O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 4, na retomada das reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, que o grupo será importante para gestar propostas para o governo. E que, depois, será necessário esforço para convencer o Congresso desses projetos.
”O governo é fácil convencer”, disse ele. “Mas quando for para o Congresso, são cabeças diferentes”, declarou o presidente da República. “Aí precisa de mais capacidade de convencimento”, afirmou. Segundo Lula, os debates do Conselhão não vão resultar em soluções “num passe de mágica”.
Em meio às críticas à atuação de Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais, o presidente Lula fez um afago ao ministro, mas também deu uma espécie de recado. O petista reconheceu o trabalho de Padilha na montagem do Conselhão, mas expôs o desejo de que o ministro organize a articulação política no Congresso.
”Quero reconhecer o trabalho extraordinário do ministro Alexandre Padilha. Eu espero que ele tenha a capacidade de organizar e de articular que ele teve no conselho, dentro do Congresso Nacional. Aí vai facilitar a minha vida”, afirmou o presidente na cerimônia de reinstalação do grupo consultivo.
A articulação política do governo tem sido alvo de reclamações de congressistas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse publicamente no fim de semana que o Executivo está com problemas nessa área, que é de responsabilidade de Padilha.
A avaliação preponderante entre petistas, porém, é que o trabalho do ministro não é o único problema. Ele tem celebrado acordos tanto de liberação de recursos para obras nas bases de congressistas quanto de nomeação de afiliados políticos de aliados do Planalto. É comum que a efetiva nomeação ou pagamento de emendas empaque em outros ministérios, o que deixa Padilha exposto e irrita deputados.
Ao fim da solenidade, Lula comemorou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que estabelece equiparação salarial entre homens e mulheres. A proposta, que agora será encaminhada ao Senado, estabelece multa de até dez vezes o salário que deveria ser pago para a mulher em caso de descumprimento da norma.
Produção
Lula afirmou que o Conselho terá muito trabalho até 31 de dezembro de 2026, quando termina seu mandato como presidente. Lula disse que é necessário aumentar a produção agrícola sem desmatar novas áreas.
Disse também que o País necessita de nova base industrial tecnológica “limpa e inovadora”, e que a transição energética precisa ser acelerada. Também declarou que o Brasil deve mostrar ao mundo cumpre seus compromissos nos acordos sobre o clima.
O presidente, além disso, mencionou a criação de oportunidades para pessoas mais pobres. Disse que Fernando Haddad, quando era ministro da Educação, ajudou nesse sentido e citou a maior presença de estudantes negros em universidades públicas por causa da lei de costas. Lula também criticou a dificuldade que há no Brasil para fazer valer algumas regras. Mencionou que algumas leis “não pegam”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.