BRASÍLIA - A decisão do presidente Jair Bolsonaro de ir ao encontro dos manifestantes no ato pró-governo neste domingo, 15, contrariou a equipe médica e foi reprovado até mesmo por aliados próximos. Em caráter reservado, eles criticaram a atitude de Bolsonaro que cumprimentou apoiadores com as mãos e fez selfies com o rosto colado, atitudes contrárias às orientações dadas pelo Ministério da Saúde.
Fontes da área de saúde admitiram ainda que esperavam que, apesar do comportamento impulsivo do presidente, dessa vez ele seguisse o protocolo diante do avanço da pandemia no Brasil, que já registra 200 casos.
Neste domingo, subiu para 11 o número de infectados no grupo que acompanhou Bolsonaro na viagem a Flórida, nos Estados Unidos. Além dos 11 brasileiros, o prefeito de Miami, Francis Suarez, que recepcionou a comitiva brasileira, também está com a covid-19.
Na última sexta-feira, conforme o Estado revelou, médicos da Presidência orientaram que Bolsonaro, apesar de testar negativo para o coronavírus, ficasse em quarentena pelo menos até a próxima terça-feira. Nesta data, se completa sete dias da volta de Bolsonaro dos Estados Unidos ao Brasil, portanto o último contato sabido com pessoas infectadas.
Outros integrantes que viajaram no avião presidencial ou estiveram com Bolsonaro nos Estados Unidos confirmaram que também foram orientados a ficar em auto-isolamento, mesmo com resultado negativo para o coronavírus. Assim como presidente, eles foram informados que terão que refazer o exame.
Ao divulgar neste domingo que quatro integrantes da equipe de apoio do voo presidencial testaram positivo para o coronavírus, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) confirmou a orientação de quarentena mesmo para quem não está infectado.
“Os demais componentes, cujos testes apresentaram resultados negativos, continuarão no auto-isolamento, cumprindo o protocolo determinado pelas autoridades sanitárias", informou a nota.
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