BRASÍLIA - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República concedeu quarentena remunerada à ex-ministra do Esporte Ana Moser. Na prática, isso significa que a ex-atleta continuará recebendo normalmente o salário de ministra de Estado, hoje em R$ 41.650,92, por mais seis meses.
A decisão da Comissão de Ética Pública foi tomada nesta quarta-feira, 27. O órgão colegiado reconheceu possível conflito de interesse entre o cargo de ministra do Esporte e a iniciativa privada.
Ana Moser foi exonerada do governo Lula no último dia 6 de setembro para dar lugar a André Fufuca (PP-MA), indicado pelo Centrão de Arthur Lira (PP-AL). Na ocasião, a ex-atleta afirmou ver sua saída com “tristeza e consternação”. “Tivemos pouco tempo para mudar a realidade do Esporte no Brasil”, disse, ao lamentar que as promessas de Lula na campanha não tiveram tempo para serem desenvolvidas.
Procurada, Ana Moser disse ao Estadão que a consulta feita à Comissão de Ética “faz parte do procedimento de ex-ministros” e se recusou a falar o local onde ela disse ao colegiado que poderia trabalhar.
Ao sair do Ministério do Esporte, a ex-atleta informou que vai continuar trabalhando e contribuindo para a política pública de esporte no Brasil, mantendo o sonho de todos que acreditaram no trabalho deste grupo.
Na mesma reunião desta quarta-feira, a Comissão de Ética Pública abriu um Processo de Apuração Ética contra o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques por ter pedido votos em outubro de 2022 ao então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, o órgão colegiado arquivou processos envolvendo dois ministros de Lula: Margareth Menezes (Cultura) e Camilo Santana (Educação).
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.