizeram justiça. Não respondo a mais nenhum processo”, afirmou.

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